Crise diplomática entre Brasil e EUA expõe riscos da política externa de Lula, aponta pesquisador Joaci Góes

Em artigo contundente Joaci Góes critica a política externa do presidente Lula, acusando-o de agir por interesses pessoais ao confrontar os Estados Unidos. O autor alerta para os efeitos destrutivos do tarifaço de Trump, a deterioração institucional e o risco de impeachment, caso a crise econômica e diplomática se intensifique.
Infográfico com os setores brasileiros mais afetados pelo tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos. Artigo crítico de Joaci Góes repercute tensões provocadas por Lula com os Estados Unidos e alerta para efeitos econômicos devastadores do tarifaço do Governo Trump.

O agravamento da crise diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos, impulsionado por declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra Donald Trump, foi duramente criticado pelo escritor e ex-deputado Joaci Góes em artigo publicado nesta quinta-feira (31/07/2025), na Tribuna da Bahia. Para o autor, a postura do presidente brasileiro compromete o bem-estar nacional e pode transformar o país em um “pária diplomático”, diante do iminente colapso comercial gerado pelo tarifaço de 50% imposto por Washington, que entra em vigor nesta sexta-feira (01/08).

Em seu artigo intitulado “A marcha da insensatez 2”, Joaci Góes sustenta que há um consenso na Administração Pública sobre a gravidade de se sobrepor interesses pessoais ao bem coletivo — acusação que ele imputa diretamente a Lula. Segundo Góes, a insistência do presidente em atacar publicamente Donald Trump, em vez de adotar uma postura diplomática, agrava a instabilidade econômica do Brasil e compromete suas relações internacionais.

“Nada há de mais imoral do que alguém colocar interesses pessoais acima do bem-estar da coletividade”, escreve Góes.

Impactos econômicos e sociais do tarifaço

O autor destaca que as tarifas norte-americanas de 50% sobre produtos brasileiros terão efeitos concretos e danosos, afetando empresas nacionais e estrangeiras instaladas no Brasil. Góes prevê perda de milhões de empregos, fechamento de fábricas e retração nos investimentos bilaterais. Ele argumenta que o discurso agressivo de Lula não está voltado ao interesse nacional, mas sim a uma tentativa de mobilizar bases populares por meio de confrontos ideológicos com potências ocidentais.

“A coprolalia política lulista busca construir a imagem de um ‘Santo Guerreiro contra o Dragão da Maldade’, mesmo que ao custo da riqueza nacional”, ironiza.

Rejeição crescente e risco de impeachment

Joaci Góes sugere que, diante do avanço da rejeição popular e da escalada de tensões externas, a continuidade de Lula no poder pode se tornar insustentável. Para ele, o eventual colapso econômico poderá levar parte da elite política a considerar o impeachment como uma solução institucional viável.

“A compreensão dos segmentos menos esclarecidos sobre o real impacto da crise pode inviabilizar as alianças de Lula com quase todas as correntes partidárias”, afirma.

Oposição no STF e crise de legitimidade

O texto também critica o papel do Supremo Tribunal Federal, que, segundo Góes, tem sido conivente com os abusos presidenciais. Para ele, a atual composição do STF seria a “mais impopular de sua história”, contribuindo para uma erosão das instituições e do pacto republicano.

Citações bíblicas e advertência histórica

Encerrando sua argumentação, Góes recorre a uma passagem bíblica para advertir sobre os riscos da retórica beligerante adotada pelo governo:

“Quem com ferro fere, com ferro será ferido” (Mateus 26:52), citando Jesus ao repreender Pedro no episódio da prisão em Getsêmani.

Realidade negligenciada

A publicação de Joaci Góes oferece uma leitura severa da atual política externa brasileira, refletindo um posicionamento conservador que valoriza a moderação diplomática e o pragmatismo econômico. Ainda que se possa debater o tom ácido e as implicações políticas da análise, o texto escancara uma realidade negligenciada por parte da opinião pública: o alto custo geopolítico de embates retóricos com potências globais.

O risco de isolamento internacional e o impacto direto sobre empregos e investimentos exigem, neste momento, menos ideologia e mais estratégia de Estado. O alerta está posto, e cabe à sociedade e às instituições responderem com a maturidade que o momento exige.


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