Deputado Rosemberg Pinto cobra explicações de ACM Neto sobre suposto líder de organização criminosa na Executiva do União Brasil citado na Operação Overclean

O líder do governo na Assembleia Legislativa da Bahia, Rosemberg Pinto (PT), reagiu às críticas de ACM Neto ao governador Jerônimo Rodrigues, questionando a presença de um aliado apontado como líder de organização criminosa na Executiva Nacional do União Brasil. Ao lembrar a votação da “PEC da Bandidagem” e defender o trabalho da polícia baiana, o deputado acusou o ex-prefeito de praticar moralismo seletivo e cobrou explicações públicas. O episódio evidencia a disputa pela narrativa na área de segurança pública e reforça a polarização política na Bahia.
Deputado estadual Rosemberg Pinto (PT) reage às críticas de ACM Neto ao governador Jerônimo Rodrigues, em declaração nesta quarta-feira (19/11/2025), na Assembleia Legislativa da Bahia, e questiona a presença de suposto líder de organização criminosa na Executiva Nacional do União Brasil.

O líder do governo na Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Rosemberg Pinto (PT), reagiu às críticas do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil) ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) e questionou a coerência do opositor ao lembrar que o União Brasil abriga, em sua Executiva, um aliado apontado como suposto líder de organização criminosa. Em pronunciamento público, o parlamentar afirmou: “para que este arroubo todo se você acolhe um líder de organização criminosa na Executiva de seu partido?”, relacionando o embate político à disputa de narrativas sobre a segurança pública na Bahia, à atuação da polícia baiana e à recente votação da chamada “PEC da Bandidagem” no Congresso Nacional.

Debate sobre segurança pública vira centro da disputa política

De acordo com Rosemberg Pinto, o retorno de ACM Neto à exposição nas redes sociais, com críticas contundentes à gestão de Jerônimo Rodrigues na área de segurança, ocorre em um contexto de forte polarização política. O deputado classificou as manifestações do ex-prefeito como um uso do tema da violência para reforçar um palanque oposicionista, em vez de contribuir para um debate técnico e estruturado sobre políticas públicas.

Em tom crítico, o líder governista questionou onde estaria a mesma disposição de confronto de ACM Neto quando o União Brasil participou da votação da proposta apelidada de “PEC da Bandidagem”, que gerou forte reação social ao ser interpretada por diversos setores como um mecanismo de blindagem para maus políticos. Segundo Rosemberg, “naquele dia, Neto se escondeu debaixo da cama. Ninguém viu esse rompante todo”, sugerindo que o ex-prefeito teria adotado postura discreta em um momento considerado sensível para a imagem do partido.

Para o deputado, há uma discrepância entre a veemência do discurso oposicionista atual e a conduta de ACM Neto em episódios que envolvem diretamente a responsabilização de agentes públicos. Nesse sentido, Rosemberg argumenta que, ao ignorar o comportamento de seus aliados, o ex-prefeito fragiliza sua própria autoridade moral para atacar a gestão do governo estadual.

Trabalho da polícia baiana e ações do governo são defendidos por líder governista

Ao rebater os ataques à segurança pública na Bahia, Rosemberg Pinto afirmou que ACM Neto desconsidera o esforço cotidiano da polícia baiana e dos profissionais de segurança que, segundo ele, atuam de forma coordenada com o governo estadual para reduzir índices de criminalidade. O deputado reforçou que o Estado tem intensificado operações policiais, investimentos em estrutura e integração entre forças de segurança, especialmente em áreas de maior vulnerabilidade social.

O líder governista ressaltou que o debate sobre violência não pode ser conduzido apenas com base em retórica inflamada ou comparações simplificadas, sem considerar a complexidade do fenômeno, a realidade federativa e a necessidade de cooperação entre União, estados e municípios. Na avaliação de Rosemberg, o uso de dados de criminalidade como instrumento exclusivo de disputa eleitoral distorce o sentido original das políticas públicas de segurança.

Nesse contexto, o parlamentar enfatizou que o governo Jerônimo Rodrigues tem atuado para fortalecer estruturas de investigação, inteligência e policiamento ostensivo, além de aprofundar programas sociais em territórios marcados pela presença de organizações criminosas. Para ele, a crítica da oposição, quando descolada de propostas concretas, tende a reforçar apenas a polarização política, sem apresentar alternativas consistentes para o enfrentamento da violência.

Acusações sobre “rei do lixo” e moralismo seletivo

Um dos pontos mais duros da resposta de Rosemberg Pinto foi a referência ao aliado de ACM Neto conhecido como “rei do lixo”, citado em investigações da Polícia Federal. Segundo o deputado, esse personagem teria sido apontado pela PF como chefe de uma organização criminosa responsável por desvios superiores a R$ 1,4 bilhão em fraudes ligadas a contratos públicos. Rosemberg destacou que, apesar da gravidade das acusações, o aliado permanece na Executiva Nacional do União Brasil, sob a proteção política de ACM Neto.

Ao tratar do assunto, o líder governista acusou o ex-prefeito de praticar um “moralismo seletivo”, no qual denúncias e suspeitas contra adversários ganham grande repercussão, enquanto casos envolvendo aliados próximos seriam relativizados ou silenciados. Para Rosemberg, tal postura compromete a credibilidade do discurso oposicionista, sobretudo quando dirigido à conduta do governador Jerônimo Rodrigues.

O parlamentar cobrou que ACM Neto ofereça esclarecimentos públicos sobre o papel desse aliado dentro do partido e sobre as implicações políticas das investigações em curso. Em frase direta, Rosemberg afirmou: “Antes de atacar Jerônimo, explique isso ao povo da Bahia, Neto. Não vá se esconder debaixo da cama de novo.” A declaração reforça a estratégia governista de deslocar o foco do debate da crítica à gestão estadual para a coerência interna da oposição.

ACM Neto, União Brasil e a disputa pela narrativa na Bahia

O embate entre Rosemberg Pinto e ACM Neto se insere em um cenário mais amplo de disputa pela narrativa política na Bahia, em que o União Brasil busca consolidar-se como principal força de oposição ao governo estadual, enquanto o PT procura defender o legado de suas gestões consecutivas no estado. A segurança pública, por seu caráter sensível e de forte apelo social, tornou-se um dos principais eixos desse confronto.

Nos últimos anos, o nome de ACM Neto permanece associado à liderança da oposição baiana, mesmo após deixar a Prefeitura de Salvador. Já Rosemberg Pinto consolidou-se como um dos porta-vozes mais firmes do campo governista na Assembleia Legislativa, atuando na linha de frente em defesa das iniciativas do Executivo estadual e na crítica a movimentos que, na avaliação da base, visariam desgastar a imagem do governo.

Ao inserir no debate o tema da “PEC da Bandidagem” e a permanência de um aliado investigado por supostos desvios bilionários na cúpula do União Brasil, Rosemberg reforça uma linha de argumentação que busca contrapor a imagem de “rigor” reivindicada pela oposição às práticas políticas adotadas dentro de sua própria estrutura partidária. O objetivo é evidenciar que, em matéria de ética pública, o discurso não pode ser dissociado da composição de alianças e da conduta efetiva diante de denúncias.

Segurança pública como arena de guerra política

O conflito discursivo entre Rosemberg Pinto e ACM Neto ilustra um fenômeno recorrente na política brasileira: a segurança pública como palco privilegiado para disputas de narrativa e construção de capital político. Ao acusar o ex-prefeito de acolher um suposto líder de organização criminosa na Executiva do União Brasil e de ter se omitido na votação da “PEC da Bandidagem”, o líder governista tenta inverter o vetor da crítica, deslocando a cobrança de responsabilidade da gestão estadual para a coerência da oposição.

Nesse tipo de embate, o risco é que a complexidade do tema – que envolve estrutura policial, políticas sociais, sistema prisional, atuação do Judiciário e coordenação federativa – seja reduzida a trocas de acusações personalizadas. A defesa do trabalho da polícia baiana e a exaltação de operações e integrações promovidas pelo governo podem encontrar limites se não forem acompanhadas de transparência em dados, avaliação independente de resultados e abertura ao escrutínio público, inclusive por parte da oposição.

Ao mesmo tempo, a crítica de ACM Neto à segurança na Bahia perde força quando confrontada com a permanência de aliados sob suspeita de envolvimento em esquemas de grande porte na Executiva de seu partido, como lembra Rosemberg. A seletividade na indignação, apontada pelo deputado como “moralismo seletivo”, revela uma tensão clássica da política: exigir rigor de adversários enquanto relativiza problemas internos. Para o eleitor, a consistência entre discurso e prática tende a ser um dado cada vez mais relevante na avaliação de lideranças.


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