A Pesquisa Anual de Comércio (PAC) 2023, divulgada nesta quarta-feira (07/08/2025) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou um desempenho expressivo do setor comercial baiano no último ano. Entre 2022 e 2023, a Bahia registrou crescimento de 8,9% no número de estabelecimentos, de 6,2% na quantidade de trabalhadores e de 11,1% na receita bruta de revenda, consolidando sua liderança no Nordeste e ultrapassando Santa Catarina no ranking nacional de unidades comerciais ativas.
De acordo com o levantamento do IBGE, o estado contabilizou 92.970 unidades comerciais ativas com receita de revenda em 2023 — 7.606 a mais do que em 2022, quando havia 85.364 estabelecimentos. O crescimento reverteu a queda observada no ano anterior e garantiu à Bahia o 6º lugar nacional, à frente de Santa Catarina, mantendo-se como a primeira colocada no Norte-Nordeste.
O desempenho baiano foi o quarto melhor do país em números absolutos, ficando atrás apenas de São Paulo (+20.394 unidades), Rio de Janeiro (+19.229) e Minas Gerais (+8.895). O crescimento nacional no mesmo período foi de 5,1%, com o total de unidades locais comerciais passando de 1,62 milhão para 1,70 milhão.
Emprego no comércio baiano também cresce pelo terceiro ano seguido
O aumento de estabelecimentos refletiu diretamente na geração de empregos, com o número de trabalhadores no setor chegando a 500.835 pessoas em 2023, um acréscimo de 29.229 postos de trabalho em relação ao ano anterior (+6,2%). A Bahia ficou em 5º lugar entre os estados com maior expansão absoluta de mão de obra no setor, atrás de RS, PR, MG e SP.
No cenário nacional, o comércio empregava 10,5 milhões de pessoas em 2023, crescimento de 2,6% em relação a 2022. A Bahia respondeu por 27% dos trabalhadores do comércio do Nordeste, embora tenha registrado uma leve perda de participação em comparação a 2014 (27,4%).
Receita bruta ultrapassa R$ 310 bilhões e Bahia avança no ranking nacional
Em termos nominais, a receita bruta de revenda no estado saltou de R$ 279,1 bilhões em 2022 para R$ 310,0 bilhões em 2023, representando a quarta alta consecutiva e um avanço de R$ 30,9 bilhões (+11,1%). Esse crescimento superou a média nacional, que foi de +7,3%, e permitiu à Bahia ultrapassar Goiás, alcançando o 8º lugar no ranking das maiores receitas estaduais do país.
No topo da lista, permaneceram São Paulo (R$ 2,2 trilhões), Minas Gerais (R$ 767,1 bilhões) e Paraná (R$ 620,3 bilhões). A única queda entre os estados foi registrada em Rondônia (-2,5%).
Varejo lidera crescimento entre as três divisões do comércio
O comércio varejista foi o principal motor da expansão do setor na Bahia em 2023. O número de unidades saltou de 68.657 para 76.306, um crescimento de 11,1%, representando 82,1% de todos os estabelecimentos comerciais do estado.
Além disso, o varejo gerou 20.016 novos empregos, totalizando 383.817 trabalhadores, o que equivale a 76,6% da mão de obra do comércio baiano. A receita bruta do segmento chegou a R$ 145,2 bilhões, com alta de 10,8% em relação ao ano anterior.
Por outro lado, o comércio de veículos e peças teve crescimento mais modesto, com +5,7% em estabelecimentos e +0,6% em empregos. Já o atacado registrou queda de 4,2% nas unidades, mas teve alta de 13,1% no número de trabalhadores, totalizando 77.177 pessoas.
Bahia mantém liderança regional e avança em participação na receita do comércio nordestino
No recorte regional, a Bahia reforçou sua posição de destaque no Nordeste ao elevar sua participação na receita bruta da região de 27,2% para 27,5% entre 2014 e 2023, consolidando a maior fatia do valor movimentado no setor. Nesse intervalo, a receita bruta baiana cresceu 125,7%, ante 122,9% do crescimento médio da região.
Entretanto, a participação do estado no número de estabelecimentos caiu de 31,1% para 28,7% entre 2014 e 2023, e a parcela de trabalhadores empregados no setor recuou de 27,4% para 27,0%.
Estados como Maranhão, Piauí e Alagoas também apresentaram ganhos de participação na receita, enquanto Pernambuco e Ceará registraram as maiores perdas relativas no período.
Recuperação consistente
O desempenho positivo do comércio baiano em 2023 revela uma recuperação consistente do setor após retrações recentes, reforçada pela resiliência do varejo. A posição estratégica da Bahia no Nordeste, aliada ao crescimento nominal da receita e ao saldo de empregos gerados, fortalece o papel do estado como pilar econômico regional.
No entanto, a redução relativa no número de estabelecimentos e trabalhadores em relação à década passada aponta para uma reestruturação silenciosa, possivelmente impulsionada por ganhos de escala, automação ou mudanças no perfil das empresas. A liderança regional, embora mantida, exige atenção à qualidade do crescimento e à interiorização das oportunidades comerciais.
Principais dados da Pesquisa Anual de Comércio 2023
1. Estabelecimentos comerciais na Bahia
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Número total de unidades comerciais (2023): 92.970
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Crescimento em relação a 2022: +8,9%
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Saldo absoluto de novas unidades: +7.606
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Posição nacional no ranking: subiu do 7º para o 6º lugar, ultrapassando Santa Catarina
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Liderança regional: 1º lugar no Norte-Nordeste
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Comparação com 2014: -9.285 unidades (queda de 9,1% em relação ao pico de 102.255)
2. Emprego no comércio baiano
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Total de pessoas ocupadas (2023): 500.835
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Crescimento absoluto: +29.229 trabalhadores
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Variação percentual anual: +6,2%
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Ranking nacional de crescimento absoluto: 5º maior do país
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Participação no Nordeste (2023): 27,0%
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Participação no Nordeste (2014): 27,4%
3. Receita bruta de revenda
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Total arrecadado em 2023: R$ 310,0 bilhões
-
Crescimento em relação a 2022: +11,1% (R$ +30,9 bilhões)
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Ranking nacional: passou da 9ª para a 8ª posição, superando Goiás
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Maior fatia por segmento: Varejo (R$ 145,2 bilhões – 46,8% da receita baiana)
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Comparação com 2014: receita mais que dobrou (R$ 137,4 bi → R$ 310,0 bi / +125,7%)
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Participação na receita do comércio do Nordeste (2023): 27,5%
-
Participação em 2014: 27,2%
4. Desempenho por segmento comercial
Varejo
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Unidades em 2023: 76.306
-
Aumento: +11,1% (mais 7.649 unidades)
-
Empregos: 383.817 (+5,5%)
-
Receita: R$ 145,2 bilhões (+10,8%)
-
Participação nos estabelecimentos do estado: 82,1%
-
Participação no total de empregos do comércio baiano: 76,6%
Veículos, peças e motocicletas
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Unidades em 2023: 7.049 (+5,7%)
-
Empregos: 39.841 (+0,6%)
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Receita: R$ 26,3 bilhões (+12,2%)
Atacado
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Unidades em 2023: 9.615 (-4,2%)
-
Empregos: 77.177 (+13,1%)
-
Receita: R$ 138,6 bilhões (+11,1%)
5. Comparativo com outras unidades da Federação
Aumento absoluto no número de unidades (2022–2023)
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São Paulo: +20.394
-
Rio de Janeiro: +19.229
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Minas Gerais: +8.895
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Bahia: +7.606
Aumento absoluto de empregos (2022–2023)
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Rio Grande do Sul: +38.809
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Paraná: +36.408
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Minas Gerais: +30.643
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São Paulo: dado não especificado
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Bahia: +29.229
Maiores receitas brutas de revenda (2023)
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São Paulo: R$ 2,2 trilhões
-
Minas Gerais: R$ 767,1 bilhões
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Paraná: R$ 620,3 bilhões
-
Bahia: R$ 310,0 bilhões
-
Goiás: R$ 281,4 bilhões
Participação no comércio do Nordeste – Receita bruta (2014–2023)
| Estado | Participação em 2014 | Participação em 2023 | Variação |
|---|---|---|---|
| Bahia | 27,2% | 27,5% | +0,3 pp |
| Maranhão | 9,8% | 12,2% | +2,4 pp |
| Piauí | 5,0% | 5,5% | +0,5 pp |
| Alagoas | 6,7% | 7,1% | +0,4 pp |
| Pernambuco | 21,0% | 19,3% | -1,7 pp |
| Ceará | 15,2% | 13,7% | -1,5 pp |
| Rio Grande do Norte | 6,4% | 6,3% | -0,1 pp |
| Sergipe | 3,6% | 3,5% | -0,1 pp |
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