O Porto de Aratu-Candeias, na Bahia, administrado pela Autoridade Portuária Federal (CODEBA), completou 50 anos de operação nesta sexta-feira (12/12/2025), consolidando-se como um dos principais polos logísticos do Nordeste, estratégico para importações, exportações e integração comercial do Brasil com mercados internacionais.
Inaugurado em 1975 para atender à demanda do Polo Petroquímico de Camaçari, o Porto de Aratu-Candeias ampliou progressivamente suas funções e tornou-se peça central da infraestrutura logística baiana. Ao longo do período, o terminal evoluiu de um porto de apoio industrial para uma plataforma intermodal com papel relevante no escoamento da produção regional.
Durante a cerimônia comemorativa, o presidente da CODEBA, Antonio Gobbo, destacou que o marco histórico representa não apenas a longevidade operacional, mas cinco décadas de contribuição direta ao desenvolvimento econômico da Bahia, do Nordeste e do país. Segundo ele, o aniversário inaugura uma fase orientada ao futuro, com foco em inovação, sustentabilidade e governança.
Gobbo ressaltou ainda o fortalecimento do relacionamento entre o porto e as comunidades do entorno. “Ao celebrar cinco décadas de operação, abrimos um novo capítulo de planejamento, voltado à inovação, à sustentabilidade e à governança de ponta, convidando a sociedade a reconhecer o papel do Porto de Aratu-Candeias na construção de um futuro econômico mais próspero”, afirmou.
Expansão logística e integração aos mercados internacionais
A consolidação do Porto de Aratu-Candeias está diretamente associada ao crescimento do agronegócio, à diversificação das cargas e ao aproveitamento estratégico da navegação pela Baía de Todos-os-Santos. Esses fatores viabilizaram conexões regulares com mercados internacionais, ampliando a competitividade da produção nordestina.
Com avanços estruturais e ganhos de eficiência operacional, o porto passou a ocupar posição de destaque nas cadeias de importação e exportação, reforçando sua importância no sistema portuário nacional. Nos últimos anos, a gestão e os investimentos em infraestrutura elevaram sua visibilidade no cenário logístico brasileiro.
A atuação integrada com outros modais e a localização privilegiada contribuíram para a expansão das operações, tornando o terminal um elo estratégico entre a produção regional e o comércio exterior.
Investimentos, tecnologia e o papel do Estado
Representando o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ângelo Almeida, reconheceu os desafios históricos do setor portuário no estado e defendeu um novo ciclo de investimentos. Para ele, o momento exige modernização tecnológica, políticas públicas estruturantes e captação de recursos.
Almeida destacou a extensão do litoral baiano e o potencial do modal marítimo no século XXI, ressaltando que o governo estadual tem buscado elevar o patamar da infraestrutura logística. “Celebramos 50 anos com conquistas, mas também com a necessidade de ampliar investimentos, tecnologias e políticas públicas capazes de posicionar a Bahia em outro nível”, afirmou.
A perspectiva é de que novos aportes fortaleçam a competitividade do porto e ampliem sua capacidade de atender às demandas do comércio nacional e internacional.
Parceria institucional e segurança da navegação
A cerimônia também evidenciou a parceria entre a Autoridade Portuária Federal e a Marinha do Brasil. O comandante da Base Naval de Aratu, capitão de mar e guerra Leonardo Lopes, representando o vice-almirante Gustavo Calheiro Garriga Pires, enfatizou o papel da Marinha na segurança da navegação e na proteção de embarcações nacionais e estrangeiras.
Segundo Lopes, fatores como profundidade, condições meteorológicas e disponibilidade operacional tornam o Porto de Aratu-Candeias fundamental para o pleno aproveitamento do potencial marítimo brasileiro. A presença de uma estrutura robusta na Baía de Todos-os-Santos, afirmou, é decisiva para o desenvolvimento econômico e logístico do país.
Legado consolidado e desafios do futuro
O cinquentenário do Porto de Aratu-Candeias evidencia um legado consolidado de desenvolvimento, mas também expõe desafios estruturais comuns ao sistema portuário brasileiro. A modernização contínua, a adoção de tecnologias digitais e a ampliação da eficiência operacional são exigências permanentes em um ambiente logístico cada vez mais competitivo.
Embora os discursos ressaltem inovação e sustentabilidade, a efetividade dessas diretrizes dependerá da execução concreta de investimentos e da coordenação entre União, estado e iniciativa privada. A experiência histórica demonstra que avanços institucionais precisam ser acompanhados de planejamento de longo prazo e estabilidade regulatória.
Ao completar 50 anos, o porto reafirma sua relevância estratégica. O desafio, agora, é transformar o simbolismo da data em ações estruturantes que garantam competitividade, integração logística e crescimento sustentável nas próximas décadas.
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