Deputado Nelson Leal rompe com governador Jerônimo, abdica da reeleição e assume coordenação da campanha de ACM Neto

Nelson Leal conduz o pêndulo político entre Jerônimo Rodrigues e ACM Neto, simbolizando a transição de alianças na Bahia.
O deputado estadual Nelson Leal (PP) oficializou o rompimento com o governador Jerônimo Rodrigues (PT) e anunciou apoio ao ex-prefeito ACM Neto (União Brasil), assumindo a coordenação da campanha oposicionista no estado.

O deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), Nelson Leal (PP), anunciou nesta sexta-feira (07/11/2025) o rompimento político com o grupo do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e a adesão ao projeto liderado por ACM Neto (União Brasil). Leal confirmou que não disputará a reeleição em 2026 para dedicar-se integralmente à coordenação da campanha de Neto, defendendo que “a Bahia precisa de mudança”.

Mudança de eixo político e adesão ao União Brasil

A decisão marca uma das movimentações mais relevantes da atual legislatura baiana. Ex-presidente da ALBA e figura respeitada nos meios políticos, Nelson Leal deixa um ciclo de alianças com o Partido dos Trabalhadores, que se estendeu por quase duas décadas, para integrar o grupo oposicionista.

Em nota divulgada à imprensa, o parlamentar justificou o reposicionamento político como resultado de um processo de reflexão pessoal e institucional. Segundo ele, “a Bahia precisa reencontrar um caminho de desenvolvimento que resgate a confiança dos cidadãos e promova uma gestão moderna, eficiente e voltada para resultados concretos”.

Declarações e novo papel na campanha

Durante o anúncio, Leal destacou a importância da experiência administrativa de ACM Neto.

“Neto me convidou para coordenar a campanha, e acho que esse é o melhor caminho para a Bahia. Neto fez uma administração primorosa e extraordinária em Salvador e vai promover a mesma transformação que o nosso estado está precisando”, declarou o deputado.

Em discurso conciliador, ACM Neto exaltou o histórico político de Leal e o classificou como um aliado estratégico.

“Nelson Leal é um político com vasta experiência, respeitado em toda a Bahia pela sua liderança. Eu o conheço há vários anos e sei de sua enorme capacidade de trabalhar pelo desenvolvimento do nosso Estado. Agradeço muito ao deputado pelo apoio e sei que sua participação nesse processo será fundamental em nossa caminhada.”

Impacto na correlação de forças políticas

A adesão de Nelson Leal amplia o espaço de articulação da oposição no interior da Bahia, especialmente entre prefeitos, vereadores e lideranças regionais que mantinham vínculos com o PP e com a base governista. O gesto tem potencial de recompor o equilíbrio político em importantes colégios eleitorais e reforça a imagem de reorganização da oposição liderada por ACM Neto.

Leal, que construiu trajetória sólida na Casa Legislativa, é reconhecido por sua habilidade de diálogo com diversos setores e pelo papel decisivo em votações estratégicas na Assembleia. Sua presença na campanha tende a fortalecer as pontes entre o União Brasil e legendas do chamado “centrão baiano”.

Abdicação da reeleição e simbolismo político

Ao abrir mão da reeleição, Leal enfatizou o caráter simbólico de sua decisão. “Seria a oitava eleição que eu disputaria. Sou decano, mas preferi deixar de lado o projeto pessoal para coordenar a campanha de Neto. Acredito que essa é a forma mais concreta de ajudar a Bahia a mudar de verdade”, afirmou.

O gesto, avaliado por analistas políticos como um sinal de comprometimento estratégico, reforça a tese de que a eleição de 2026 poderá consolidar um realinhamento de forças no cenário estadual, com reflexos diretos na formação das futuras coligações.

Tensões entre o PP e o PT

A saída de Nelson Leal do campo governista ocorre em um momento de tensões internas entre o PP e o PT, agravadas por disputas municipais e pela percepção de perda de espaço político dentro da base de Jerônimo Rodrigues. Sua adesão a ACM Neto representa um movimento de ruptura simbólica com o ciclo iniciado em 2007, quando o grupo petista assumiu o comando do Estado.

Além do impacto eleitoral, a decisão reposiciona Leal como mediador entre a oposição tradicional e novos grupos políticos emergentes, ampliando a capacidade de mobilização no interior. A mudança pode influenciar diretamente o ritmo da disputa de 2026, em especial se vier acompanhada de novas adesões de lideranças regionais insatisfeitas com o atual governo.

*Com informações do jornal Correio.


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