Ausência do prefeito Antônio Calmon e contratos milionários com a empresa do Rei do Lixo geram questionamentos sobre a gestão pública em São Francisco do Conde

Prefeito do PP, Antônio Calmon, é acusado de ausência na gestão enquanto empresário investigado por lavagem de dinheiro mantém contratos milionários com a cidade de São Francisco do Conde.
Prefeitura de São Francisco do Conde enfrenta críticas por falta de transparência administrativa da gestão de Antônio Calmon. Contratos milionários sob investigação na Operação Overclean levanta questionamentos. 

São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador, tem vivenciado um cenário de instabilidade administrativa sob a gestão do prefeito Antônio Carlos Vasconcelos Calmon, filiado ao Partido Progressistas (PP). A falta de transparência na divulgação do secretariado municipal, mesmo após o início do novo mandato em 2025, tem gerado preocupações entre os cidadãos, que denunciam a paralisia de políticas públicas, alto índice de desemprego e suspensão de programas sociais essenciais.

Histórico de controvérsias marca trajetória política de Antônio Calmon

O atual prefeito já foi alvo de ações judiciais durante gestões anteriores. Em 2005, o Ministério Público Federal (MPF) obteve na Justiça o seu afastamento, com base em indícios de irregularidades na gestão de recursos federais. Três anos depois, em 2008, o Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA) determinou que Calmon devolvesse cerca de R$ 8,6 milhões aos cofres públicos por despesas não comprovadas.

Esses episódios reforçam o histórico de fragilidade institucional e déficit de prestação de contas da gestão municipal, elementos que têm sido alvo de críticas de lideranças locais e da sociedade civil.

José Marcos Moura, o “Rei do Lixo”, concentra contratos milionários com o município

Outro ponto que levanta questionamentos diz respeito à atuação do empresário José Marcos de Moura, conhecido como “Rei do Lixo”. Desde 2018, sua empresa, a MM Limpeza Urbana, mantém um contrato com o município de São Francisco do Conde, por meio da Secretaria de Serviços, Conservação e Ordem Pública (SESCOP), para executar serviços de coleta de resíduos sólidos, avaliado em mais de R$ 21,3 milhões.

Entretanto, a ausência de transparência na divulgação dos termos contratuais e dos critérios de licitação preocupa especialistas em administração pública e órgãos de controle.

A empresa de Moura também é responsável por serviços semelhantes em outras cidades baianas, o que ampliou seu poder de influência no setor.

Operação Overclean coloca empresário sob investigação da Polícia Federal

Em 2024, José Marcos Moura tornou-se alvo da Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal, que apura desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro por meio de contratos com prefeituras, abastecidos por emendas parlamentares.

Durante a operação, a PF apreendeu cerca de R$ 3,3 milhões em espécie e joias de alto valor. As investigações apontam para um esquema estruturado de corrupção, envolvendo empresários, agentes públicos e intermediários políticos.

A proximidade entre Moura e a gestão municipal de São Francisco do Conde, embora não formalmente comprovada nos autos, tem sido alvo de denúncias nos bastidores da política local.

Falta de transparência e controle social gera insegurança institucional

A ausência prolongada do prefeito Antônio Calmon da rotina administrativa, somada à opacidade dos contratos públicos e à manutenção de vínculos com empresas investigadas, mina a confiança da população nas instituições locais.

Para especialistas, a situação exige ação coordenada dos órgãos de controle, como o Ministério Público da Bahia, o Tribunal de Contas dos Municípios e a Controladoria-Geral da União, a fim de garantir a legalidade dos contratos e a correta aplicação dos recursos públicos.


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