Bahia lidera captação e receberá R$ 35 bilhões da Chamada Nordeste para projetos privados

Bahia assegura maior fatia dos recursos e amplia protagonismo regional.
Governador Jerônimo Rodrigues durante a Assembleia Geral do Consórcio Nordeste, em Teresina (PI), nesta segunda (01/12/2025), onde foi anunciado o resultado da Chamada Nordeste e a criação do Centro de Inteligência Artificial do Nordeste.

A Bahia se consolidou como o principal estado contemplado na Chamada Nordeste, iniciativa do BNDES que disponibilizou R$ 113 bilhões para financiar projetos da iniciativa privada nos nove estados da região. O resultado foi divulgado nesta segunda-feira (01/12/2025), durante a Assembleia Geral Ordinária do Consórcio Nordeste, em Teresina (PI), com participação do governador Jerônimo Rodrigues e demais chefes de Executivo estaduais.

A Bahia apresentou 61 propostas, o maior volume entre os estados, e ficou com R$ 35 bilhões da linha de crédito federal, reforçando seu peso econômico e sua capacidade de articulação para atrair investimentos estruturantes. Segundo Jerônimo Rodrigues, “o número de propostas é proporcional ao tamanho que nós temos. A Bahia é a primeira economia do Nordeste”. O governador acrescentou que o desafio agora é executar os projetos com eficácia, garantindo geração de emprego, dinamização da economia e fortalecimento regional.

A Chamada Nordeste supera em 11 vezes a estimativa inicial de recursos previstos, evidenciando o potencial da região dentro da estratégia da Nova Indústria Brasil. No total, 189 projetos foram selecionados, resultado da primeira ação conjunta entre todas as instituições federais de fomento para estimular o desenvolvimento nordestino.

Centro de Inteligência Artificial do Nordeste é lançado para impulsionar inovação

Durante o encontro, foi anunciada a criação do Centro de Inteligência Artificial do Nordeste (CIAN), estrutura inédita no país dedicada ao desenvolvimento de soluções tecnológicas aplicadas a políticas públicas. O objetivo é integrar universidades, parques tecnológicos e laboratórios já existentes, além de formar uma rede de especialistas em inovação digital.

O CIAN pretende ampliar a capacidade da região em áreas como:

  • Saúde, com sistemas preditivos e monitoramento avançado;
  • Segurança, por meio de tecnologias integradas de análise de dados;
  • Educação, com ferramentas de personalização do aprendizado;
  • Agricultura, incluindo automação e modelos inteligentes de produção;
  • Gestão pública, oferecendo suporte à tomada de decisão baseada em evidências.

A expectativa é que o Centro funcione como um polo de atração de investimentos nacionais e internacionais, consolidando o Nordeste como referência emergente na transformação digital brasileira.

Outros temas estratégicos do Consórcio Nordeste

A Assembleia Geral abordou ainda temas relevantes para o planejamento regional. Entre os destaques:

  • Apresentação dos estudos “Futuro Digital do Nordeste” e “Powershoring”, voltados à modernização produtiva;
  • Assinatura de acordos de cooperação com ENAP, Sebrae, ApexBrasil, Instituto Ethos e Norgás;
  • Exposição das atividades das câmaras temáticas do Consórcio;
  • Entrega do Relatório 2025;
  • Aprovação do orçamento para 2026.

A comitiva baiana contou, além do governador, com o secretário da Segurança Pública, Marcelo Werner; o secretário da Casa Civil, Afonso Florence; o presidente da BahiaInveste, Paulo Guimarães; e o superintendente da Sudesb, Vicente Neto.

O significado estratégico da captação baiana

A Bahia reafirma sua posição de locomotiva econômica do Nordeste ao captar a maior parcela dos recursos disponíveis na Chamada Nordeste. O volume de propostas apresentadas demonstra capacidade organizacional e maturidade técnica para estruturar projetos elegíveis a financiamentos federais. Tal desempenho reforça a importância de planejamento estadual contínuo e de políticas públicas voltadas à atração de investimentos produtivos.

Por outro lado, a execução dos projetos será decisiva para mensurar o impacto real do aporte. A criação do CIAN abre uma oportunidade singular para fortalecer a inovação regional, mas dependerá de governança robusta para evitar dispersão de esforços e assegurar continuidade institucional. O Nordeste se move em direção à economia do futuro, mas o desafio histórico permanece: transformar potencial em resultados sustentáveis.


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