Nesta terça-feira (01/07/2025), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, em Brasília, do lançamento oficial do Plano Safra 2025/2026, que destinará R$ 516,2 bilhões ao financiamento da produção agropecuária de médios e grandes produtores. O montante representa um acréscimo de R$ 8 bilhões em relação à safra anterior e consolida a política de crédito rural como instrumento central de apoio ao setor produtivo.
Durante a cerimônia, Lula enfatizou que o objetivo do governo é transformar o Brasil em referência global na produção de alimentos. “Queremos consolidar o Brasil como o celeiro do mundo”, afirmou o presidente, ao destacar a importância estratégica do agronegócio para o desenvolvimento nacional.
Entre os principais destaques do novo ciclo, está a exigência do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para contratos de custeio acima de R$ 200 mil — medida que anteriormente era restrita a agricultores familiares. A norma visa aumentar a segurança e a sustentabilidade das lavouras, restringindo o financiamento a épocas e regiões mais adequadas ao cultivo.
O plano também autoriza o financiamento de rações, suplementos e medicamentos com até 180 dias de antecedência, ampliando a previsibilidade e o acesso aos insumos.
No incentivo à produção ambientalmente responsável, passa a ser permitido o uso de crédito de custeio para a produção de sementes e mudas florestais, bem como para o cultivo de plantas de cobertura, que contribuem para a recuperação do solo entre safras.
Medidas para renegociação de dívidas rurais
O novo ciclo também incorpora mecanismos voltados à renegociação de dívidas, atendendo produtores impactados por perdas em safras anteriores. O objetivo é garantir flexibilidade para reorganização financeira e retomada do fluxo produtivo no campo.
Carlos Fávaro destaca esforço do governo diante da alta da Selic
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou que, apesar da elevação da taxa Selic para 15% ao ano, o governo conseguiu manter os aumentos nas taxas do Plano Safra em patamares entre 1,5% e 2%, por meio da equalização de juros.
Fávaro reiterou que a produção agropecuária brasileira vai além dos grãos, alcançando mais de 1,1 bilhão de toneladas anuais com carnes, frutas, celulose e açúcar. Segundo ele, o Brasil se consolida como “o supermercado do mundo”, com 387 novos mercados internacionais abertos nos últimos anos.
Ampliação de programas e limites de crédito
O plano unifica os programas Moderagro e Inovagro, simplificando o acesso ao crédito para investimentos em infraestrutura e tecnologia. O subprograma RenovAgro Ambiental foi reforçado, incorporando ações de prevenção e combate a incêndios, além da recuperação de áreas degradadas, com financiamento para mudas nativas, caminhões-pipa e recomposição ambiental.
Outras mudanças incluem:
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Ampliação da capacidade de armazenagem, com o limite passando de 6 mil para 12 mil toneladas;
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Aumento do teto de renda anual do Pronamp, de R$ 3 milhões para R$ 3,5 milhões, ampliando o público elegível;
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Acesso facilitado ao Funcafé, agora disponível também para produtores do Pronaf e Pronamp com contratos ativos, fortalecendo o setor cafeeiro.
Haddad afirma que política agrícola é parte de estratégia nacional de desenvolvimento
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o lançamento em duas etapas — agricultura familiar e empresarial — reflete uma mesma estratégia de fortalecimento do campo. Para ele, os Planos Safra são instrumentos de justiça social, modernização e geração de emprego.
Haddad também declarou que o país está colhendo os resultados de uma política econômica coerente, apesar de desafios climáticos e instabilidades externas. Destacou ainda que a reforma tributária, aprovada com apoio da agroindústria, criará um ambiente mais favorável para o setor rural. “Vamos parar de exportar impostos e ampliar a cesta básica como nunca se viu”, afirmou.
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