O setor empresarial baiano apresentou crescimento consistente entre 2022 e 2023, segundo dados desta quinta-feira (13/11/2025) atualizados do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE), do IBGE. O estado registrou aumento no número de unidades locais, expansão do pessoal ocupado e elevação do salário médio, mantendo a liderança regional no Norte-Nordeste e a 7ª posição no ranking nacional. Apesar do avanço, a Bahia segue com remuneração inferior à média brasileira e forte participação da administração pública no mercado de trabalho assalariado.
A Bahia alcançou 498.785 unidades locais de empresas formais ativas em 2023, um aumento de 6,1% em relação ao ano anterior. O avanço ocorreu de forma disseminada entre empresas de todos os portes e resultou na criação de 160.815 novos postos de trabalho, consolidando o estado como o maior polo empresarial do Norte-Nordeste.
Entre 2022 e 2023, o estado passou de 469.986 para 498.785 unidades empresariais, adicionando 28.799 novos estabelecimentos ao tecido econômico. O desempenho baiano acompanhou o ritmo nacional — também de 6,1% —, mas ocupou apenas a 18ª posição entre os estados em crescimento percentual.
A Bahia, no entanto, manteve o posto de maior economia empresarial do Norte-Nordeste, com o 7º maior número de unidades locais do país, atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais e Paraná.
Expansão por porte empresarial
O avanço se distribuiu entre micro, pequenas, médias e grandes empresas, ainda que o protagonismo recaia sobre as microempresas.
Força das microempresas
As microempresas representaram 92,7% das unidades empresariais baianas em 2023. No período analisado, cresceram 6,4%, saltando de 434.577 para 462.361 unidades, o equivalente a 9 em cada 10 estabelecimentos formais no estado.
Além disso, sua expansão respondeu pela maior parte do crescimento total, com 27.784 novas unidades.
Pequenas, médias e grandes ampliam presença
As pequenas empresas (10 a 49 ocupados) avançaram 2,8%, chegando a 31.165 unidades.
As médias (50 a 249 ocupados) cresceram 3,4%, alcançando 4.020 unidades.
As grandes empresas, apesar de representarem apenas 0,2% do total (1.239 unidades), também registraram evolução, com aumento de 2%.
Geração de empregos: Bahia cria mais de 160 mil postos em um ano
O crescimento empresarial refletiu diretamente no mercado de trabalho. O número de pessoas ocupadas passou de 2.978.368 para 3.139.183, um avanço de 5,4% entre 2022 e 2023.
O desempenho baiano foi o 6º maior em criação de vagas no país, atrás apenas de estados com forte densidade econômica, como São Paulo (+760.020) e Distrito Federal (+302.026).
No cenário nacional, o Brasil aumentou seu contingente de trabalhadores formais em 5,1%.
Distribuição do pessoal ocupado
Do total de trabalhadores em 2023:
- 2.559.381 eram assalariados
- 579.802 eram proprietários ou sócios de empresas
Embora empresas de comércio tenham gerado o maior número de novos estabelecimentos, foi a administração pública que concentrou o maior crescimento do pessoal ocupado, com 51.337 novos trabalhadores, um aumento de 9,2% no período.
Salários: crescimento abaixo da média brasileira
O salário médio mensal no setor empresarial baiano passou de R$ 2.839,60 para R$ 3.026,21 em 2023, um aumento de 6,6%. Apesar do avanço nominal, o valor segue abaixo da média nacional, que foi de R$ 3.745,45.
A remuneração da Bahia correspondeu a 2,3 salários mínimos e foi o 7º menor salário médio do país, embora tenha subido uma posição no ranking em relação ao ano anterior.
Maiores e menores remunerações
- Atividades financeiras, seguros e serviços relacionados pagaram os maiores salários: R$ 7.376,71
- Eletricidade e gás: R$ 7.226,88
- Organismos internacionais: R$ 6.032,11
- Alojamento e alimentação registraram o menor salário médio: R$ 1.741,39
Estrutura produtiva: administração pública e setor privado
As entidades empresariais privadas representaram 85,1% das unidades locais (424.515) e concentraram 69,3% do pessoal ocupado na Bahia. Entre os assalariados do setor empresarial, responderam por 64,2%.
A administração pública, embora representasse apenas 0,9% das unidades (4.318), mantinha 29,1% dos trabalhadores assalariados, proporção superior à média nacional (21,3%).
As entidades sem fins lucrativos totalizavam 69.902 unidades, reunindo 6,6% dos assalariados.
Setores que mais cresceram entre 2022 e 2023
O crescimento se distribuiu entre 19 das 21 seções da CNAE. O destaque absoluto foi o setor de comércio, reparação de veículos e motocicletas, responsável por 7.309 novas unidades, somando 182.767 pontos ativos — ou 36,6% de todas as empresas baianas.
Empregos por setor
Os maiores empregadores foram:
- Comércio, veículos e bicicletas: 658.898 trabalhadores (21% do total)
- Administração pública: 609.223 trabalhadores (19,4%)
No entanto, quando se considera apenas trabalhadores assalariados, a administração pública lidera com 23,8% do total.
Principais dados sobre número de empresas na Bahia (2022–2023)
1. Unidades Locais de Empresas
- 2022: 469.986 unidades
- 2023: 498.785 unidades
- Crescimento: +6,1% (+28.799 unidades)
- Posição nacional: 7º maior número do país
- Liderança no Norte-Nordeste
- Crescimento nacional: +6,1% (saldo de +648.512 unidades)
2. Crescimento por Porte Empresarial
Microempresas (até 9 ocupados)
- 2022: 434.577
- 2023: 462.361
- Crescimento: +6,4% (+27.784)
- Participação no total: 92,7%
Pequenas (10–49 ocupados)
- Crescimento: +2,8%
- 2023: 31.165 unidades
Médias (50–249 ocupados)
- Crescimento: +3,4%
- 2023: 4.020 unidades
Grandes (250+ ocupados)
- Crescimento: +2,0%
- 2023: 1.239 unidades
- Participação: 0,2%
3. Pessoal Ocupado
- 2022: 2.978.368 trabalhadores
- 2023: 3.139.183 trabalhadores
- Crescimento: +5,4% (+160.815 postos)
- Assalariados: 2.559.381
- Proprietários/sócios: 579.802
- Bahia teve o 6º maior aumento absoluto do país
- Crescimento nacional: +5,1%
4. Salários Médios
- 2022: R$ 2.839,60
- 2023: R$ 3.026,21
- Crescimento: +6,6%
- Média nacional: R$ 3.745,45
- Bahia: 7º menor salário do país
- Faixa em salários mínimos: 2,3 SM
Maiores salários (Bahia, 2023)
- Atividades financeiras: R$ 7.376,71
- Eletricidade e gás: R$ 7.226,88
- Organismos internacionais: R$ 6.032,11
Menor salário
- Alojamento e alimentação: R$ 1.741,39
5. Natureza Jurídica e Estrutura Produtiva
Entidades empresariais (privadas)
- 424.515 unidades (85,1%)
- 2.174.142 pessoas ocupadas (69,3%)
- 1.643.386 assalariados (64,2%)
Administração pública
- 4.318 unidades (0,9%)
- 745.842 assalariados (29,1%)
- Proporção maior que a média nacional (21,3%)
Entidades sem fins lucrativos
- 69.902 unidades (14,0%)
- 170.153 assalariados (6,6%)
6. Crescimento por Setor Econômico (CNAE)
Maior aumento em unidades locais
- Comércio, reparação de veículos e motocicletas
- +7.309 unidades
- Total: 182.767 unidades (36,6% do estado)
Maior aumento de pessoal ocupado
- Administração pública, defesa e seguridade social
- +51.337 trabalhadores (+9,2%)
- Total: 609.223
7. Setores que Mais Empregam
- Comércio, veículos e bicicletas: 658.898 trabalhadores
- Administração pública: 609.223 trabalhadores
- Administração pública lidera entre os assalariados: 23,8% do total
Economia baiana em recuperação
O avanço empresarial observado entre 2022 e 2023 revela uma economia baiana em recuperação, sustentada principalmente pelo dinamismo das microempresas, que continuam sendo a espinha dorsal da estrutura produtiva estadual. Contudo, a dependência estrutural da administração pública no mercado de trabalho permanece elevada, evidenciando desafios de diversificação econômica. A baixa remuneração média indica limitações históricas de produtividade e competitividade, enquanto os setores que mais avançam — comércio e serviços — refletem uma economia ainda pouco orientada para atividades industriais e tecnológicas. O crescimento, embora positivo, demanda políticas que estimulem maior qualificação, inovação e formalização para consolidar avanços mais robustos.
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