O Biden dos trópicos | Por Luiz Holanda

O presidente Joe Biden anuncia investimentos para reconectar e reconstruir comunidades negligenciadas como parte de sua agenda de Investimentos na América, quarta-feira, 13 de março de 2024, no Pieper-Hillside Boys and Girls Club em Milwaukee.
A decisão do presidente Joe Biden foi influenciada por sua perda de memória e a pressão de aliados.

A perda de memória do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não é de agora. Por ocasião de uma acusação por  ter levado documentos sigilosos para casa ao sair da vice-presidência do governo dos EUA, em 2017, o promotor especial americano, Robert Hur, alegou que ele (Biden) não podia ser acusado de nada, pois não se lembrava de datas importantes, como o ano em que seu filho Beau Biden morreu ou quando deixou o cargo de vice-presidente. A desistência de permanecer na disputa eleitoral contra Donald Trump foi o reconhecimento desse fato, bem como das pressões de seus aliados para que renunciasse à candiatura. Sua saida do palco político  – após semanas de lutas tentando se firma como candidato dos democratas-, insistindo que não iria a lugar nenhum depois do desastroso desempenho no debate com Donald Trump, veio através de uma carta postada nas redes sociais enquanto se recuperava da Covid-19, em sua casa de praia, em Delaware. Nunca antes um presidente deixou uma corrida à reeleição tão perto do Dia da disputa.

Trump, de 77 anos, não fica atrás. Recentemente identificou pessoas erroneamente, confundindo a oponente republicana Nikki Haley com Nancy Pelosi, a democrata que foi presidente da Câmara dos Deputados quando ele estava no poder. Aqui nos trópicos o fato se repete. O presidente Lula também sofre do mesmo mal. Suas falhas de memória e momentos em que parece viver nos anos 1980 preocupam seus aliados. Estranham seu radicalismo arcaico e as ofensas proferidas contra seus desafetos, além do discurso de sindicalista do ABC. Seus auxiliares estão preocupados com os números declarados por ele durante agendas de trabalho. Recentemente ele disse que Israel havia matado 12,3 milhões de pessoas na guerra de Gaza. Outra grande preocupação sobre a sua saúde mental é essa insistência em dizer que é sexualmente potente, apesar da idade, e que quem duvidar da afirmação que perguntesse a Janja. Aliás, o assunto sexo, entre nós, é uma forma de poder político. Bolsonaro criou o termo “imbrochável” como força política num discurso durante as comemorações do 7 de setembro, em Brasilia. Ele repetiu por três vezes que era “imbrochável”, depois de dar um beijo em sua esposa, Michele, então primeira dama. A partir daí ele e Lula fizeram da sexualidade uma plataforma política, um meio de governabilidade, fato de grande importância para a vida da nação.

No caso de Biden o sexo não entrou, mas sim a perda da memória. Isso foi o que ocasionou sua desistência à  reeleição. O anúncio não foi exatamente uma surpresa no mundo político. A pressão para que ele fosse substituído atingiu o auge nos últimos meses, com pedidos para que ele abrisse caminho para outro candidato democrata. Apesar de um longo histórico de gafes confundindo nomes e datas desde a época em que era vice-presidente de Barack Obama, o aumento da frequência desses episódios nos últimos anos vinha causando preocupações entre os democratas. Hoje, com 81 anos, Biden foi o presidente mais velho a assumir o cargo, em 2021, aos 78 anos de idade,  praticamente a mesma de Lua. O presidente do PP (Partido Progressistas), senador Ciro Nogueira, ao perceber essas falhas de memória de Lula o chamou de “Biden da Silva”, e que a “perda de contato” do petista com a realidade “só aumenta”. Daí o movimento da oposiçao para chamá-lo de “O Biden dos Tópicos”, é apenas uma questão de tempo.

*Luiz Holanda, advogado e professor universitário.


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