Quinta-feira, 29/05/2025 – A Polícia Federal (PF) deflagrou, em ações distintas realizadas nos dias 28 e 29 de maio, a 7ª e 8ª fases da Operação Sisamnes, com o objetivo de aprofundar investigações sobre homicídio de um advogado, ocorrido em 2023, e um esquema de corrupção judicial e lavagem de dinheiro, supostamente envolvendo um magistrado vinculado ao Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso (TJMT).
7ª fase da Operação Sisamnes: homicídio e espionagem sob encomenda
A 7ª fase da Operação Sisamnes foi deflagrada na manhã de quarta-feira (28/05/2025) com foco na identificação de mandantes e coautores do assassinato de um advogado em Cuiabá (MT). As investigações revelaram a existência de uma organização criminosa especializada na prática de crimes como homicídios por encomenda e espionagem ilegal.
Por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), foram executados:
-
5 mandados de prisão preventiva;
-
6 mandados de busca e apreensão;
-
4 mandados de monitoramento eletrônico;
-
Medidas cautelares como:
-
recolhimento domiciliar noturno;
-
proibição de contato entre investigados;
-
proibição de saída do país, com recolhimento de passaportes.
-
As diligências ocorreram nos estados de Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais.
8ª fase da Operação Sisamnes: compra de sentenças e ocultação de patrimônio
No dia seguinte, quinta-feira (29/05/2025), a 8ª fase da operação foi deflagrada com foco em crimes de corrupção no Judiciário e lavagem de dinheiro. Segundo a PF, foi identificado um esquema milionário de propina, em que decisões judiciais eram negociadas mediante pagamento ilícito a magistrado estadual.
A ação também teve origem em determinação do STF e resultou nas seguintes medidas:
-
3 mandados de busca e apreensão no estado de Mato Grosso;
-
afastamento do magistrado das funções públicas;
-
sequestro de bens e valores estimados em R$ 30 milhões;
-
proibição de deixar o país, com recolhimento de passaporte.
Corrupção Sistêmica
A continuidade da Operação Sisamnes, agora em sua sétima e oitava fases, demonstra o avanço da Polícia Federal na identificação de estruturas organizadas dentro e fora do Judiciário. A escolha do nome da operação remete ao juiz persa Sisamnes, que, segundo relatos históricos, foi executado por corrupção sob ordem do rei Dario I — uma alusão simbólica ao rigor esperado na apuração de desvios no sistema judicial.
As ações em curso indicam a gravidade das suspeitas: envolvimento direto de magistrado em venda de decisões, algo que fere a confiança institucional e reforça a necessidade de mecanismos de controle independentes e eficazes. O cumprimento dos mandados em múltiplos estados reforça o alcance interestadual das práticas ilícitas, exigindo uma articulação interinstitucional robusta para responsabilização dos envolvidos.
Leia +
Share this:
- Click to print (Opens in new window) Print
- Click to email a link to a friend (Opens in new window) Email
- Click to share on X (Opens in new window) X
- Click to share on LinkedIn (Opens in new window) LinkedIn
- Click to share on Facebook (Opens in new window) Facebook
- Click to share on WhatsApp (Opens in new window) WhatsApp
- Click to share on Telegram (Opens in new window) Telegram
Relacionado
Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)
Subscribe to get the latest posts sent to your email.




