Noventa e duas cidades brasileiras tiveram receita superior a R$ 1 bilhão em 2021, segundo levantamento. Mais do que bilionárias, essas cidades respondem por mais de um terço da população brasileira e têm um orçamento global de R$ 344,3 bilhões.
Mas, afinal, quais são esses municípios, que partidos comandam as prefeituras mais ricas do país e como essas cidades impactaram no resultado do primeiro turno das eleições presidenciais?
A seguir são apresentados dados de Feira de Santana, segundo maior colegio eleitoral da Bahia e de outros 20 municípios do Brasil.
A força econômica, política e eleitoral de Feira de Santana
- Segundo dados de 2021 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Feira de Santana tem população estimada em 624.107 habitantes e possui a segunda maior população da Bahia.
- A Justiça Eleitoral informa que 424.521 eleitores de Feira de Santana estão aptos a votar nas Eleições 2022.
- Segundo dados de 2018 divulgados pelo IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) de Feira de Santana foi de R$ 13,1 bilhões, ficando na terceira posição na Bahia. A primeira colocação é de Salvador, capital do estado, seguido de Camaçari, município da Região Metropolitana de Salvador (RMS). Ele está entre os 10 municípios que contribuim para formação dos 52,4% do PIB estadual. Os dados do IBGE são referentes ao ano de 2016.
- Sancionada no dia 21 de março de 2022 pelo prefeito Colbert Martins Filho (MDB), a Lei Orçamentária Anual de Feira de Santana (LOA) informa que ela tem previsão de receita de R$ 1.653.172.890, que devem ser aplicados pela gestão municipal no exercício financeiro de 2022.
- Para a Saúde será destinado R$ 486.669.448 dos recursos; Educação R$ 402.965.645; Administração R$268.625.060 e Serviços Públicos R$ 119.787.971.
- Já o orçamento para a pasta da Fazenda é de R$ 87.129.132; Gabinete do Prefeito com R$ 75.528.232; Desenvolvimento Social R$ 43.182.544; Transporte e Trânsito R$ 27.270.500; Planejamento R$ 23.735.765 e a Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer R$ 19.851.800.
- A Comunicação Social tem como orçamento R$ 12.145.000; Desenvolvimento Urbano R$ 11.814.530 e a Secretaria do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico R$ 7.455.750. O orçamento da Câmara Municipal é de R$ 35.277.404.
Confira dados das cidades mais ricas do Brasil
São Paulo é, de longe, o estado com mais representantes na lista. São 29 cidades bilionárias. Além da capital paulista, outras seis cidades do estado figuram entre as 20 mais ricas do país. Em seguida, vem Minas Gerais, que conta com oito municípios entre os 92.
Paraná e Rio de Janeiro têm sete cidades com receita acima de R$ 1 bilhão. Este último, inclusive, é o único estado, além de São Paulo, que tem mais de uma cidade entre as 20 mais ricas do país. Além da capital fluminense, Niterói aparece em 14º lugar.
No Rio Grande do Sul, além de Porto Alegre, outros cinco municípios gaúchos compõem a lista da prosperidade. Os estados de Santa Catarina (4), Goiás (4), Pará (4), Bahia (3), Pernambuco (3), Espírito Santo (2), Mato Grosso do Sul (2) e Paraíba (2) são aqueles que contam com mais de um município bilionário.
Onze estados têm apenas uma cidade no ranking. São eles: Acre, Alagoas, Amazonas, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Tocantins, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e Sergipe.
As 20 cidades com as maiores receitas do país são
- São Paulo (SP) – R$ 72,8 bilhões
- Rio de Janeiro (RJ) – R$ 32,6 bi
- Belo Horizonte (MG) – R$ 13,6 bi
- Curitiba (PR) – R$ 9,4 bi
- Fortaleza (CE) – R$ 8,5 bi
- Porto Alegre (RS) – R$ 7,8 bi
- Salvador (BA) – R$ 7,6 bi
- Manaus (AM) – R$ 6,6 bi
- Campinas (SP) – R$ 6,5 bi
- Goiânia (GO) – R$ 6,2 bi
- Recife (PE) – R$ 5,9 bi
- Guarulhos (SP) – R$ 4,9 bi
- São Bernardo do Campo (SP) – R$ 4,7 bi
- Niterói (RJ) – R$ 4,6 bi
- Campo Grande (MS) – R$ 4,3 bi
- Barueri (SP) – R$ 4,1 bi
- São Luís (MA) – 3,9 bi
- Belém (PA) – R$ 3,6 bi
- São José dos Campos (SP) – R$ 3,4 bi
- Osasco (SP) – R$ 3,4 bi
A receita da cidade de São Paulo é superior à soma das receitas de Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza e Porto Alegre.
O especialista em orçamento público Cesar Lima destaca a importância dessas cidades para a economia do país.
“Esses municípios representam hoje 4% do PIB brasileiro. E o número desses municípios tem crescido. Em 2018, tínhamos 65 municípios que arrecadavam acima de um bilhão de reais. Em 2019, 71. Em 2020, 82. E, no ano passado, nós fomos para 92, demonstrando uma melhora na economia. É a dinamização da economia, uma vez que você tem mais cidades nesse seleto grupo das cidades bilionárias”.
Quem é que manda
As 92 cidades bilionárias são governadas por prefeitos de 20 partidos. Mas a pulverização para por aí. Isso porque PSDB (17), MDB (14), PSD (13) e União Brasil (9) comandam mais da metade dos municípios com receita superior ao bilhão por ano. Mais precisamente, 53.
Das 20 cidades com mais receita, o PSDB comanda quatro, todas elas do estado de São Paulo: a capital, a mais rica entre todos os municípios, Barueri, São José dos Campos e São Bernardo do Campo. Já o União está à frente de três cidades entre as 20 mais ricas do país, todas capitais de estado: Rio de Janeiro, Curitiba e Salvador. O PSD também chefia três municípios dos 20 primeiros. São eles: Belo Horizonte (MG), Guarulhos (SP) e Campo Grande (MS).
O MDB comanda Porto Alegre (RS) e Goiânia (GO), enquanto o PDT está à frente de Fortaleza (CE) e Niterói (RJ). Já o Podemos tem prefeitos em São Luís (MA) e Osasco (SP).
PSOL, PSB, Republicanos e Avante são os outros partidos que têm prefeitos entre as 20 cidades mais ricas. Belém (PA), Recife (PE), Campinas (SP) e Manaus (AM), respectivamente.
Impacto nas eleições presidenciais
Mais de 36,8 milhões de eleitores das 92 cidades bilionárias foram às urnas no primeiro turno. Em números absolutos, Bolsonaro ganhou uma disputa apertada, ao levar cerca de 18,8 milhões de votos, contra quase 18 milhões do candidato petista, Lula. O atual presidente, no entanto, foi o preferido da maioria dos eleitores de 69 cidades que faturam acima do bilhão, o triplo de Lula, que venceu em 23.
Regionalmente, o candidato do PL levou a melhor no Sudeste, Sul, Norte e Centro-Oeste. Já o petista ganhou na maior parte das cidades bilionárias do Nordeste.
No recorte das cidades que compõem o grupo das 20 mais ricas, Lula ganhou em 11, no primeiro turno. Bolsonaro em 9.
O petista venceu em São Paulo, Fortaleza, Porto Alegre, Salvador, Recife, São Bernardo do Campo, Niterói, Barueri, São Luís, Belém e Osasco. O candidato do PL ganhou no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, Curitiba, Manaus, Campinas, Goiânia, Guarulhos, Campo Grande e São José dos Campos.
Dados do Primeiro Tuno das Eleições 2022 em Feira de Santana
Presidente da República
- Lula (PT): 211.813 votos (61,70%)
- Jair Bolsonaro (PL): 107.271 votos (31,25%)
- Simone Tebet (MDB): 11.074 votos (3,23%)
- Ciro Gomes (PDT): 9.655 votos (2,81%)
- Soraya Thronicke (UNIÃO): 2.210 votos (0,64%)
- Felipe D Avila (Novo): 770 votos (0,22%)
- Padre Kelmon (PTB): 156 votos (0,05%)
- Léo Péricles (UP): 105 votos (0,03%)
- Sofia Manzano (PCB): 104 votos (0,03%)
- Vera (PSTU): 68 votos (0,02%)
- Constituinte Eymael (DC): 61 votos (0,02%)
- Brancos – 1,45%
- Nulos – 3,51%
Governador
- ACM Neto (UNIÃO): 140.555 votos (42,87%)
- Jerônimo (PT): 135.134 votos (41,21%)
- João Roma (PL): 48.138 votos (14,68%)
- Kleber Rosa (PSOL): 3.754 votos (1,14%)
- Giovani Damico (PCB): 266 votos (0,08%)
- Marcelo Millet (PCO): 43 votos (0,01%) *candidatura anulada – candidato recorre
- Brancos – 3,32%
- Nulos – 5,78%
Senador
- Otto Alencar (PSD): 151006 votos (52,10%)
- Cacá Leão (PROGRESSISTAS): 65571 votos (22,62%)
- Doutora Raissa Soares (PL): 64736 votos (22,34%)
- Tâmara Azevedo (PSOL): 8048 votos (2,78%)
- Marcelo Barreto (PMN): 369 votos (0,13%)
- Cicero Araujo (PCO): 94 votos (0,03%) *candidatura anulada – candidato recorre
- Brancos – 7,34%
- Nulos – 12,32%
Os 10 deputados federais mais votados em Feira de Santana
- Zé Neto (PT): 62915 votos (20,12%)
- Zé Chico (UNIÃO BRASIL): 34540 votos (11,04%)
- Galeguinho (PSB): 14908 votos (4,77%)
- Marcio Marinho (Republicanos): 10013 votos (3,20%)
- Capitão Alden (PL): 8652 votos (2,77%)
- Neinha Bastos (PDT): 8118 votos (2,60%)
- Capitão André Porciuncula (PL): 6854 votos (2,19%)
- Gabriel Nunes (PSD): 6216 votos (1,99%)
- Netto Dez (Solidariedade): 6105 votos (1,95%)
- Roberta Roma (PL): 5312 votos (1,70%)
- Brancos – 6,43%
- Nulos – 6,87%
Os 10 deputados estaduais mais votados em Feira de Santana
- Pablo Roberto (PSDB): 42635 votos (13,44%)
- Binho Galinha (PATRIOTAS): 32980 votos (10,40%)
- Jhonatas Monteiro (PSOL): 31697 votos (9,99%)
- Carlos Geilson (Solidariedade): 15912 votos (5,02%)
- Robinson (PT): 15854 votos (5,00%)
- Luiz da Feira (Avante): 10929 votos (3,45%)
- Pastor Tom (Solidariedade): 10518 votos (3,32%)
- Jose de Arimateia (Republicanos): 10512 votos (3,31%)
- Angelo Almeida (PSB): 8128 votos (2,56%)
- Lulinha (UNIÃO BRASIL): 7100 votos (2,24%)
- Brancos – 5,90%
- Nulos – 6,16%
Baixe
Lei Orçamentária Anual de 2022 (LOA) de Feira de Santana
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