O que acontece após a morte do Papa Francisco: entenda o processo de transição e eleição do novo pontífice

A morte do Papa Francisco em 21/04/2025 dá início ao tradicional período de Sede Vacante. O camerlengo Kevin Farrell assume as funções administrativas e organiza os ritos fúnebres. O conclave, com 135 cardeais eleitores, será convocado entre 15 e 20 dias após o falecimento para eleger o novo pontífice. As mudanças introduzidas por Francisco impactam desde os ritos de sepultamento até a configuração do Colégio Cardinalício.
Legado pastoral de Francisco influencia os ritos pós-morte e a escolha do próximo papa.

Segunda-feira (21/04/2025) – Com a morte do Papa Francisco, ocorrida nesta segunda-feira, a Igreja Católica inicia o tradicional período de transição denominado Sede Vacante (Sé Vacante), que estabelece os ritos de luto, os preparativos para o funeral e o processo que culmina na eleição de um novo pontífice. Esta etapa, marcada por protocolos históricos, será realizada com algumas alterações promovidas pelo próprio Francisco, refletindo sua visão pastoral e reformista.

Início do período de Sé Vacante

Com o falecimento do papa, a administração ordinária do Vaticano é temporariamente transferida ao camerlengo, atualmente o cardeal Kevin Farrell, de origem irlandesa e norte-americana, nomeado em 2019 por Francisco. O camerlengo é o único alto oficial que permanece em função durante a vacância da Sé Apostólica.

Entre suas atribuições estão:

  • Certificação oficial da morte do papa;

  • Organização do funeral;

  • Destruição do Anel do Pescador, símbolo do exercício papal, encerrando formalmente o pontificado.

Cerimônias fúnebres e enterro

O período de luto é marcado por nove dias de orações, conhecidos como novemdiales, além de reuniões dos cardeais para organizar o funeral. O sepultamento deve ocorrer entre o quarto e o sexto dia após a morte.

Francisco solicitou alterações nos rituais fúnebres, entre elas:

  • Ser enterrado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, e não na Basílica de São Pedro, como seus antecessores;

  • Dispensa do uso dos três caixões tradicionais, optando por um único feito de madeira e zinco;

  • Exposição do corpo em caixão aberto para veneração dos fiéis, eliminando o uso de trono elevado e almofadas, como era costume.

Preparação e realização do conclave

Passado o luto, os cardeais preparam-se para o conclave, reunião reservada onde será escolhido o novo pontífice. A eleição deve iniciar-se entre 15 e 20 dias após a morte do papa.

Atualmente, existem 135 cardeais eleitores, todos com menos de 80 anos, dos quais 108 foram nomeados por Francisco. Embora a maioria seja da Europa, há representantes de todos os continentes, refletindo a diversidade da Igreja.

Durante o conclave, que ocorre na Capela Sistina, são realizados até quatro escrutínios diários. O candidato eleito precisa atingir dois terços dos votos. As cédulas são incineradas após cada rodada:

  • Fumaça preta: nenhum eleito;

  • Fumaça branca e toque dos sinos: novo papa escolhido.

Aceitação, vestes e anúncio do novo papa

Após a escolha, o cardeal eleito é conduzido à Sala das Lágrimas, onde veste a batina papal branca e escolhe o nome pontifício. O decano do Colégio Cardinalício pergunta se ele aceita a missão. A aceitação oficial o torna imediatamente bispo de Roma e chefe da Igreja Católica.

Em seguida:

  • Os cardeais prestam homenagem;

  • O novo papa dirige-se à sacada da Basílica de São Pedro;

  • O cardeal diácono mais sênior anuncia ao mundo, em latim: “Habemus Papam!”

Esse rito marca o início do novo pontificado e inaugura uma nova fase no comando da Santa Sé.

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