O Governo da Bahia inaugurou, nesta quarta-feira (19/11/2025), o Coletivo Bahia pela Paz no bairro da Liberdade, em Salvador, consolidando um novo espaço de acolhimento, escuta qualificada e promoção da cidadania para jovens negros entre 12 e 29 anos. A unidade integra o conjunto de ações do Novembro Negro e reafirma o compromisso do Estado com políticas públicas voltadas ao enfrentamento da violência e das desigualdades raciais.
O equipamento funciona como um território estruturado para atendimento psicossocial, acompanhamento familiar, formação cidadã, articulação com serviços públicos e oferta de atividades de esporte, cultura, lazer e qualificação profissional. A entrega contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, do vice-governador Geraldo Júnior, do secretário de Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas, do secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, além de outras autoridades estaduais e representantes comunitários.
Durante a inauguração, Jerônimo Rodrigues destacou a simbologia da entrega na véspera do Dia da Consciência Negra e ressaltou o papel da Liberdade como um dos maiores redutos culturais da população negra da capital. “A Liberdade é um bairro estratégico, importante, de população negra, marcado pela cultura. E fazer essa entrega na véspera do 20 de novembro é simbólico. Aqui estamos falando, além de segurança pública, da nossa responsabilidade com a cultura”, afirmou o governador.
A moradora Angélica Maria de Matos destacou a relevância da iniciativa para o território. Para ela, o Coletivo representa reconhecimento e compromisso com a realidade dos jovens da Liberdade. “Esse compromisso do poder público com nosso bairro é maravilhoso. Aqui onde a população negra prevalece. Que bom termos esse coletivo”, afirmou.
Política pública para vidas negras
O Programa Bahia pela Paz está regulamentado pela Lei Estadual nº 14.730/2024 e se configura como uma política de Estado direcionada à redução da violência e ao combate à exclusão juvenil, especialmente em áreas marcadas pelo racismo estrutural e pela vulnerabilidade social.
A metodologia de atuação envolve equipes multidisciplinares formadas por psicólogos, assistentes sociais e educadores, articuladas com diversas secretarias estaduais. O secretário Felipe Freitas destacou a expansão da iniciativa e sua abrangência territorial. “Esse coletivo é mais um dos 24 que vão ser inaugurados na Bahia até 2026, em mais de dez cidades do estado, numa iniciativa que articula educação, cultura e direitos humanos a favor da prevenção à violência”, declarou.
O protagonismo juvenil é um dos pilares do programa. Os jovens participam da elaboração de diagnósticos territoriais, da identificação de demandas e da construção de soluções em conjunto com profissionais e lideranças locais. A proposta é que esta participação ativa contribua para atividades, cursos, rodas de conversa e ações que dialoguem com o cotidiano da comunidade, fortalecendo vínculos e ampliando oportunidades.
Coletivos em funcionamento
A Bahia conta atualmente com 12 Coletivos Bahia pela Paz em pleno funcionamento. A meta é atingir 24 unidades até o final de 2026, ampliando o alcance da política e proporcionando acolhimento, promoção da cidadania e garantia de direitos a milhares de jovens e famílias em situação de vulnerabilidade em diferentes regiões do estado.
A expectativa do Governo é que os resultados sejam também perceptíveis na segurança pública, reduzindo fatores de risco associados à violência e fortalecendo ações preventivas baseadas na escuta, na educação e na integração comunitária.
Desafios para consolidar políticas contínuas
A inauguração do Coletivo Bahia pela Paz na Liberdade representa um avanço simbólico e prático na construção de políticas duradouras voltadas à juventude negra. Contudo, a sustentabilidade da iniciativa depende da continuidade orçamentária, da integração entre secretarias e da capacidade de transformar diagnósticos comunitários em ações efetivas e mensuráveis.
Outro ponto de atenção é a articulação com a segurança pública. Embora o programa enfatize prevenção e cidadania, sua efetividade plena requer alinhamento com estratégias de policiamento de proximidade, redução de letalidade e ampliação de oportunidades educacionais, para que o impacto seja estrutural e não apenas pontual. A consolidação dos 24 coletivos previstos exigirá monitoramento contínuo, indicadores claros e participação social permanente.
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