Bahia amplia protagonismo na transição energética com instalação do escritório da Windey Energy no Brasil

A Bahia consolidou mais um passo estratégico em sua liderança nacional no setor de energias renováveis com a instalação do primeiro escritório da Windey Energy no Brasil, multinacional chinesa considerada uma das maiores fabricantes de turbinas eólicas do mundo. A cerimônia de inauguração ocorreu sexta-feira (27/06/2025) no campus do Senai Cimatec, em Salvador, e marcou também o lançamento de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) voltado à inovação tecnológica em energia eólica.

O novo escritório da Windey Energy atuará na fabricação de turbinas eólicas, hidrogênio verde e sistemas de armazenamento de energia (bess). Esses três eixos tecnológicos são considerados centrais para a descarbonização da matriz energética, além de contribuírem diretamente com a industrialização regional e a formação de mão de obra qualificada.

Durante o evento, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, destacou o impacto estrutural da chegada da empresa:

“A Bahia já é muito potente. Essa instalação fortalece a capacitação técnica local, eleva nossa produtividade e favorece a exportação de equipamentos para outros países, além de atrair novas indústrias que buscam energia a custos mais acessíveis”, afirmou.

Decisão estratégica e apoio institucional

O diretor de vendas da Windey para a América Latina, Hugo Louchan Chanf Miranda, explicou que a decisão de instalar o escritório na Bahia foi baseada em critérios técnicos e estratégicos, entre eles, o potencial eólico e solar do estado, além da forte presença da biomassa. Segundo ele,

“A Bahia oferece condições ímpares para geração de energia renovável. Se aproveitarmos 1% desse potencial, já estaremos satisfeitos”.

A parceria com o Senai Cimatec foi apontada como fator decisivo para a viabilização do centro de inovação e desenvolvimento tecnológico.

Origem do acordo e papel do governo federal

A vinda da Windey Energy para o Brasil resulta de memorando de entendimentos assinado durante missão oficial à China, em maio de 2025, com a participação do governador Jerônimo Rodrigues, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Rui Costa ressaltou a importância das relações multilaterais na geração de emprego e transferência de tecnologia:

“O governo chinês tem reafirmado sua disposição em investir no Brasil. A Bahia, com projetos como a Ponte Salvador-Itaparica, a BYD e agora a Windey, está colhendo frutos dessas parcerias”, disse.

Expansão da cadeia produtiva e empregos

A instalação da Windey Energy está alinhada com a política estadual de verticalização da cadeia produtiva, com foco na produção local de componentes e geração de empregos diretos e indiretos. A iniciativa beneficia polos industriais como Camaçari e Lauro de Freitas, além de fomentar a integração entre universidades, startups e projetos-piloto no setor de energia inteligente.

Liderança nacional em energia renovável

Com 98% da matriz elétrica composta por fontes renováveis, a Bahia lidera nacionalmente a geração eólica. O estado possui ventos constantes, unidirecionais e com fator de capacidade superior a 50%, além de alta irradiação solar no semiárido.

Segundo dados oficiais, a Bahia possui atualmente:

• 1.220 empreendimentos de energia solar e eólica em operação, construção ou licenciamento;

• R$ 232 bilhões em investimentos estimados;

• Presença em 69 municípios;

• Potencial de geração de mais de um milhão de empregos.

Perspectivas para o setor

A expectativa é que a instalação da Windey impulsione:

• Atração de novos investimentos internacionais;

• Parcerias público-privadas para financiamento de projetos;

• Avanço da indústria local de componentes como torres, pás e geradores;

• Fortalecimento da Bahia como referência global em transição energética.

O evento contou ainda com as presenças do senador Jaques Wagner, do presidente mundial da Windey Energy, Cheng Chenguang, do diretor de Tecnologia e Inovação do Senai-Cimatec, Leone Andrade, e do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Angelo Almeida.