Segunda-feira, 21/04/2025 — Com o falecimento do Papa Francisco, o cenário sucessório no Vaticano volta-se para os nomes mais influentes do Colégio de Cardeais. Entre os principais cotados, o cardeal italiano Pietro Parolin surge como um dos nomes de maior peso. Atual Secretário de Estado do Vaticano, Parolin desempenha função central na diplomacia da Santa Sé, acumulando ampla experiência em negociações internacionais, incluindo as tratativas com a China sobre a nomeação de bispos.
Biografia e trajetória eclesiástica
Nascido em 17 de janeiro de 1955, em Schiavon, na região do Vêneto, Pietro Parolin foi ordenado sacerdote em 1980, ingressando no serviço diplomático da Santa Sé em 1986. Ocupou postos na Nigéria e no México, antes de assumir posições estratégicas na Cúria Romana. Ao longo de sua carreira, foi designado para representar a Santa Sé em temas sensíveis ligados à liberdade religiosa e aos acordos bilaterais com Estados.
Em 2009, Parolin foi nomeado núncio apostólico na Venezuela, onde conduziu importantes missões diplomáticas em meio a tensões políticas e sociais. Já em 2013, por decisão do Papa Francisco, foi nomeado Secretário de Estado do Vaticano, posição equivalente a um chefe de governo na estrutura da Santa Sé.
Proximidade com o Papa Francisco e perfil diplomático
Parolin tornou-se uma das vozes mais respeitadas no Vaticano durante o pontificado de Francisco. Atuou como articulador de acordos internacionais complexos, como o pacto provisório entre o Vaticano e a China sobre a nomeação de bispos, firmado em 2018 e renovado posteriormente. Seu perfil técnico e reservado contrasta com a projeção midiática de outros cardeais, mas sua influência interna é significativa.
Com uma formação sólida em Teologia Moral e Direito Canônico, Parolin é reconhecido por sua habilidade em lidar com temas delicados da Igreja no cenário internacional, mantendo diálogo com regimes autoritários, mas também posicionando a Igreja como mediadora de conflitos.
Perspectiva no conclave e apoio entre cardeais
Com o anúncio do falecimento de Francisco, o Colégio de Cardeais se prepara para o próximo conclave. Parolin reúne características consideradas cruciais pelos eleitores: longa experiência diplomática, estabilidade institucional e lealdade ao legado reformista do Papa Francisco. Sua candidatura é vista como um ponto de equilíbrio entre continuidade e prudência, especialmente diante das divisões internas entre alas mais progressistas e setores conservadores da Igreja.
Apesar de sua função central na Cúria, Parolin ainda precisa consolidar apoios entre cardeais de outras regiões, especialmente da América Latina, África e Ásia. Seu desafio será unir visões distintas da Igreja em um momento de transição delicada.
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