Javier Milei ataca presidentes Lula e Luis Arce para tirar foco da recessão em que a Argentina entrou, diz mídia brasileira

Enquanto a Argentina enfrenta uma recessão econômica que resultou em uma queda de 5,1% no PIB no primeiro trimestre de 2024, o presidente Javier Milei, conhecido por suas posições anarcocapitalistas, tem se posicionado de forma a intensificar conflitos externos como forma de manter sua imagem antissistema. Segundo relatos, sua ausência na cúpula do Mercosul, alegando agenda apertada, contrasta com sua presença confirmada em um evento bolsonarista em Santa Catarina, Brasil, antes do evento regional. Essa estratégia não é nova para Milei, que já protagonizou episódios semelhantes em encontros internacionais anteriores, como nos Estados Unidos e na Espanha.

O ponto central das críticas de Milei tem sido o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mais recentemente, Luis Arce, da Bolívia. Em um recente post no X (antigo Twitter), Milei chamou Lula de “O Perfeito Dinossauro Idiota”, criticando a posição oficial do Brasil sobre a situação política na Bolívia. Essas provocações, segundo analistas políticos, servem não apenas para alimentar confrontos externos, mas também para desviar o foco dos graves problemas internos enfrentados pela Argentina, como o aumento da fome e da pobreza.

Bernardo Mello Franco, colunista do jornal O Globo, aponta que Milei busca manter uma aura antissistema que o alçou ao poder político na Argentina.

“Ao investir em inimigos externos, ele não apenas cria uma cortina de fumaça para as questões domésticas, mas também reforça sua imagem junto a seus apoiadores”, escreveu Franco.

Essa estratégia não passou despercebida pela diplomacia internacional, especialmente após a intensificação das repreensões diplomáticas da Espanha à Argentina, culminando na retirada de seu embaixador do país.

Enquanto isso, no Palácio do Planalto, a estratégia adotada é de não responder diretamente às provocações de Milei, conforme relata a coluna de Jamil Chade no UOL. Apesar disso, fontes próximas ao presidente Lula admitem que, dependendo do tom das críticas, a situação poderá se tornar insustentável, podendo afetar as relações bilaterais entre Brasil e Argentina.

*Com informações da Sputnik News.