Bahia inicia nova era industrial com Lula e Jerônimo Rodrigues: retomada da Fafen, reativação da indústria naval e chegada da BYD marcam virada econômica e política no Estado

A Bahia vive um ciclo de reindustrialização liderado por Lula e Jerônimo Rodrigues, com investimentos bilionários na Fafen, Petrobras, Estaleiro Enseada e BYD. Os projetos geram milhares de empregos, fortalecem o polo petroquímico e automotivo e consolidam a Bahia como modelo de transição energética e desenvolvimento sustentável. O cenário amplia o capital político do PT e prepara terreno para as eleições de 2026.
Infográfico apresenta dados sobre retomada da Fafen, reativação da indústria naval, chegada da BYD e investimentos na UFRB. 

A Bahia vive uma mudança estrutural no eixo de seu desenvolvimento econômico. Após quase duas décadas de retração industrial, fechamento de plantas e desmobilização da cadeia produtiva, o Estado se reposiciona como um dos principais polos de reindustrialização do Brasil.

Sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do governador Jerônimo Rodrigues (PT), foram anunciados investimentos superiores a R$ 10 bilhões em setores estratégicos — automotivo, naval, petroquímico e energético — com impacto direto sobre o emprego, a renda e a arrecadação estadual.

Esses anúncios consolidam o que o governo baiano e o Planalto descrevem como uma “virada de página histórica”. O processo de reindustrialização em curso devolve protagonismo à Bahia no cenário nacional e fortalece o núcleo político formado por Lula, Jerônimo, Rui Costa e Jaques Wagner, que pavimentam o caminho para as eleições de 2026.

Reindustrialização e soberania: o novo pacto produtivo da Bahia

Durante a maratona de anúncios, Lula foi enfático ao afirmar que o país está “reconstruindo sua capacidade de produzir com as próprias mãos”. A frase, dita em Maragogipe, sintetiza o espírito de um projeto que alia política industrial, transição energética e soberania nacional.

“Estou aqui para recuperar a indústria naval brasileira. Os que deixaram um estaleiro dessa magnitude parado deveriam ser responsabilizados. O Brasil voltou a produzir, a empregar e a acreditar no seu próprio potencial”, declarou Lula, sob aplausos de centenas de trabalhadores do Estaleiro Enseada.

O Estaleiro Enseada, em Maragogipe, símbolo do colapso industrial dos anos 2010, agora é também símbolo da retomada. A Petrobras confirmou investimento de R$ 2,6 bilhões para construção de seis embarcações de apoio offshore (ORSV), com tecnologia híbrida e 40% de conteúdo nacional. O projeto deve gerar 5,4 mil empregos diretos e indiretos e movimentar uma ampla rede de fornecedores locais.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, definiu o programa como “a volta do Brasil à era da indústria produtiva”. Segundo ela, “ficamos oito anos sem um único contrato com estaleiros nacionais. Agora estamos devolvendo ao país sua capacidade industrial, com emprego, inovação e compromisso ambiental”.

Fafen reabre e recupera papel estratégico no agronegócio

A reativação da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia (Fafen-BA), em Camaçari, é outro marco da reconstrução industrial. Fechada desde 2018, a unidade volta a operar com R$ 38 milhões de investimento inicial e previsão de R$ 1,2 bilhão em contratos de operação e manutenção nos próximos cinco anos.

A planta produzirá amônia, ureia perolada e ARLA-32, insumos fundamentais para o agronegócio e o transporte de cargas. Com a reabertura da Fafen-BA e da unidade de Sergipe, o país passará a produzir 20% dos fertilizantes consumidos internamente, reduzindo a dependência externa em um setor estratégico para a segurança alimentar.

“A Fafen simboliza o retorno do Estado à economia produtiva. É uma resposta à lógica de desmonte e privatização que enfraqueceu nossa indústria. O Brasil precisa fabricar o que consome”, afirmou Jerônimo Rodrigues durante o evento.

Além da geração de 750 empregos diretos, a operação vai dinamizar o Polo Petroquímico de Camaçari, que volta a integrar energia, petroquímica e fertilizantes sob a coordenação da Petrobras e do Governo do Estado.

BYD: o futuro elétrico da indústria automotiva baiana

A inauguração da fábrica da BYD (Build Your Dreams), em Camaçari, foi o ponto alto da agenda presidencial. Instalando-se na antiga planta da Ford, fechada em 2021, a montadora chinesa investiu R$ 5,5 bilhões e criou a maior fábrica de veículos elétricos e híbridos da América Latina.

Com capacidade para 150 mil veículos por ano na primeira etapa e 300 mil na segunda, o complexo já começou a operar no sistema SKD (montagem local com peças importadas) e passará à produção nacionalizada a partir de 2026, quando incluirá estampagem, soldagem e pintura, elevando o índice de nacionalização para 50%.

“Começar a produzir veículos elétricos é uma demonstração de soberania. O Brasil tem recursos naturais, tecnologia e talento humano para liderar a transição energética mundial”, declarou Lula, durante a cerimônia de inauguração.

O governador Jerônimo Rodrigues reforçou o papel estratégico da BYD:

“A Bahia passa a ser protagonista na mobilidade sustentável. Estamos unindo inovação, descarbonização e emprego. É a revolução verde acontecendo em solo baiano.”

De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), a presença da BYD deve gerar 20 mil empregos diretos e indiretos, reativando toda a cadeia de fornecedores automotivos, com forte integração com o Senai Cimatec e o Sistema FIEB.

O secretário Ângelo Almeida explicou que “até 2027, 50% dos componentes dos veículos serão nacionais, e 52% fabricados na própria Bahia, consolidando o Polo Automotivo como eixo de reindustrialização regional”.

Indústria naval e petroquímica: o retorno da Petrobras ao protagonismo

A nova gestão da Petrobras redefiniu a política de conteúdo local, priorizando a produção nacional e a retomada da indústria naval. Segundo o Ministério de Minas e Energia, o plano da estatal prevê a contratação de 48 embarcações em diferentes estaleiros brasileiros, com geração de 44 mil empregos e R$ 23 bilhões em investimentos.

A Petrobras também assinou protocolo com o Governo da Bahia para utilização do canteiro de São Roque do Paraguaçu como base de apoio à construção da Ponte Salvador–Itaparica e descomissionamento de plataformas offshore. A medida deve criar milhares de novos postos de trabalho e consolidar o Recôncavo Baiano como centro da engenharia naval e offshore.

“Estamos transformando novamente a Petrobras no motor do desenvolvimento nacional. A empresa voltou a ser sinônimo de trabalho, tecnologia e orgulho brasileiro”, afirmou Magda Chambriard.

Investimentos estruturantes do Novo PAC fortalecem o interior

Além dos anúncios industriais, Lula e Jerônimo Rodrigues firmaram convênios do Novo PAC para ampliar a infraestrutura baiana. Entre os principais investimentos estão:

  • R$ 200 milhões para obras urbanas em Feira de Santana, com empréstimo contraído pela Prefeitura;
  • R$ 616 milhões para o Sistema Metroviário Salvador–Lauro de Freitas,
  • R$ 25 milhões para a nova sede da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), em Santo Amaro.

Esses projetos, segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, representam “a integração entre desenvolvimento produtivo e social, criando as condições logísticas e educacionais para sustentar a retomada industrial”.

Emprego, qualificação e impacto social

O Governo da Bahia também investe na formação de mão de obra técnica. Segundo o secretário do Trabalho, Augusto Vasconcelos, já foram qualificados 479 operários para a planta da BYD, com cursos voltados à soldagem, automação e eletromobilidade.

“Estamos assegurando que os empregos gerados pela reindustrialização fiquem na Bahia. O foco é preparar trabalhadores locais para o mercado do futuro”, declarou Vasconcelos.

A política industrial é acompanhada de medidas sociais: criação de creches, expansão do metrô e novos programas habitacionais nas áreas industriais.

A reindustrialização só é plena quando transforma vidas, não apenas indicadores econômicos”, observou Jerônimo.

Efeito político: fortalecimento do grupo petista e projeção para 2026

Os anúncios reforçam o capital político do bloco petista baiano, que hoje governa o Estado, comanda a Casa Civil, ocupa o Senado e lidera a principal base do presidente Lula no Nordeste.

Analistas políticos apontam que o impacto econômico e simbólico das novas indústrias deve elevar a aprovação de Jerônimo Rodrigues e consolidar a imagem de Lula como o presidente da reconstrução.

O ministro Rui Costa ganha visibilidade como gestor técnico do Novo PAC, e o senador Jaques Wagner reafirma sua influência no setor energético e na política de transição ecológica. Juntos, os quatro dirigentes formam o eixo de sustentação do projeto político do PT até 2026, com forte potencial eleitoral na Bahia, estado-chave do Nordeste.

“Estamos mostrando ao país que desenvolvimento e soberania caminham juntos. A Bahia é o laboratório da nova política industrial brasileira”, resumiu Jaques Wagner.

Reindustrialização como estratégia de poder e identidade nacional

Os anúncios feitos em Camaçari e Maragogipe não são apenas econômicos; constituem um reposicionamento político e simbólico. A Bahia, antes símbolo do desmonte industrial, torna-se modelo do projeto de Estado produtor e indutor do crescimento.

A estratégia de Lula e Jerônimo Rodrigues representa um retorno à tradição desenvolvimentista dos anos 1950–70, adaptada à nova agenda de economia verde e transição energética. É, portanto, uma reconciliação entre passado e futuro — entre Vargas e a descarbonização, entre Petrobras e BYD.

Os desafios permanecem: garantir continuidade administrativa, estabilidade fiscal, eficiência logística e formação tecnológica autônoma. Mas a Bahia volta a ser referência nacional de política industrial, conjugando trabalho, ciência e soberania.

Vista aérea da planta industrial da BYD em Camaçari.
Vista aérea da planta industrial da BYD em Camaçari.
A Bahia vive um ciclo de reindustrialização liderado por Lula e Jerônimo Rodrigues, com investimentos bilionários na Fafen, Petrobras, Estaleiro Enseada e BYD. Os projetos geram milhares de empregos, fortalecem o polo petroquímico e automotivo e consolidam a Bahia como modelo de transição energética e desenvolvimento sustentável. O cenário amplia o capital político do PT e prepara terreno para as eleições de 2026.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e governador Jerônimo Rodrigues durante inauguração da fábrica da BYD, em Camaçari, na quinta-feira (09/10/2025). O evento simboliza o renascimento da indústria baiana e o novo ciclo de investimentos públicos e privados.

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.