Na quinta-feira (28/08/2025), a Tribuna da Bahia publicou o artigo “Lula é a crise”, de autoria de Joaci Góes, em que o escritor analisa a conjuntura nacional e sustenta que a permanência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no cargo estaria aprofundando a crise diplomática e econômica do país. O autor defende que uma eventual licença médica de Lula e a assunção do vice-presidente Geraldo Alckmin poderiam atenuar os impasses políticos e externos.
No texto, Joaci Góes afirma que o presidente age como “politiqueiro” e não como estadista, ao preferir mobilizar sua base social contra os Estados Unidos em vez de buscar alternativas que fortaleçam a economia nacional. O autor relaciona essa postura ao aumento do desemprego e ao fechamento de empresas, com reflexos diretos na vida dos mais pobres.
Segundo Góes, o governo federal estaria estimulando uma visão maniqueísta que atribui a pobreza brasileira à prosperidade norte-americana. Para ele, esse discurso reforça um “terceiro-mundismo ideológico”, sustentado pela baixa qualidade da educação pública.
Isolamento internacional e crise diplomática
O artigo destaca que Lula estaria conduzindo o Brasil a um “naufrágio diplomático inédito”, ao se distanciar dos Estados Unidos, de Israel e até de aliados tradicionais do BRICS. Góes prevê que a comunidade internacional, incluindo países da OTAN, poderá emitir notas de advertência contra o Brasil, ampliando o isolamento do governo.
Ao mencionar a memória do diplomata Barão do Rio Branco, o autor sustenta que a política externa atual compromete a tradição histórica brasileira de equilíbrio e prestígio internacional, deixando o país próximo à condição de “pária internacional”.
CPI do INSS e acusações de corrupção
Outro ponto central do artigo é a acusação de que a crise diplomática teria servido para desviar a atenção da opinião pública em relação à investigação parlamentar sobre fraudes contra aposentados do INSS. Góes afirma que a CPI revelará um dos “golpes mais baixos e cruéis da História”, comparável aos escândalos do Mensalão e da Lava Jato.
Para o autor, o caso reforçaria a percepção de corrupção sistêmica no país, em meio ao que chama de “roubo descarado do dinheiro público, protegido pela nossa outrora briosa Suprema Corte”.
Perspectivas eleitorais e futuro político
Na avaliação de Joaci Góes, o governo Lula não resistirá politicamente até as eleições de 2026, quando os setores conservadores tenderiam a se unir em torno de uma candidatura capaz de derrotar o atual presidente. Ele aponta para uma provável “acachapante derrota” do governo, atribuindo à insatisfação popular e ao desgaste diplomático os principais fatores de mudança.
*Joaci Góes é advogado, jornalista, escritor, empresário e político brasileiro, nascido em Ipirá (BA), em 1938. Figura de destaque na vida intelectual e pública da Bahia, ele preside o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB) — instituição fundada em 1894 e considerada a mais antiga e uma das mais relevantes entidades culturais do estado, com sede em Salvador. Sua trajetória combina atuação nas áreas jurídica, política, empresarial e literária, refletindo uma vida dedicada ao pensamento crítico, à defesa da cultura baiana e ao fortalecimento das instituições democráticas.
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