A embaixadora da Alemanha no Brasil, Bettina Cadenbach, realizou visita institucional à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos da Bahia (SJDH) nesta segunda-feira (28/07/2025), onde se reuniu com o secretário Felipe Freitas para discutir estratégias de enfrentamento ao trabalho escravo contemporâneo, com foco na cadeia produtiva do café brasileiro, principal produto de exportação consumido pelo país europeu.
Alemanha manifesta preocupação com origem de produtos importados
Durante a reunião, a embaixadora afirmou que a Alemanha não deseja colaborar, ainda que indiretamente, com cadeias produtivas associadas a violações de direitos humanos, como o trabalho escravo. Ela destacou a importância da rastreabilidade e da sustentabilidade na produção agrícola e afirmou que o governo alemão está atento às novas diretrizes da União Europeia sobre responsabilidade social corporativa e direitos humanos nas cadeias de fornecimento.
A Alemanha é atualmente o maior consumidor mundial do café brasileiro. Entre 2023 e 2025, 204 trabalhadores foram resgatados em situação análoga à escravidão na cafeicultura da Bahia, com registros expressivos em municípios como Encruzilhada e Ituaçu.
Cooperação internacional e parcerias futuras
O encontro estabeleceu abertura para parcerias entre o governo baiano e instituições alemãs, com base em princípios de comércio ético e direitos fundamentais no trabalho. Bettina Cadenbach afirmou que levará as pautas discutidas à Alemanha e que o diálogo com a SJDH será retomado após a COP 2025, marcada para Belém-PA.
Governo da Bahia amplia atuação contra trabalho escravo
O secretário Felipe Freitas apresentou as ações executadas pela SJDH por meio da Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae/BA), que atua em parceria com órgãos do executivo e do sistema de justiça. Ele também anunciou a campanha estadual “Parece absurdo, mas o trabalho escravo ainda existe”, que será lançada na primeira quinzena de agosto com o objetivo de ampliar a conscientização e reforçar políticas públicas voltadas ao trabalhador rural.
Freitas destacou que o Estado tem atuado desde a identificação de casos até a reinserção das vítimas no mercado de trabalho, garantindo suporte e acesso a políticas sociais.
Participações institucionais na reunião
Além da embaixadora, participaram do encontro a Cônsul Honorária da Alemanha na Bahia, Petra Schaeber; a coordenadora de Combate ao Trabalho Escravo do Ministério Público do Trabalho (MPT), Manoella Gideon; o chefe de Gabinete da SJDH, Raimundo Nascimento; a superintendente de Apoio e Defesa aos Direitos Humanos, Trícia Calmon; e a coordenadora estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, Hildete Emanuele.
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