Cerb deixa área degradada há décadas no Anel de Contorno e expõe estudantes a risco; Descumprimento de lei municipal pressiona Governo do Estado

A degradação urbana no entorno da sede da Cerb, no Anel de Contorno em Feira de Santana, transformou-se em um ponto crítico de risco para estudantes, trabalhadores e pacientes do Hospital Geral Clériston Andrade. Sem calçada, iluminação, drenagem ou acessibilidade, o trecho afronta a legislação municipal, viola padrões civilizatórios obrigatórios e produz desgaste político para o Governo da Bahia, sobretudo porque o governador Jerônimo Rodrigues, professor licenciado da UEFS, tem na educação e na proteção da vida estudantil pilares centrais de sua gestão.
Trecho degradado no entorno da Cerb, no Anel de Contorno, expõe pedestres a risco permanente, sem calçada, iluminação, drenagem ou acessibilidade, gerando desgaste institucional ao Governo da Bahia.

A degradação urbana no entorno da sede da Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (Cerb), localizada no Anel de Contorno em Feira de Santana, expõe diariamente estudantes, trabalhadores e pacientes do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) a riscos graves de atropelamento e acidentes. A ausência de calçada, iluminação adequada, drenagem e área verde afronta a legislação municipal de responsabilidade sobre passeios públicos e gera desgaste político e institucional para o Governo da Bahia, especialmente porque o governador Jerônimo Rodrigues — professor licenciado da UEFS — pauta sua gestão na valorização da educação e da proteção à vida dos estudantes.

A área marginal da Avenida Eduardo Fróes da Motta consolidou-se como um corredor urbano marcado pelo risco permanente. Sem calçada urbanizada, sem faixa de acessibilidade e sem qualquer infraestrutura básica, pedestres caminham pela borda da pista, disputando centímetros com veículos de grande porte que circulam em alta velocidade.

Estudantes, funcionários de hospitais, mães com crianças, idosos e pacientes encaminhados ao HGCA repetem diariamente o mesmo trajeto inseguro. O trecho, apesar de antigo, permanece sem intervenção pública e acumula relatos de quedas, atropelamentos e quase colisões.

Um estudante resume o problema:

“Não tem acostamento, não tem espaço. Andamos na linha da pista. É perigoso o tempo todo.”

A condição se agrava nos horários de maior movimento, especialmente no início da manhã e no fim da tarde, quando ônibus, caminhões e automóveis cruzam a área com fluxo intenso.

O colapso de infraestrutura urbana: mato, escuridão e ausência de drenagem

A negligência estrutural envolve múltiplos fatores:

  • Mato alto avança sobre o leito da pista, empurrando os pedestres ainda mais para perto dos veículos.
  • Iluminação insuficiente transforma o trecho em corredor escuro e imprevisível.
  • Ausência de drenagem cria poças profundas, que ocultam crateras e ampliam o risco de quedas e atropelamentos.
  • Terreno irregular, de terra batida, impede circulação segura até mesmo durante o dia.

Ana Maria, que atravessa o trecho diariamente, descreve uma cena recorrente:

“À noite, somos invisíveis. Só somos vistos quando o farol já está em cima da gente.”

Nos dias de chuva, o problema assume proporções ainda mais críticas. Buracos se tornam crateras submersas e transformam a travessia em uma tarefa perigosa.

Um estudante reforça:

“Com a chuva, os buracos viram piscinas. Não são mais buracos, são armadilhas.”

Mobilidade urbana inexistente: pedestres disputam a pista com veículos pesados

O conflito direto entre pedestres e veículos é resultado da total ausência de elementos básicos de urbanização:

  • calçada urbanizada,
  • faixa de acessibilidade,
  • ciclofaixa,
  • sinalização horizontal e vertical,
  • mobilidade inclusiva,
  • área verde e arborização,
  • acostamento,
  • rampas para pessoas com deficiência.

Sem esses recursos mínimos, a dinâmica diária transforma cada deslocamento em um risco real.

Alunas que passam pelo local relatam sustos constantes:

“Os ônibus passam tão perto que chegam a derrubar pelo vento. Já vimos gente cair aqui.”

Silvanei Santos, trabalhador, descreve a experiência de forma contundente:

“É uma roleta-russa todo dia. Já me joguei na lama várias vezes para não ser atropelado por caminhão.”

Responsabilidade legal: o que dize a lei municipal

Embora o problema seja antigo, a legislação municipal é clara e responsabiliza o proprietário pelo estado das calçadas, independentemente da época em que o problema se originou.

Lei Municipal nº 3.245/2011

Esta é a norma central que rege a construção e conservação de calçadas, muros e limpeza de terrenos urbanos em Feira de Santana. A lei determina:

Responsabilidade objetiva do proprietário:

A construção, conservação e manutenção das calçadas são obrigações do proprietário do imóvel lindeiro — no caso, a Cerb.

Padrão civilizatório obrigatório:

As calçadas devem ser:

  • regulares,
  • niveladas,
  • com piso antiderrapante,
  • sem obstáculos,
  • acessíveis a pessoas com deficiência.

Fiscalização e penalidades:

A Secretaria de Serviços Públicos (SESP) é responsável pela fiscalização. A multa pode chegar a dois salários mínimos, aplicada em dobro em caso de reincidência.

Lei nº 2.800/2007 — Estatuto do Pedestre

Reforça o princípio da segurança e acessibilidade universal, impondo diretrizes claras para o cuidado com passeios públicos e a proteção da integridade física de quem circula pela cidade.

Código de Obras Municipal

Determina padrões mínimos para urbanização de áreas públicas e vias de grande circulação, com ênfase em segurança, drenagem e sinalização.

Portanto, a atual situação configura violação direta da legislação municipal, ainda que o problema tenha raízes em gestões passadas e perdure até o presente.

Repercussão política e institucional: impacto sobre o Governo do Estado

A manutenção precária do entorno da Cerb, empresa estadual, produz desgaste institucional para o Governo da Bahia.

O governador Jerônimo Rodrigues, professor licenciado da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e defensor da educação como eixo estratégico de sua gestão, tem entre seus pilares a proteção dos estudantes e a valorização do ambiente escolar.

A existência de um trecho urbano degradado, frequentado diariamente por jovens da rede estadual e por universitários, contraria princípios defendidos pelo próprio governador. O cenário tende a gerar indignação natural, pois confronta a visão de educação integrada à cidadania e ao cuidado com a vida — marca histórica de sua atuação como educador.

A negligência da Cerb acaba produzindo incoerência simbólica:

  • o Estado investe em escolas, universidades e mobilidade,
  • mas mantém um trecho urbano perigoso ao lado de um hospital e próximo a centros de ensino,
  • expondo estudantes e pacientes ao risco real de acidente ou morte.

Esse contraste é particularmente sensível porque o governador nutre profundo apreço pelos estudantes, compreendendo a educação como prática transformadora e comprometida com dignidade e segurança.

Indignação pública e pedido de intervenção imediata

Moradores, estudantes e trabalhadores cobram solução definitiva.

Antônio Brito sintetiza o sentimento local:

“Aqui precisa de intervenção urgente. O mato toma conta de tudo e a gente anda pela pista como se não houvesse autoridade na cidade.”

A demanda não é por paliativos, mas por:

  • projeto de urbanização completo,
  • calçada acessível,
  • ciclofaixa,
  • iluminação pública adequada,
  • drenagem eficiente,
  • arborização planejada,
  • sinalização obrigatória,
  • segurança para pedestres e ciclistas.

O trecho integra uma área estratégica da cidade — hospitalar, educacional e administrativa — e não pode permanecer à margem da infraestrutura mínima.

Impacto político é inevitável

A situação no entorno da Cerb evidencia a distância entre o discurso institucional e a realidade de parte da malha urbana baiana. Trata-se de um ponto crítico onde a ausência de intervenção pública ultrapassa o campo da estética e alcança o plano da segurança humana. A negligência prolongada é incompatível com o arcabouço legal municipal e colide com diretrizes contemporâneas de urbanismo, acessibilidade e proteção ao pedestre.

O impacto político é inevitável, pois afeta diretamente a percepção sobre a capacidade do Estado de cuidar do que lhe compete — especialmente em um local onde circulam estudantes, pacientes e trabalhadores. Um cenário que deveria simbolizar responsabilidade social tornou-se exemplo de omissão administrativa, enfraquecendo padrões civilizatórios essenciais à vida urbana.

Projeto Técnico de Calçada com Ciclovia.
Projeto Técnico de Calçada com Ciclovia.
Cerb mantém área urbana degradada há décadas em Feira de Santana.
Trecho marginal da Avenida Eduardo Fróes da Motta, próximo à sede da Cerb e ao Hospital Geral Clériston Andrade — Feira de Santana, sábado (15/11/2025). Área apresenta ausência de calçada, mato alto, iluminação precária, terreno irregular e circulação intensa de veículos, colocando em risco estudantes, trabalhadores e pacientes.

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