No domingo (23/03/2025), Dilma Rousseff foi reconduzida por unanimidade à presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) , instituição financeira do BRICS. Segundo analistas, o apoio russo foi decisivo para garantir a permanência da ex-presidente brasileira no cargo pelos próximos cinco anos.
A indicação partiu do presidente da Rússia, Vladimir Putin, país responsável por nomear o comando do NDB neste ciclo. A escolha considerou o desempenho de Dilma Rousseff desde que assumiu a instituição em 2023 e o histórico de articulação diplomática acumulado durante seu mandato como presidente do Brasil entre 2011 e 2016.
De acordo com Henrique Domingues, chefe adjunto do Fórum Internacional dos Municípios BRICS, Dilma Rousseff foi reconduzida por não ter completado um mandato integral e pelos avanços no financiamento de projetos de infraestrutura e desenvolvimento. A ampliação da oferta de crédito pelo banco foi um dos pontos destacados como justificativa para a escolha.
Analistas também apontaram que as sanções internacionais impostas à Rússia influenciaram a decisão. Segundo o professor de Relações Internacionais da PUC-SP, Augusto Rinaldi, um dirigente russo teria dificuldades logísticas e políticas para exercer o cargo, especialmente em viagens e transações financeiras internacionais. A recondução de Dilma Rousseff, portanto, garantiu a operacionalidade do banco.
Durante 2024, Dilma Rousseff participou de eventos estratégicos, como o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo e a Cúpula do BRICS, em Kazan, nas quais defendeu a pauta da desdolarização da economia mundial. A expectativa é que o tema continue em evidência no novo mandato, com o fortalecimento de iniciativas como o BRICS Pay e debates sobre uma possível moeda comum do bloco.
Para Rinaldi, o NDB seguirá desempenhando um papel relevante como alternativa de financiamento em um cenário internacional incerto, especialmente diante de uma eventual volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. O banco é visto como uma fonte previsível e segura de crédito para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável.
Sobre a influência brasileira no NDB, Rinaldi afirma que a recondução de Dilma Rousseff assegura autonomia à presidente para conduzir o banco de acordo com as normas institucionais. Apesar da origem brasileira, a distribuição dos recursos entre os países membros tem se mantido equilibrada.
Domingues complementa que o protagonismo do Brasil no BRICS depende da própria vontade política do governo brasileiro. Segundo ele, o Brasil tem priorizado outras agendas, como a COP, o que pode indicar menor empenho em fortalecer sua influência no grupo.
A expansão do NDB com a inclusão de novos membros também está em debate. Para o professor da PUC-SP, há espaço para a entrada de economias emergentes como Vietnã, Nigéria e Malásia, mas ainda não há definições sobre o processo de adesão e os critérios para novos integrantes.
*Com informações da Sputnik News.
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