O cenário político baiano ganhou novos contornos, nesta quarta-feira (17/09/2025), após a presença conjunta do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e do prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho (União Brasil), na sessão especial da Câmara dos Deputados em homenagem ao aniversário de 192 anos de emancipação do município, requisitada pelo José Cerqueira Neto (Zé Neto, PT). O gesto reforçou sinais de aproximação entre duas das principais lideranças políticas da Bahia, historicamente situadas em campos opostos.
Sinais de reconfiguração política
A relação amistosa entre os dois já vinha despertando comentários nos bastidores, mas a postura adotada pelo governador e pelo prefeito na solenidade ampliou as especulações sobre o impacto dessa aproximação nas eleições de 2026.
Jerônimo afirmou em entrevista ao radialista Dilton Coutinho que deseja caminhar de “mãos dadas” com o prefeito, ressaltando afinidade pessoal e institucional.
“A gente conversa no olhar e no coração. Sei da maturidade dele, da responsabilidade e da forma como ele faz as coisas. Quem ganha é Feira de Santana”, declarou o governador.
José Ronaldo, por sua vez, manteve o tom de parceria institucional. O prefeito tem buscado interlocução direta com o governo estadual para garantir investimentos em áreas como saúde, mobilidade e infraestrutura, evitando tensionar a relação em um momento de forte disputa nacional.
Possibilidade de aliança em 2026
Questionado sobre a hipótese de incluir José Ronaldo em sua chapa majoritária, Jerônimo respondeu de forma cautelosa, afastando a ideia no curto prazo, mas sem descartar movimentações futuras:
“Ainda não chegou a esse ponto. Ele se elegeu há pouco tempo e a presença dele como prefeito ajuda mais à Bahia e a nós”.
A declaração foi interpretada por analistas como um sinal de abertura estratégica, embora condicionado ao calendário político e às prioridades administrativas.
Nos bastidores, aliados enxergam a aproximação como um movimento que poderia alterar o tradicional desenho da política baiana, marcada pela polarização entre grupos liderados pelo PT e pelo carlismo, herança política de Antônio Carlos Magalhães, de onde Ronaldo é um dos principais remanescentes.
Mudança de paradigma
A convergência entre Jerônimo e José Ronaldo expõe uma mudança de paradigma na política baiana, historicamente assentada em blocos rivais. A construção de pontes entre adversários pode representar tanto uma estratégia de sobrevivência eleitoral quanto uma sinalização de pragmatismo institucional. O governador, em meio à crise nacional provocada pelo tarifaço dos EUA e às turbulências com o Judiciário, busca ampliar sua base de alianças, enquanto José Ronaldo, ao se reposicionar como articulador de consenso, projeta-se para além de Feira de Santana. O desfecho dessa aproximação pode redefinir os rumos da sucessão em 2026, seja por meio de composição direta ou pela neutralização de antagonismos tradicionais.
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