Polarização política e eleitorado flutuante: o que o cientista político Felipe Nunes revela sobre as pesquisas eleitorais para 2026

Pesquisas de 2026: cientista político Felipe Nunes aponta papel-chave do eleitor flutuante na disputa polarizada.
Cientista político Felipe Nunes apresenta, no programa Roda Viva (Segunda-feira, 16/06/2025), dados que evidenciam a consolidação do lulismo e do bolsonarismo como eixos centrais da política brasileira, analisando o impacto da abstenção e dos novos eleitores empreendedores.

Na edição exibida ao vivo em 16 de junho de 2025 (segunda-feira), o programa Roda Viva recebeu Felipe Nunes, diretor do Instituto Quaest e professor da FGV-EESP. O objetivo da entrevista foi mapear riscos e oportunidades para candidatos e partidos no próximo ciclo eleitoral, com base nas evidências empíricas produzidas pela Quaest.

A bancada foi composta por jornalistas e acadêmicos, que apresentaram ao entrevistado uma série de questionamentos. As respostas e reflexões geraram o conteúdo sistematizado nas seguintes seções: Análises, Principais Abordagens e o Sumário Editorial, este último elaborado por Carlos Augusto, jornalista, cientista social e editor do Jornal Grande Bahia.

As análises de Felipe Nunes

Dois blocos consolidados dominam 70% do eleitorado

De acordo com Nunes, o eleitorado brasileiro está repartido em duas torres ideológicas de aproximadamente 35% cada: uma identificada com Lula e a esquerda, e outra com Jair Bolsonaro e a direita. Essas estruturas políticas, segundo o cientista político, têm resistido à passagem do tempo e à alternância de poder, caracterizando um fenômeno de “calcificação eleitoral”.

Na visão de Nunes, essa calcificação não representa apenas fidelidade partidária, mas sim identificações emocionais e afetivas com visões de mundo divergentes, que envolvem temas morais, econômicos e culturais. A novidade, segundo ele, é que a polarização deixou de ser apenas partidária ou ideológica e passou a ser social e afetiva, dificultando o diálogo e aprofundando a intolerância.

Polarização política desde 2018: da crise da representação à radicalização emocional

Felipe Nunes apontou que o ciclo de polarização atual se intensificou a partir das eleições de 2018, com a ruptura do centro político tradicional. A derrocada do PSDB e o esvaziamento do MDB criaram um vácuo ocupado por discursos de forte apelo emocional, que mobilizam afetos em vez de argumentos. Segundo Nunes, o cenário é de “radicalização afetiva“, em que os eleitores não apenas discordam dos adversários, mas os desprezam. Essa dinâmica enfraquece o debate democrático e reduz o espaço para consensos.

Confiabilidade das pesquisas eleitorais após ciclos de críticas

O cientista político reconheceu que houve forte desconfiança sobre os institutos de pesquisa, especialmente nas eleições de 2022, quando a diferença entre as projeções e os resultados reais gerou críticas públicas. No entanto, Nunes argumenta que o erro não foi estatístico, mas metodológico, pois os modelos tradicionais não incorporavam adequadamente o crescimento da abstenção e o comportamento do voto útil na reta final. A Quaest, segundo ele, aprendeu com esses erros e incorporou técnicas como o “modelo de eleitor provável” para refinar suas projeções.

Como a polarização entre Lula e Bolsonaro molda o debate político

Para Felipe Nunes, Lula e Bolsonaro funcionam como “âncoras simbólicas” da política brasileira atual. Suas figuras condensam ideologias, afetos e memórias sociais que moldam o debate público. Em vez de discutir políticas públicas, parte significativa do eleitorado define suas preferências com base em posicionamentos identitários vinculados a esses dois líderes. Isso transforma o ambiente político em uma disputa de narrativas excludentes, onde a lógica binária impede o surgimento de alternativas viáveis.

Força das redes sociais na construção das identidades políticas

Nunes enfatizou que as redes sociais não apenas amplificam opiniões, mas estruturam identidades políticas. Plataformas como TikTok, Instagram e YouTube permitem que influenciadores digitais, religiosos e figuras emergentes consolidem comunidades de opinião autossuficientes. O resultado é a formação de “bolhas informacionais” que dificultam o acesso a perspectivas divergentes. Isso intensifica a polarização e dificulta a ação de campanhas tradicionais baseadas em televisão e rádio.

A influência dos programas sociais e da economia no voto popular

Embora o discurso ideológico seja predominante entre as elites e camadas médias, Felipe Nunes afirma que os programas sociais e a percepção sobre a economia continuam sendo fundamentais no voto popular. Em regiões do Norte e Nordeste, políticas como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida ainda têm grande impacto eleitoral. No entanto, segundo Nunes, quando a percepção econômica é negativa, mesmo os beneficiários desses programas tendem a penalizar os governantes, independentemente dos dados objetivos de crescimento ou distribuição de renda.

Comportamento dos eleitores de centro e os chamados “swing voters”

O grupo dos eleitores “de centro” é composto, segundo Nunes, por indivíduos com baixa identificação partidária, alta volatilidade eleitoral e comportamento pragmático. Eles tendem a decidir o voto com base em três fatores: segurança pública, economia e estabilidade institucional. São eleitores atentos ao desempenho de prefeitos e governadores, que muitas vezes votam em figuras distintas em diferentes esferas de governo. Esses “swing voters” concentram-se nas capitais e regiões metropolitanas e costumam ser decisivos em disputas apertadas.

Desafios para a direita e para o PT na disputa de 2026

Felipe Nunes destacou que tanto o campo bolsonarista quanto o lulista enfrentam desafios importantes para 2026. No caso da direita, a fragmentação entre diferentes pré-candidatos pode diluir o eleitorado conservador, sobretudo sem a presença direta de Bolsonaro.o PT enfrenta o desafio da sucessão: Lula ainda é o principal cabo eleitoral do país, mas não há nome óbvio capaz de herdar seu capital político. Além disso, o partido precisa reconectar-se com os jovens e com as novas formas de engajamento digital, sob pena de perder centralidade no debate público.

O papel dos eleitores “não alinhados”

Entre esses dois blocos, Felipe Nunes identifica um núcleo de cerca de 10% dos eleitores que compõem o grupo efetivamente disputado nas eleições. Segundo ele, esses eleitores são decisivos para os resultados, pois não aderem integralmente a nenhum dos dois campos.

Dois segmentos definem esse núcleo: os liberais sociais, oriundos da antiga base tucana, com preocupação fiscal, valorização institucional e defesa da democracia; e os empreendedores individuais, também chamados de precarizados, que rejeitam o Estado e valorizam a autonomia pessoal.

Esses eleitores se concentram nos grandes centros urbanos do Sudeste, especialmente na cidade de São Paulo, classificada por Nunes como uma área “pêndulo” (swing area) do sistema político brasileiro. O comportamento desses grupos em 2026 será determinante para o resultado do pleito.

Abstenção eleitoral: um desafio para os institutos e para a democracia

Outro ponto enfatizado por Felipe Nunes foi o crescimento da abstenção eleitoral, que atingiu em 2022 níveis superiores a 25% do eleitorado. Ele comparou os dados às eleições dos Estados Unidos, onde o voto não é obrigatório, para ilustrar a gravidade da situação brasileira, onde o voto é compulsório.

Segundo o cientista político, a abstenção reduz a acurácia das pesquisas eleitorais e exige metodologias mais complexas. Por isso, a Quaest passou a adotar o “modelo de eleitor provável” (likely voter model), inspirado em institutos norte-americanos, que pondera as respostas de acordo com a chance real de comparecimento do eleitor às urnas.

Esse modelo permitiu maior precisão na estimativa dos resultados de 2022 e também nas eleições municipais de 2024, reduzindo significativamente o erro médio.

Avaliação do governo e impacto das crises recentes

Durante a entrevista, Nunes apresentou dados que explicam o declínio na avaliação do governo Lula ao longo de 2025. Embora o governo tenha lançado um pacote de programas sociais com alta aprovação, como o retorno do Minha Casa, Minha Vida, a tarifa social de energia e a ampliação da isenção do Imposto de Renda, boa parte da população desconhece essas medidas.

Segundo levantamento da Quaest, 41% dos entrevistados não sabiam dos principais programas anunciados. Essa desconexão entre política implementada e percepção popular é agravada por crises de imagem, como a repercussão negativa do escândalo no INSS, que, de acordo com Nunes, tirou 4 pontos percentuais da aprovação do governo.

Evangélicos e ressentimento social

A entrevista também abordou o papel dos evangélicos na configuração política. Embora representem cerca de 27% da população segundo o Censo 2022, a influência política desse grupo é desproporcional, dada sua capacidade de mobilização, homogeneidade moral e identificação com pautas conservadoras.

Nunes explicou que há uma tensão entre identidades sobrepostas: embora a maioria dos evangélicos seja negra, feminina e de baixa renda, muitos se identificam prioritariamente com sua religião. Dessa forma, as pautas religiosas tendem a se sobrepor às questões raciais ou de classe na formação da opinião política.

O cientista também ressaltou o crescimento do ressentimento social como vetor de polarização: parcelas da classe média que não se percebem beneficiadas pelas mudanças sociais das últimas décadas desenvolvem uma narrativa de que outros grupos “furaram a fila” da meritocracia. Esse sentimento se expressa, por exemplo, na rejeição às cotas, ao Bolsa Família e às políticas afirmativas.

Redes sociais, campanha permanente e influência digital

Outro destaque da entrevista foi a discussão sobre o impacto das redes sociais na formação da opinião pública. Nunes é o criador do Índice de Popularidade Digital (IPD), que monitora em tempo real a reputação de políticos no meio digital.

O IPD mostra que personalidades como Nicolas Ferreira e Michelle Bolsonaro têm desempenho superior ao de Lula e Bolsonaro nas redes. O cientista explicou que o governo, por natureza, enfrenta maiores dificuldades para viralizar conteúdo, pois precisa apresentar resultados enquanto a oposição se beneficia do conflito.

Nunes afirmou que a política brasileira vive um ciclo de “campanha permanente”, em que o noticiário tradicional e as redes disputam a atenção do eleitor a todo instante. O timing da resposta, segundo ele, é mais importante do que a própria narrativa, sendo a velocidade de reação um dos diferenciais para conquistar corações e mentes.

Cenários para 2026 e possíveis sucessores

Apesar de Lula e Bolsonaro poderem não disputar diretamente a eleição de 2026, Felipe Nunes acredita que ambos continuarão a exercer papel central na dinâmica eleitoral. Os dados mostram que a identidade política de parte expressiva do eleitorado está fortemente atrelada aos dois líderes.

No campo da direita, nomes como Tarcísio de Freitas, Romeu Zema, Ronaldo Caiado, Ratinho Jr. e Michelle Bolsonaro aparecem como herdeiros potenciais do espólio bolsonarista. Por outro lado, o campo governista ainda não possui um sucessor com capacidade comprovada de transferência de votos.

Para Nunes, a tendência é de consolidação da polarização, não de sua diluição. Ele alerta que o Brasil pode atravessar três eleições consecutivas definidas pelo voto negativo, ou seja, motivadas pelo medo do adversário e não pela esperança em um projeto. Isso enfraquece a legitimidade e dificulta a governabilidade.

Entre democracias fatigadas e escolhas emocionais

Felipe Nunes encerrou a entrevista destacando que a democracia vive uma crise de entrega: as pessoas não se sentem representadas, não veem resultados concretos e passam a buscar soluções radicais ou figuras fora do sistema. A combinação de ressentimento, desinformação e baixa confiança institucional cria o ambiente ideal para candidatos populistas.

A polarização, por sua vez, substitui o debate racional pela identidade emocional, onde o adversário é visto como inimigo. Para Nunes, a saída passa por reforçar a convivência, a escuta e a tolerância, valores que precisam ser reaprendidos por eleitores e lideranças.

Entenda as principais abordagens de Felipe Nunes

A seguir, confira os principais temas abordados na entrevista do cientista político Felipe Nunes ao programa Roda Viva, transmitido ao vivo em 16 de junho de 2025, e suas conclusões analíticas essenciais:

Temas Principais e Conclusões da Entrevista de Felipe Nunes

1. Calcificação da Polarização Política

  • Tema: Polarização entre lulismo e bolsonarismo como identidade política consolidada.

  • Conclusão: A disputa política brasileira está enrijecida em dois blocos ideológicos (~35% para cada lado), com apenas 10% do eleitorado efetivamente em disputa. Esses eleitores estão concentrados principalmente em grandes centros urbanos do Sudeste.

2. Perfil do Eleitor em Disputa

  • Tema: Quem são os indecisos e swing voters.

  • Conclusão: Dois grupos centrais definem o jogo eleitoral:

    • Liberais sociais (ex-tucanos) — votaram em Lula por rejeição ao autoritarismo de Bolsonaro.

    • Empreendedores individuais (precarizados) — buscam autonomia frente ao Estado e rejeitam a figura do “patrão”.

  • Ambos tendem a se afastar do governo quando percebem ameaça à liberdade econômica ou burocratização estatal.

3. Confiabilidade das Pesquisas Eleitorais

  • Tema: Críticas à metodologia e previsibilidade das pesquisas.

  • Conclusão: Felipe Nunes defendeu o uso de modelos de voto provável (like voter model), já consolidados nos EUA, como resposta à alta abstenção. A abstenção é vista como variável crítica e crescente, o que impacta diretamente as projeções eleitorais.

4. Perda da Eficácia dos Programas Sociais como Cabo Eleitoral

  • Tema: Redução do “voto por gratidão”.

  • Conclusão: A percepção de que benefícios sociais são direitos permanentes, e não favores de governos, reduziu o impacto eleitoral de políticas públicas como Bolsa Família, Vale Gás ou Minha Casa Minha Vida. 70% dos eleitores não acreditam que perderiam benefícios com uma eventual derrota de Lula.

5. Crescimento da Desconfiança nas Instituições

  • Tema: Crise de credibilidade na democracia representativa.

  • Conclusão: Instituições como STF, partidos e o Congresso sofrem erosão de confiança. Há crescente rejeição à política tradicional e espaço potencial para a emergência de outsiders.

6. Identidade Política nas Redes Sociais

  • Tema: Influência digital e estrutura da disputa política nas plataformas.

  • Conclusão: A direita, especialmente radical, domina o campo digital. O governo tem baixa performance em redes. Nomes como Nicolas Ferreira possuem IPD (Índice de Popularidade Digital) superior ao de Lula ou Bolsonaro. A esquerda não conseguiu apresentar um comunicador digital equivalente desde o declínio de Janones.

7. Impacto da Crise no INSS e Percepção da Economia

  • Tema: Fatores que impedem melhora da avaliação do governo.

  • Conclusão: Escândalos como o do INSS frearam a recuperação da imagem do governo. Segundo a Quaest, o episódio impediu ganho de até 4 pontos percentuais na aprovação. Apesar de bons indicadores econômicos objetivos, o “sentimento econômico” não acompanha os números.

8. Polarização Afetiva e Ressentimento Social

  • Tema: Intensificação do ódio político como identidade social.

  • Conclusão: A polarização no Brasil evoluiu da dimensão partidária para polarização afetiva, na qual o adversário político é visto como inimigo moral. Esse fenômeno se manifesta até em contextos familiares e escolares e decorre, em parte, do ressentimento de grupos que se sentem deixados para trás pelas mudanças sociais.

9. Religião como Fator Decisivo no Voto

  • Tema: Peso da identidade religiosa.

  • Conclusão: A religião, especialmente entre evangélicos neopentecostais, é uma das variáveis mais fortes de rejeição ao PT. Mesmo entre pobres e negros, se a identidade religiosa for predominante, tende a prevalecer sobre identidade racial ou de classe.

10. A Democracia como Valor Político em Disputa

  • Tema: Percepções distintas sobre o valor da democracia.

  • Conclusão: Apenas os liberais sociais (eleitorado de centro) consideram a democracia como valor político essencial. Para a maioria do eleitorado, ela não se sustenta como fator de decisão de voto.

11. Efeito da Imagem das Primeiras-damas

  • Tema: Janja e a participação política feminina.

  • Conclusão: A imagem da primeira-dama Janja é predominantemente negativa, especialmente entre mulheres. Contudo, Felipe Nunes ressalta que esse fator não é decisivo eleitoralmente, embora alimente disputas simbólicas nas redes.

12. Debate sobre anistia e julgamento de Bolsonaro

  • Tema: Relevância do julgamento do ex-presidente.

  • Conclusão: Embora rejeição à anistia atinja mais de 60%, o tema não mobiliza fortemente o eleitorado médio. É assunto prioritário apenas para eleitores bolsonaristas e lulistas convictos.

13. Cláusulas de barreira e risco reduzido de outsiders

  • Tema: Fragmentação partidária e surgimento de novos candidatos.

  • Conclusão: A reforma eleitoral e as federações partidárias reduziram a margem de manobra para candidaturas externas, como a de Pablo Marçal em 2024. Mesmo com demanda por “outsiders”, a oferta está institucionalmente bloqueada.

14. Cenário de 2026: Consolidação da Polarização

  • Tema: Projeções eleitorais.

  • Conclusão: A eleição de 2026 deve consolidar a calcificação ideológica, com Lula e Bolsonaro (ou seus herdeiros) atuando como polos organizadores, ainda que fora da urna. Felipe Nunes indica que será a terceira eleição consecutiva pautada pelo voto negativo.

Jogo político tornou-se menos racional

Felipe Nunes traça um diagnóstico realista, embasado e inquietante: o Brasil vive uma era de polarização emocional enraizada em clivagens sociais e ressentimentos históricos. O jogo político tornou-se menos racional, mais simbólico, e os programas sociais, antes decisivos, perderam centralidade no voto. A democracia está fragilizada não por um golpe direto, mas por uma erosão lenta de confiança e pertencimento.

A eleição de 2026 não será uma disputa apenas de candidatos, mas de visões de mundo já cristalizadas, com a maior parte dos votos já ancorada em lealdades identitárias. O desafio para partidos e lideranças será dialogar com os 10% ainda em disputa, localizados nos grandes centros urbanos, especialmente em São Paulo, e que exigem mais do que promessas: querem representação, autenticidade e conexão com sua realidade concreta.

Sumário Editorial

1. Polarização Política e Calcificação Eleitoral

  • Polarização desde 2018: ruptura do centro político e surgimento da radicalização emocional.

  • Formação de dois blocos ideológicos (lulismo x bolsonarismo) com cerca de 35% do eleitorado cada.

  • A “calcificação” das preferências políticas e o fim do debate racional.

  • Polarização afetiva e transformação do adversário em inimigo moral.

2. Perfil do Eleitorado em Disputa

  • Caracterização dos 10% de eleitores não alinhados (swing voters).

  • Dois segmentos principais: liberais sociais e empreendedores precarizados.

  • Localização geográfica: grandes centros urbanos, com destaque para São Paulo.

3. Confiabilidade das Pesquisas Eleitorais

  • Críticas pós-2022 e incorporação do modelo de “eleitor provável”.

  • A abstenção como variável crítica nas projeções.

  • Melhoria da precisão com novos métodos adotados pela Quaest.

4. A Influência das Redes Sociais na Política

  • Redes como formadoras de identidade política e criadoras de bolhas informacionais.

  • Ascensão de figuras como Nicolas Ferreira e Michelle Bolsonaro no IPD.

  • Comunicação de oposição mais eficaz que a do governo no ambiente digital.

  • Lógica da “campanha permanente” e a importância do timing.

5. Programas Sociais e Economia no Voto Popular

  • Redução da eficácia eleitoral dos programas sociais.

  • Percepção econômica negativa como fator de penalização governamental.

  • Desconexão entre políticas públicas e percepção popular.

6. Comportamento dos Eleitores de Centro

  • Pragmáticos, pouco ideológicos, atentos a economia, segurança e estabilidade institucional.

  • Papel decisivo em disputas apertadas, com forte peso nas metrópoles.

7. Abstenção Eleitoral e Impacto Metodológico

  • Crescimento da abstenção mesmo com voto obrigatório.

  • Comparações com o sistema eleitoral dos EUA.

  • Implicações diretas na precisão das pesquisas.

8. Avaliação do Governo Lula em 2025

  • Queda de aprovação apesar de novos programas sociais.

  • Falta de comunicação e repercussões negativas de escândalos (INSS).

  • Desconhecimento da população sobre políticas implementadas.

9. Papel da Religião na Política

  • Influência dos evangélicos neopentecostais na rejeição ao PT.

  • Identidade religiosa sobrepondo-se à identidade racial ou de classe.

  • Mobilização moral como eixo político.

10. Ressentimento Social e Radicalização

  • Narrativa de “injustiça reversa” entre setores da classe média.

  • Rejeição às políticas afirmativas e ao Estado de bem-estar social.

  • Ressentimento como vetor da polarização.

11. Democracia e Representação

  • Perda de confiança nas instituições políticas.

  • Para a maioria, democracia não é valor decisivo no voto.

  • Apenas o eleitorado liberal social ainda prioriza a democracia como critério político.

12. Imagem da Primeira-Dama Janja

  • Rejeição predominante entre mulheres.

  • Impacto simbólico, mas sem efeito eleitoral determinante.

13. Julgamento de Bolsonaro e Debate sobre Anistia

  • Rejeição majoritária à anistia, mas baixa mobilização.

  • Tema restrito a bolsonaristas e lulistas convictos.

14. Reforma Eleitoral e Risco de Outsiders

  • Cláusula de barreira e federações partidárias reduzem espaço para novas candidaturas.

  • Candidatos como Pablo Marçal enfrentam limitações institucionais.

15. Cenário para as Eleições de 2026

  • Continuidade da polarização com Lula e Bolsonaro como âncoras simbólicas.

  • Projeção de nova eleição pautada pelo voto negativo.

  • Ausência de sucessores consolidados em ambos os campos.

16. Diagnóstico Final: Democracia Fatigada e Disputa de Visões de Mundo

  • Crise de pertencimento e erosão da legitimidade democrática.

  • Eleição de 2026 como embate entre identidades cristalizadas, não apenas candidatos.

  • Desafio central: dialogar com os eleitores ainda em disputa.

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