Publicado na quarta-feira (03/07/2025) no jornal Tribuna da Bahia, o artigo “A caminho do impeachment”, de autoria do advogado, escritor e ex-deputado federal Joaci Góes, apresenta uma crítica contundente à condução fiscal e política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O texto argumenta que o atual governo conduz o país a um cenário de colapso financeiro, com endividamento alarmante e crescentes tensões entre os Poderes da República.
Segundo Joaci Góes, o Brasil se encontra tecnicamente quebrado, com uma dívida pública correspondente a 80% do PIB nacional, estimada em R$ 10,12 trilhões. O autor ressalta que o custo anual dessa dívida, considerando a Taxa Selic em 15% ao ano, alcança a cifra de R$ 1,518 trilhão, o que equivale a R$ 126 bilhões por mês ou cerca de R$ 4,27 bilhões por dia.
Góes afirma que, diante dessa realidade, a continuidade dos gastos públicos em expansão representa ameaça à estabilidade da administração pública em 2026, e defende medidas urgentes para conter o que classifica como “gastança desenfreada”.
Conflito com o Congresso e uso do Judiciário
O autor critica a decisão do governo federal de recorrer ao Judiciário para reverter a derrubada do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) pelo Congresso Nacional. Para ele, tal conduta representa um conflito aberto com o Legislativo, inclusive com partidos que participam do governo: “O desesperado recurso ao Judiciário coloca o Governo Lula em rota de colisão com a grande maioria de deputados e senadores”, escreveu.
Góes observa que a prerrogativa do Congresso em aprovar ou rejeitar medidas tributárias está prevista constitucionalmente, tornando a contestação jurídica do governo “sem fundamento institucional”.
Popularidade em queda e crítica à comunicação governamental
O artigo contesta a tese de que a baixa popularidade de Lula decorre de falhas na comunicação institucional. Para Joaci Góes, o problema é de fundo administrativo: “Deriva, sim, da má qualidade da administração, representativa da postura que caracteriza a famosa distinção que Winston Churchill fez entre político e estadista.”
Nesse sentido, o autor considera que o governo Lula age com foco exclusivo em objetivos eleitorais, priorizando a manutenção do poder em detrimento da responsabilidade com as próximas gerações. Ele resume esse comportamento com a expressão francesa “après moi, le déluge”, atribuída a Luís XV: “Depois de mim, o dilúvio”.
Desgaste internacional e alinhamento com regimes autoritários
Góes também destaca a perda de prestígio internacional do Brasil, associada, segundo ele, ao alinhamento do governo Lula com regimes autoritários e movimentos antidemocráticos. Menciona, nesse contexto, Venezuela, Nicarágua, Irã e organizações classificadas como terroristas por países ocidentais.
O autor observa que o presidente Lula está cada vez mais distante do reconhecimento internacional que já teve no passado, citando como exemplo o elogio feito por Barack Obama em 2009 – “This is the guy” –, hoje, segundo ele, sem ressonância.
Alerta sobre possível processo de impeachment
Ao final do artigo, Joaci Góes retoma a hipótese central de seu texto: o impeachment como saída para impedir o agravamento da crise. Ele compara a situação atual à de governos anteriores que enfrentaram tensões semelhantes com o Congresso Nacional, como os de Fernando Collor de Mello e Dilma Rousseff, ambos afastados da Presidência por decisão do Parlamento.
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