Presidente Lula lança maior Plano Safra da história para agricultura familiar, com R$ 89 bilhões em recursos

Cerimônia no Palácio do Planalto anuncia medidas voltadas ao fortalecimento da agricultura familiar, com ampliação do crédito rural, incentivo à agroecologia e combate à fome.

Na segunda-feira (30/06/2025), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, durante cerimônia no Palácio do Planalto, o Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026, que contempla R$ 89 bilhões em recursos destinados ao fortalecimento da agricultura familiar no Brasil. O montante representa o maior volume já aplicado na história do programa, com destaque para medidas de estímulo ao crédito, mecanização do campo, transição agroecológica e garantia de segurança alimentar.

O plano reforça o papel da agricultura familiar na produção de alimentos e no combate à fome, promovendo políticas públicas orientadas à inclusão produtiva e justiça social no campo.

Do total anunciado, R$ 78,2 bilhões serão destinados ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que completa 30 anos em 2025. A cifra representa um aumento de 47,5% em relação à última edição do plano e contempla condições facilitadas de acesso ao crédito rural.

A taxa de juros permanece em 3% ao ano para alimentos básicos, como arroz, feijão, mandioca, frutas, ovos e leite — podendo chegar a 2% quando o cultivo for orgânico ou agroecológico. O objetivo é estimular a produção de itens da cesta básica e reduzir o preço ao consumidor final, fortalecendo a economia local.

Expansão da mecanização agrícola

O Plano Safra 2025/2026 traz incentivos adicionais à mecanização agrícola por meio do Programa Mais Alimentos. O limite para a aquisição de máquinas e equipamentos de pequeno porte foi elevado de R$ 50 mil para R$ 100 mil, com manutenção da taxa de juros em 2,5% ao ano. Para equipamentos de maior porte, com valor de até R$ 250 mil, a taxa é de 5% ao ano.

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, destacou que a mecanização é fundamental para reter jovens e mulheres no campo, além de elevar a produtividade com maior eficiência.

Incentivo à agroecologia e uso de bioinsumos

Outro destaque é a incorporação do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara) ao escopo das políticas públicas do setor. A iniciativa visa reduzir a dependência de insumos químicos sintéticos, promovendo o uso de práticas agroecológicas, bioinsumos e assistência técnica qualificada.

Entre as ações previstas estão o monitoramento de resíduos de agrotóxicos, pesquisa científica, capacitação de técnicos agrícolas e o fortalecimento das cadeias de produção orgânica. A proposta é alinhar produtividade e sustentabilidade ambiental.

Justiça social e combate à fome

Durante o evento, o presidente Lula reforçou o papel da agricultura familiar como base da segurança alimentar brasileira. Segundo ele, é necessário assegurar que os recursos públicos cheguem efetivamente aos pequenos produtores, que formam o maior contingente do setor agropecuário nacional. Lula enfatizou que “o que a gente quer é garantir que quem planta possa colher, viver com dignidade e melhorar de vida com apoio do Estado”.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Contraf) avaliou que o Plano Safra reflete a visão do Estado sobre o desenvolvimento rural com inclusão social. “O desafio agora é garantir a execução plena do que foi anunciado”, afirmou Josana Lima, representante da entidade.

Resultados esperados e cenário econômico

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pontuou que a política agrícola implementada pelo governo está integrada ao atual ciclo econômico positivo, com inflação e desemprego em queda, dólar em retração e crescimento do PIB. “O campo está entre os setores mais estimulados pelo governo federal e, novamente, bate um recorde com este Plano Safra, que é o maior da história”, declarou.

A medida também fortalece programas como o Proagro Mais, voltado à cobertura de perdas agrícolas, e mecanismos de garantia de preços mínimos, além de fomentar compras públicas diretas da agricultura familiar, criando mercados institucionais para os pequenos produtores.


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