Desembargadora Nágila Brito assume presidência do Cocevid em cerimônia no TJBA

Nova gestão reafirma compromisso com o fortalecimento da rede de enfrentamento à violência contra a mulher.
Nova gestão reafirma compromisso com o fortalecimento da rede de enfrentamento à violência contra a mulher.

A Desembargadora Nágila Brito, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), tomou posse como Presidente do Colégio de Coordenadores da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Poder Judiciário Brasileiro (Cocevid). A cerimônia de posse foi realizada no prédio-sede do TJBA e contou com a presença de autoridades dos três Poderes, representantes da sociedade civil e integrantes do sistema de justiça.

Durante o discurso de posse, a nova Presidente afirmou que o fortalecimento da rede de enfrentamento à violência contra a mulher será prioridade da gestão. Segundo a magistrada, a atuação conjunta dos órgãos de justiça é fundamental para a efetivação da Lei Maria da Penha e para a construção de políticas públicas eficazes no combate à violência de gênero.

A solenidade contou com a participação da Presidente do TJBA, Desembargadora Cynthia Resende, que defendeu a ampliação da participação feminina nos espaços institucionais e reiterou a importância de ações articuladas em prol da integridade das mulheres. A nova gestão do Cocevid terá mandato de um ano.

A composição da nova diretoria do Cocevid inclui representantes de diferentes tribunais: a Vice-Presidência está sob responsabilidade da Juíza Teresa Germana (TJCE); a 1ª Secretaria com o Desembargador Carmo Antônio de Souza (TJAP); a 2ª Secretaria com a Juíza Juliana Nogueira Galvão Martins (TJSE); a Suplência com a Juíza Olívia Maria Alves Ribeiro (TJAC); e a Tesouraria com a Juíza Ana Graziela Vaz (TJMT).

O Ex-Presidente do Cocevid, Desembargador Álvaro Kalix Ferraz (TJRO), destacou a necessidade de ampliação orçamentária das coordenadorias estaduais e citou a Resolução nº 254 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que estabelece diretrizes para o funcionamento dessas unidades. O magistrado também fez referência à pesquisa DataSenado de 2023, que apontou que cerca de 25% das mulheres no Brasil desconhecem os mecanismos de proteção previstos na Lei Maria da Penha, com índices mais elevados em comunidades periféricas, tradicionais e indígenas.

A cerimônia também marcou o lançamento da nova edição da Revista do Cocevid, intitulada Direitos Humanos das Mulheres e Acesso à Justiça. A publicação reúne 11 artigos que abordam temas como feminismo e direito, interseccionalidade da violência doméstica e o protocolo para julgamento com perspectiva de gênero.

Na programação do evento, o grupo Neojiba realizou apresentação instrumental e a cantora Marinez de Jesus interpretou o Hino Nacional e o Hino da Bahia. Ao final, a Juíza Auxiliar da Presidência do CNJ, Luciana Lopes, destacou avanços recentes na política judiciária voltada ao enfrentamento da violência contra a mulher no país.

Reunião do Cocevid promove evento aberto sobre liderança feminina

Na quinta-feira (04/04/2024), o Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) sediou o segundo dia da reunião do Colégio de Coordenadores da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Poder Judiciário Brasileiro (Cocevid). A programação incluiu a primeira Reunião Executiva da nova gestão presidida pela Desembargadora Nágila Brito e um seminário aberto ao público com foco na liderança feminina no Poder Judiciário.

O seminário, intitulado “Mulheres no Poder: Liderar, Inspirar e Transformar”, foi realizado na sede do TJBA com organização da Coordenadoria da Mulher e da Universidade Corporativa Ministro Hermes Lima (Unicorp). O evento contou com as presenças da Ministra Maria Elizabeth Rocha, Presidente do Superior Tribunal Militar (STM), e da Desembargadora Salise Monteiro Sanchotene, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), além da mediação de Mabel Freitas, pesquisadora em políticas sociais e educação antirracista.

Durante sua participação, a Ministra Maria Elizabeth Rocha abordou o princípio da isonomia de gênero, previsto na Constituição Federal de 1988, e destacou os obstáculos estruturais enfrentados pelas mulheres que atuam na magistratura. A ministra apontou a permanência de práticas patriarcais no sistema de Justiça e defendeu a adoção de políticas efetivas para promover a participação feminina em cargos de decisão.

A Desembargadora Salise Monteiro Sanchotene, que também atuou como Conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), apresentou a palestra “Equidade de Gênero no Poder Judiciário: A Experiência no CNJ”. Na exposição, destacou que mulheres representam 38% da magistratura brasileira, com apenas 6% de magistradas negras e 25% de desembargadoras. Ela também citou dados sobre a composição do TJBA, onde mais de 40% dos magistrados são mulheres, uma das maiores proporções do país.

A apresentação da Desembargadora incluiu referências ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5 (ODS 5) da Agenda 2030 da ONU, que trata da igualdade de gênero, e contextualizou a defasagem histórica da presença feminina no Judiciário brasileiro. Foi lembrado que a primeira juíza brasileira tomou posse somente em 1939, enquanto a primeira juíza negra atuou no TJBA décadas depois.

A Desembargadora Nágila Brito, Presidente do Cocevid e coordenadora da mulher no TJBA, encerrou a programação com uma fala sobre a necessidade de ações concretas que transformem os debates em práticas institucionais. Seu mandato à frente do colegiado tem duração de um ano, com possibilidade de recondução.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.