A professora e semióloga Lícia Soares de Souza foi condecorada, em 21 de junho de 2025, com a medalha da Ordre des francophones des Amériques (Ordem dos Francófonos das Américas) de 2024, honraria concedida pelo Ministério da Língua Francesa de Québec. A premiação destaca a relevância de sua atuação para a promoção da língua francesa nas Américas, especialmente no Brasil, no contexto de um cenário global marcado pela predominância do inglês como idioma de circulação internacional.
A Ordem dos Francófonos das Américas reconhece anualmente sete personalidades que contribuíram para a promoção do francês em diferentes regiões, sendo dois representantes do Québec e cinco de outras partes das Américas e do mundo. Lícia foi contemplada na categoria referente às Américas, pelo conjunto de sua obra e atuação profissional.
Professora Emérita da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Lícia é também professora associada da Université du Québec à Montréal (UQAM) e colaboradora na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Sua trajetória inclui a organização de congressos internacionais e o desenvolvimento de programas de ensino e pesquisa voltados para a língua e a cultura quebequenses. Destaca-se ainda sua vice-presidência na Associação Internacional de Estudos Quebequenses (ABECAN), com representação para a América Latina.
Formação de professores e ensino do francês no Brasil
A professora também se destacou pela criação e divulgação de programas de formação para professores de francês, como o Stage de perfectionnement da Université Laval, além de cursos em estudos quebequenses promovidos na UNEB e na UFBA.
Entre as iniciativas de maior impacto, estão:
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Francês para o turismo em Salvador, projeto que extrapolou o ambiente acadêmico e foi incorporado por Secretarias de Turismo municipais;
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Metodologia de francês instrumental voltada a candidatos a programas de pós-graduação;
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Projeto Ateliers de langue française, realizado em parceria com a Alliance Française e a Associação de Professores de Francês.
Em 2020, Lícia foi premiada pela Associação de Professores da Bahia com o Prêmio de Poesia sob o tema Le français dans ma vie, consolidando sua contribuição ao ensino e à cultura francófona.
Obra acadêmica e homenagens no Brasil
Além da premiação internacional, em 2025 Lícia Soares de Souza também foi tema central da obra “Signos em Transe”, organizada por Taurino Araújo. O livro é descrito por especialistas como o maior levantamento etnográfico e semiológico produzido na Bahia nos últimos 50 anos. A publicação reúne textos de autores renomados, como Winfried Nöth, Berthold Zilly, Zilá Bernd e Emiliano José, entre outros.
O livro articula perspectivas biográficas, acadêmicas e etnográficas sobre a atuação de Lícia, abordando temas como:
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Semiótica e ensino de línguas
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Estudos canadenses e francofonia
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Poesia canadense francófona
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Literatura e cinema brasileiros
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Geopoética e o ciclo canudiano
A obra também evidencia a atuação da professora em instituições como a UNEB, UFBA, Uefs, Uesb, Université Laval, Universidade de Kassel e Universidade de Saarlandes.
Produção acadêmica e literária
Autora de uma obra vasta, Lícia publicou títulos como Introdução às Teorias Semióticas (Vozes), Représentation et Idéologie (Balzac, Montreal) e Figures spatiales de Montréal (2019). Seus textos integram programas de pós-graduação no Brasil e no exterior. Em 2025, recebeu o Prêmio Clarice Lispector pelo romance distópico Quando as traças criaram asas.
Com publicações em português, francês e alemão, sua produção transita entre a semiótica da cultura, literatura, cinema e poesia, consolidando seu nome no cenário acadêmico internacional.
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