Audiência na ALBA destaca avanços do VLT de Salvador e diálogo com o Subúrbio: obra de R$ 5,4 bilhões promete mobilidade, inclusão e requalificação urbana

Audiência pública sobre o VLT realizada na sexta-feira (31/10/2025) sob a liderança do deputado Robinson Almeida, em Paripe, reuniu parlamentares, técnicos e lideranças comunitárias do Subúrbio Ferroviário de Salvador.

A Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) promoveu na sexta-feira (31/10/2025) a quarta audiência pública sobre as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), em um encontro realizado na Casa Paroquial de Paripe, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. A iniciativa, proposta pelo deputado estadual Robinson Almeida (PT), contou com a presença de representantes do governo estadual, lideranças locais e parlamentares, e teve como objetivo ouvir as demandas da população diretamente impactada pelo projeto, considerado o maior investimento em mobilidade urbana atualmente em execução no Brasil.

O diálogo como princípio da obra pública

Durante o evento, Robinson Almeida defendeu que a dimensão e a relevância social do VLT exigem diálogo constante com os moradores das comunidades afetadas. Segundo o parlamentar, o empreendimento de R$ 5,4 bilhões deve promover inclusão, geração de emprego e requalificação urbana em áreas historicamente negligenciadas.

“O tamanho dessa obra nos impõe ouvir a população e garantir que o desenvolvimento chegue para quem mais precisa”, afirmou Robinson Almeida.

O deputado também destacou que o projeto simboliza a retomada de uma política pública de transporte de massa voltada para as regiões periféricas, associando o avanço das obras à atuação do governo estadual.

“O tempo do abandono está ficando para trás. O governador Jerônimo Rodrigues está levando desenvolvimento e dignidade para essa região. É a maior obra de mobilidade urbana em execução não só no Brasil, mas em toda a América Latina”, afirmou.

Impactos urbanos e sociais do VLT

O diretor de obras da Companhia de Transportes da Bahia (CTB), Eracy Maciel, reforçou que o VLT é mais do que um modal de transporte: trata-se de um projeto de transformação territorial.

“O VLT envolve drenagem, duplicação de vias, urbanismo, restauração de edificações e infraestrutura geral. É uma obra que transforma o território”, observou.

O empreendimento prevê a revitalização de todo o corredor ferroviário, com implantação de iluminação moderna, 70 km de fibra óptica para internet, 1.110 câmeras de segurança, além de espaços públicos de lazer como parques, quadras, academias e um dos maiores skate parks do país, localizado em Praia Grande.

Cronograma e números da execução

As obras do VLT estão divididas em três linhas, com diferentes estágios de execução:

  • Linha 1 (Calçada–Ilha de São João): 38,11% concluída
  • Linha 2 (Derba–Águas Claras): 24,08% de execução
  • Linha 3 (Águas Claras–Piatã): em fase de projeto, com início previsto para 2026

A primeira etapa deve ser entregue em 2026, e a conclusão total do sistema está prevista para 2028, abrangendo 44,4 km de extensão e 34 paradas. Atualmente, mais de 2.300 trabalhadores atuam nas frentes de serviço.

Os 40 trens reformados em Hortolândia (SP) possuem capacidade para 400 passageiros, com velocidade máxima de 80 km/h. A previsão é que os primeiros veículos cheguem a Salvador entre 1º e 5 de dezembro de 2025.

Transparência e participação social

Ao encerrar a audiência, Robinson Almeida anunciou que um relatório será encaminhado à CTB e ao Governo do Estado, consolidando as reivindicações e sugestões apresentadas pela comunidade.

“Essa é uma característica, um compromisso dos nossos governos democráticos e populares”, concluiu o parlamentar.

O documento deverá orientar as próximas etapas de implementação do projeto, assegurando transparência, acompanhamento técnico e controle social das obras.

Integração entre mobilidade, inclusão e sustentabilidade

O debate sobre o VLT de Salvador reflete a reconfiguração das políticas públicas de transporte urbano no Brasil, em um contexto de busca por integração entre mobilidade, inclusão e sustentabilidade. A insistência em consultar a população é um ponto de inflexão em relação a modelos de infraestrutura do passado, frequentemente concebidos de forma tecnocrática e distante da realidade social. Contudo, o desafio permanece: garantir que os benefícios econômicos e urbanísticos não se restrinjam ao entorno imediato das estações, mas alcancem toda a população do Subúrbio Ferroviário, uma das áreas mais desiguais da capital baiana. A consolidação do VLT como política de Estado dependerá, portanto, da execução técnica rigorosa, da continuidade dos investimentos e da escuta permanente das comunidades envolvidas.


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