Sexta-feira (20/06/2025) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o governo federal lançará, até o final do mês, uma nova linha de crédito voltada à aquisição de motocicletas elétricas por entregadores de aplicativo, além de iniciativas voltadas à reforma de residências populares e à distribuição gratuita de gás de cozinha para famílias de baixa renda.
As propostas foram reveladas em entrevista ao podcast Mano a Mano, apresentado por Mano Brown e pela jornalista Semayat Oliveira. Segundo Lula, as medidas fazem parte de um pacote de inclusão produtiva e bem-estar social.
“Vou abrir uma linha de crédito para financiar moto elétrica para os entregadores de alimentos neste país”, afirmou o presidente. Também destacou que o programa de reformas residenciais será destinado à população que deseja realizar ampliações modestas em suas moradias, como construção de banheiros ou quartos adicionais.
Além disso, Lula reiterou a promessa de incluir o botijão de gás de 13 kg na cesta básica, com fornecimento gratuito para inscritos no Cadastro Único (CadÚnico).
Governo estuda viabilizar subsídio integral do gás de cozinha
A política de gratuidade para o gás liquefeito de petróleo (GLP) já vinha sendo considerada desde 2024. Lula enfatizou a necessidade de subvencionar o preço do produto como forma de garantir acesso universal.
“Um gás de cozinha sai da Petrobras a R$ 37, mas chega ao consumidor final por R$ 140. Precisamos encontrar meios de distribuir gratuitamente para os mais pobres”, declarou.
Lula defende exploração de petróleo na Margem Equatorial como estratégia de transição energética
Ainda durante o podcast, o presidente defendeu a continuidade dos estudos e possível exploração de petróleo na Margem Equatorial, área marítima que se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá. Lula argumentou que o mundo ainda depende dos combustíveis fósseis e que o Brasil deve utilizar seus recursos naturais de forma responsável.
“Sou realista. O mundo não está preparado para viver sem petróleo”, disse. “A gente já mistura 30% de etanol na gasolina e 15% de biodiesel no diesel. O petróleo pode financiar a transição energética.”
O presidente também questionou as críticas feitas à Petrobras, afirmando que a estatal possui tecnologia de ponta para atuação em águas profundas e que não se pode abrir mão da soberania sobre recursos estratégicos enquanto países desenvolvidos continuam a explorar suas reservas.
Aumento do IOF é defendido como mecanismo de compensação fiscal
Durante a entrevista, Lula também comentou a proposta de aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), tema que tem gerado resistência no Congresso Nacional. Segundo o presidente, a intenção é aumentar a contribuição de segmentos com maior capacidade contributiva, como bancos, fintechs e plataformas de apostas.
“Queremos justiça tributária. Quem ganha mais, paga mais. Quem ganha menos, paga menos. E os mais vulneráveis não devem pagar impostos.”
A declaração ocorre após a aprovação da urgência para tramitação do PDL 314/25, que propõe suspender os efeitos do decreto presidencial de 11 de junho, que alterou as regras do IOF. O governo apresentou a medida junto a uma Medida Provisória como forma de compensar a meta fiscal e evitar novos cortes orçamentários, após o contingenciamento de R$ 31,3 bilhões anunciado em maio.
Análise crítica das propostas
As medidas anunciadas por Lula evidenciam uma tentativa de equilibrar políticas sociais com responsabilidade fiscal, utilizando instrumentos de crédito popular e aumento da carga tributária seletiva. A proposta de financiar motos elétricas alinha-se ao discurso ambiental e à pauta da mobilidade urbana sustentável, mas demanda clareza sobre subsídios, taxas de juros e garantias públicas envolvidas.
No caso do gás de cozinha, o desafio será estruturar uma logística eficiente de distribuição gratuita, com rastreabilidade e controle para evitar desvios. Já a defesa da Margem Equatorial enfrenta forte oposição ambiental, embora o governo adote o discurso da transição responsável.
Por fim, a proposta de reajuste do IOF reflete conflito entre o Executivo e o Congresso Nacional sobre a forma e os meios de financiar políticas públicas sem comprometer o arcabouço fiscal. A reação do Parlamento sugere que o Palácio do Planalto terá que negociar novas estratégias para evitar desgaste político.
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