O custo da cesta básica de alimentos apresentou redução em 22 das 27 capitais brasileiras no mês de setembro, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada nesta quarta-feira (08/10/2025) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Em Salvador, o preço médio caiu -2,35%, ficando em R$ 601,74, o que coloca a capital baiana como a terceira cesta mais barata do país.
Queda expressiva em Salvador
Seis dos 12 produtos que compõem a cesta básica apresentaram redução de preços na capital baiana. O destaque foi o tomate, que teve queda de -19,13%. Também ficaram mais baratos a banana (-2,59%), o açúcar cristal (-1,19%), a manteiga (-1,10%), a carne bovina de primeira (-0,68%) e o arroz agulhinha (-0,33%).
No acumulado de 2025 até setembro, seis itens registraram queda em Salvador, entre eles o arroz agulhinha (-20,01%), o óleo de soja (-9,81%), o açúcar cristal (-6,52%), o feijão carioca (-5,82%), o leite integral (-4,99%) e a carne bovina de primeira (-1,82%).
Em relação aos últimos 12 meses, a tendência de redução se manteve, com quedas expressivas no arroz (-21,80%), banana (-11,21%) e feijão carioca (-6,86%).
Cenário nacional
Em todo o país, Fortaleza (-6,31%), Palmas (-5,91%), Rio Branco (-3,16%), São Luís (-3,15%) e Teresina (-2,63%) registraram as maiores quedas. As cestas mais baratas foram encontradas em Aracaju (R$ 552,65), Maceió (R$ 593,17) e Salvador (R$ 601,74).
Por outro lado, São Paulo manteve o maior custo médio, com R$ 842,26, refletindo o peso da inflação e do consumo nas grandes metrópoles.
O presidente da Conab, Edegar Pretto, afirmou que a redução dos preços indica o efeito positivo das políticas de abastecimento do Governo Federal:
“A queda no custo da cesta básica mostra que as ações de apoio à produção e distribuição de alimentos estão funcionando. Transparência e equilíbrio nos preços são essenciais para garantir comida de qualidade e acessível à população”, declarou Pretto.
Produtos em destaque
Tomate – O item teve queda em 26 das 27 capitais, com variações que chegaram a -47,61% em Palmas. Apenas Macapá registrou alta de 4,41%. A redução está ligada ao aumento da oferta decorrente da safra nacional.
Arroz – O arroz agulhinha ficou mais barato em 25 capitais, com destaque para Natal (-6,45%), Brasília (-5,33%) e João Pessoa (-5,05%). O recorde de produção da safra 2024/25 e o excedente interno elevado contribuíram para a queda. Vitória registrou alta de 1,29%, e em Palmas o preço permaneceu estável.
Açúcar – Houve redução em 22 capitais, variando de -17,01% em Belém a -0,26% em São Luís. O aumento da produção paulista e a maior oferta internacional pressionaram os preços para baixo. Subiram levemente em Goiânia (0,51%) e João Pessoa (0,49%).
Café – Registrou queda em 14 capitais, especialmente no Rio de Janeiro (-2,92%) e Natal (-2,48%). O consumo interno mais moderado, apesar da valorização internacional, reduziu as cotações. São Luís (5,10%) e Campo Grande (4,32%) tiveram alta.
Batata – O produto ficou mais barato em 10 capitais, com queda de -21,06% em Brasília e -3,54% em Porto Alegre, impulsionada pela safra de inverno. Apenas Belo Horizonte teve aumento (3,07%).
Carne bovina de primeira – As maiores quedas ocorreram em Macapá (-2,41%), Natal (-1,13%) e São Luís (-1,03%). A baixa demanda impediu aumentos mais amplos, e o produto subiu em 16 capitais.
Panorama trimestral
Entre julho e setembro de 2025, o estudo identificou queda dos preços em 25 capitais. Fortaleza liderou com -8,96%, seguida por São Luís (-6,51%), Recife (-6,41%) e João Pessoa (-6,07%). Apenas Macapá (+0,94%) e Campo Grande (+0,63%) registraram alta.
Parceria e abrangência da pesquisa
A ampliação da pesquisa para todas as 27 capitais é resultado da parceria firmada em 2025 entre Conab e Dieese, que visa reforçar a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e a Política Nacional de Abastecimento Alimentar.
Os novos dados passaram a ser divulgados mensalmente a partir de agosto de 2025, com base em informações coletadas no mês anterior, permitindo maior transparência e previsibilidade sobre a variação dos alimentos.
Equilíbrio entre oferta e demanda
A redução da cesta básica em Salvador e em outras capitais brasileiras reflete um movimento pontual de equilíbrio entre oferta e demanda, impulsionado por safras abundantes e controle logístico. No entanto, a sustentabilidade dessa tendência depende da continuidade das políticas públicas de abastecimento e da estabilidade climática, fatores que podem rapidamente alterar o cenário.
Ainda que a queda de preços seja um alívio imediato para o consumidor, persistem desigualdades regionais, especialmente no Norte e no Centro-Oeste, onde o custo de transporte e a logística encarecem o alimento básico.
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