Vendas do varejo baiano recuam em março de 2025 e interrompem sequência de crescimento

Bahia registra retração nas vendas do varejo em março após 28 meses de crescimento.
Comércio varejista da Bahia registra queda de 5,6% frente a março de 2024, o segundo pior desempenho entre os estados. Queda nas vendas em supermercados foi o principal fator de retração no varejo baiano em março de 2025.

Na terça-feira, 14/05/2025, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os resultados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) referentes a março de 2025, revelando que as vendas do comércio varejista na Bahia caíram 0,2% em relação a fevereiro e 5,6% na comparação com março de 2024, encerrando uma sequência de 28 meses consecutivos de crescimento interanual, iniciada em novembro de 2022.

O recuo baiano superou a média nacional de -1,0% e representou o segundo pior resultado entre as unidades da Federação, atrás apenas do Rio de Janeiro (-6,7%). O desempenho estadual também ficou aquém da média brasileira na variação mensal, que registrou crescimento de 0,8%.

Desempenho trimestral e anual mostra desaceleração do setor

No acumulado do primeiro trimestre de 2025, as vendas do varejo baiano recuaram 0,5%, enquanto o Brasil apresentou crescimento de 1,2%. Foi o 22º pior resultado entre os estados. Contudo, no acumulado dos últimos 12 meses encerrados em março, as vendas no estado cresceram 4,1%, índice superior ao nacional (3,1%) e o 13º melhor desempenho entre as 27 unidades da Federação.

Supermercados puxam queda generalizada em 7 das 8 atividades do varejo

Das oito categorias pesquisadas no varejo restrito, sete apresentaram retração em março de 2025. O setor de hipermercados, supermercados, alimentos, bebidas e fumo teve queda de 8,5%, influenciando fortemente o resultado negativo do comércio baiano, dado seu peso na composição geral do setor.

Foi o primeiro resultado negativo do segmento após 21 meses de alta, desde junho de 2023. Em seguida, os outros artigos de uso pessoal e doméstico, que incluem grandes varejistas on-line, caíram 14,5%, com impacto significativo sobre o desempenho geral.

Por outro lado, apenas o segmento farmacêutico apresentou crescimento (10,1%), mantendo uma sequência de 24 meses de alta, iniciada em abril de 2023. Esse setor também lidera os acumulados trimestral (9,1%) e anual (8,7%).

Varejo ampliado apresenta retração na comparação anual

No varejo ampliado — que inclui vendas de veículos, materiais de construção e atacado alimentar especializado (atacarejos) —, a Bahia registrou alta de 0,7% frente a fevereiro, mas queda de 7,1% na comparação com março de 2024, a segunda mais acentuada entre os estados, inferior apenas à de Pernambuco (-7,3%). A média nacional na comparação anual foi de -1,2%.

Apesar da retração generalizada, o setor de veículos foi exceção, com crescimento de 2,8%, mantendo uma sequência de 12 meses consecutivos de alta. Já o atacado de alimentos caiu 23,1%, marcando o oitavo mês seguido de retração, enquanto as vendas de materiais de construção recuaram 5,6%.

Acumulados do varejo ampliado seguem abaixo da média nacional

No acumulado do primeiro trimestre de 2025, o varejo ampliado baiano registrou queda de 2,5%, inferior à média nacional de 1,1%, sendo o terceiro pior desempenho entre os estados. No acumulado dos últimos 12 meses, o estado obteve crescimento de 2,9%, ligeiramente abaixo da média nacional (3,0%) e com a 17ª melhor posição entre as 27 unidades federativas.

Desempenhos estaduais contrastam com lideranças regionais

Em março, o crescimento nacional foi impulsionado por Paraíba (3,0%), Goiás (2,4%) e Distrito Federal (2,1%), enquanto Amapá (11,0%), Mato Grosso (7,7%) e Piauí (7,4%) lideraram os resultados positivos na comparação anual.

Por outro lado, a Bahia registrou um recuo que reflete fragilidade estrutural no consumo interno e pressões inflacionárias sobre itens essenciais, como alimentos, que influenciam diretamente o desempenho dos supermercados.


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