Nesta quinta-feira (17/04/2025), o Governo da Bahia anunciou a atuação da Força Nacional de Segurança Pública no Extremo Sul do estado, com o objetivo de conter conflitos agrários envolvendo comunidades indígenas e produtores rurais. A medida ocorre após o agravamento de disputas territoriais em áreas de interesse da União e será realizada em cooperação com as autoridades locais, com apoio contínuo das forças estaduais de segurança pública.
Contexto dos conflitos agrários na região
A tensão entre povos indígenas e proprietários de terras tem se intensificado, especialmente no município de Prado, onde a ocupação do Parque Nacional do Descobrimento por indígenas da Aldeia Reserva dos Quatis resultou na morte de um homem de 50 anos, durante uma ação de retomada de território.
A disputa gira em torno do reconhecimento de terras tradicionais, reivindicadas pelas comunidades indígenas, em contraposição à titularidade jurídica apresentada por produtores rurais. O episódio levou à suspensão da visitação no parque nacional, que permanece fechado para reorganização e limpeza das instalações.
Posicionamento oficial do Governo da Bahia
Por meio de nota oficial, o Governo da Bahia afirmou o compromisso com a legalidade e a ordem pública, destacando a necessidade de respeito à propriedade privada, sem desconsiderar o direito à demarcação de terras indígenas conforme previsto pela Constituição Federal.
A gestão estadual enfatizou que o diálogo institucional é o único caminho legítimo e duradouro para assegurar a paz e a justiça social, sobretudo em regiões onde conflitos fundiários envolvem múltiplos interesses e complexidades históricas.
Operação Pacificar e combate à violência
No mês de março, a Polícia Civil da Bahia deflagrou a “Operação Pacificar”, com o objetivo de conter ações violentas relacionadas a disputas por terra. A operação resultou na prisão de dez pessoas acusadas de integrar grupos armados responsáveis por retomadas forçadas de território.
De acordo com a corporação, os investigados estariam envolvidos em práticas como:
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Violência física e ameaças contra trabalhadores e proprietários;
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Saques de plantações e danos ao patrimônio rural;
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Restrição da liberdade de locomoção de moradores locais.
Os mandados judiciais foram expedidos com base em inquéritos instaurados em 2024, que investigam a atuação de facções que alegam representar causas indígenas, mas estariam utilizando tais demandas para justificar ações criminosas.
Articulação entre União, Estado e Judiciário
A presença da Força Nacional em áreas de interesse da União — como parques e reservas federais — ocorre com autorização do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A atuação conjunta envolve o Governo Federal, o Executivo estadual e órgãos do sistema de justiça, como o Ministério Público e a Defensoria Pública da União, que acompanham os desdobramentos judiciais e administrativos das disputas territoriais.
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