A Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) concedeu, na manhã desta segunda-feira (26/05/2025), o Título de Cidadã Baiana à cantora Alcione Dias Nazareth, em reconhecimento à sua contribuição histórica à música popular brasileira e à valorização da cultura afro-baiana. A iniciativa foi proposta pela deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) e aprovada por unanimidade pelo parlamento estadual.
Alcione e a Bahia: uma relação consolidada pela música
A solenidade foi marcada por manifestações de apreço à trajetória da artista maranhense, cuja carreira se entrelaça à produção musical baiana. Alcione, conhecida nacionalmente como “Marrom”, iniciou sua trajetória artística aos nove anos de idade e, desde então, consolidou-se como uma das principais intérpretes do samba brasileiro.
A presidente da ALBA, deputada Ivana Bastos, destacou que a concessão do título é o reconhecimento oficial de um laço afetivo e simbólico:
“É apenas a confirmação da baianidade desta grande figura da MPB e do samba, porque espiritualmente ela já é baiana há muito tempo”, afirmou a parlamentar, citando os sucessos “Aruandê” (1975), de Edil Pacheco e Nelson Rufino, e “Ilha de Maré” (1977), de Walmir Lima.
Olívia Santana: “Essa homenagem é uma consagração da ancestralidade negra”
Em sua fala durante a cerimônia, a deputada Olívia Santana definiu o ato como um reconhecimento à força da mulher negra na cultura brasileira, ressaltando a relevância de Alcione para a memória musical do país.
“Ela interpreta composições de baianos como Edil Pacheco, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Riachão e homenageia grupos como Ilê Aiyê, Olodum e Araketu. Seu compromisso com a música e a cultura da Bahia a torna, de fato, uma filha deste Estado”, declarou a autora da proposição.
Segundo Olívia, a cerimônia foi um dos momentos mais significativos de sua atuação parlamentar:
“Alcione canta a Bahia, a Lavagem do Bonfim, a Ilha de Maré. Tudo o que grava vira sucesso. Ela divulga a força cultural do nosso povo”.
Trajetória de Alcione: do Maranhão ao reconhecimento nacional
Nascida em São Luís (MA), Alcione é filha do maestro João Carlos Dias Nazareth, que regia a banda da Polícia Militar do Maranhão entre 1935 e 1966. Além do canto, é trompetista e clarinetista. Gravou composições do pai, como “Cajueiro Velho” e “Etelvina, Minha Nega”, além de dezenas de canções de compositores baianos.
Edil Pacheco: “Alcione é um patrimônio do Brasil”
O compositor baiano Edil Pacheco, presente à cerimônia, ressaltou a relevância simbólica da homenagem:
“Ela faz parte da identidade baiana por ser uma das intérpretes mais respeitadas do samba e ter gravado inúmeros autores do nosso Estado. Alcione é uma porta-voz da cultura brasileira e defensora da democracia”, afirmou Pacheco, parceiro de Nelson Rufino na composição de “Aruandê”.
Presenças destacadas na cerimônia
Diversas personalidades da música, cultura e política participaram da sessão solene, entre as quais:
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Compositores: Tonho Matéria, Walmir Lima, Nelson Rufino, Jota Veloso e Chocolate da Bahia
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Cantoras: Juliana Ribeiro, Gal do Beco e Aila Menezes
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Artistas e lideranças culturais: atriz Gessy Gesse, Clarindo Silva e a influencer Tia Má
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Secretários estaduais: Bruno Monteiro (Cultura), Augusto Vasconcelos (Trabalho) e Ângela Guimarães (Promoção da Igualdade Racial)
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Autoridades religiosas: Ângela Ferreira, Yakekere do Terreiro do Gantois
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Parlamentares: Alice Portugal (federal), Robinson Almeida e Cláudia Oliveira (estaduais)
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