O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, destacaram neste sábado (01/11/2025) a transformação estrutural de Belém para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), de 10 a 21 de novembro. Em visita às obras do Aeroporto Internacional de Belém e do Terminal Portuário de Outeiro, ambos modernizados com investimentos superiores a R$ 680 milhões, Lula e Rui Costa ressaltaram que o evento simboliza o reencontro do Brasil com a liderança ambiental global e o compromisso de mostrar a Amazônia como patrimônio mundial da humanidade. O governo federal aposta que a COP30 deixará um legado permanente em infraestrutura, inclusão social e sustentabilidade, com destaque para o novo sistema de transporte BRT Metropolitano, o reforço da agricultura familiar baiana e a participação ativa de comunidades tradicionais nos debates sobre justiça climática.
Belém pronta para o mundo
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que Belém está pronta para sediar a COP30, após uma ampla reestruturação urbana e logística conduzida em parceria entre os governos federal, estadual e municipal. Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro visitou neste sábado (01/11/2025) as obras do Aeroporto Internacional de Belém e do Porto de Outeiro, marcos do legado deixado pela conferência global do clima.
Durante a visita, Rui Costa ressaltou que a COP30 simboliza uma transformação estrutural em Belém, não apenas um evento internacional. “O presidente Lula acreditou na força do povo do Pará e na parceria entre os entes federativos. Hoje apresentamos uma cidade moderna, com infraestrutura renovada e um legado que permanecerá após a conferência”, declarou.
O ministro enfatizou que o governo optou por realizar a COP30 na Amazônia para dar visibilidade às riquezas naturais e culturais do Pará.
“Seria mais simples realizar o evento em São Paulo, Rio ou Brasília. Mas o presidente quis mostrar a Amazônia ao mundo — um patrimônio que todos queremos preservar”, afirmou.
Aeroporto Internacional de Belém: modernização e inclusão
Com investimento de R$ 450 milhões, o novo Aeroporto Internacional de Belém triplicou a área de embarque, ampliou espaços comerciais e dobrou a capacidade de atendimento — de 7,7 milhões para 13 milhões de passageiros por ano. As obras geraram mais de 1,5 mil empregos e incorporaram tecnologias de segurança e acessibilidade.
Entre as principais melhorias estão:
- Novo pátio para 15 aeronaves médias e 2 de grande porte;
- Sistema visual de aproximação para reforço da segurança operacional;
- Sala sensorial para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA);
- Requalificação das pontes de embarque e novas áreas de alimentação.
Porto de Outeiro: logística e turismo sustentável
O Terminal Portuário de Outeiro, revitalizado com R$ 233 milhões da Itaipu Binacional, passa a ocupar posição estratégica na logística da Região Norte. As obras incluem um píer de 716 metros, ponte duplicada para tráfego em mão dupla e um novo terminal de passageiros de 7 mil m².
Durante a COP30, o porto abrigará dois navios de cruzeiro que funcionarão como hospedagem temporária para delegações internacionais. Rui Costa destacou o esforço coletivo:
“Muitos duvidaram que seria possível realizar a COP em Belém. Mas a união entre governo e povo tornou isso realidade”.
Cúpula do Clima e COP30: protagonismo brasileiro
Nos dias 6 e 7 de novembro, Belém receberá a Cúpula do Clima, reunião preparatória com líderes globais e representantes da ONU. O evento antecede a COP30, de 10 a 21 de novembro, quando mais de 170 delegações discutirão metas de redução de emissões e financiamento climático.
A programação inclui:
- Clima e Natureza: Florestas e oceanos;
- Transição Energética Justa;
- Dez anos do Acordo de Paris: NDCs e Financiamento Verde.
A presença brasileira no centro das negociações consolida o país como protagonista da agenda ambiental internacional, reforçando compromissos com sustentabilidade, economia verde e preservação da Amazônia.
Segurança e atuação das Forças Armadas
O governo federal publicou o Decreto nº 12.704, autorizando o emprego das Forças Armadas em ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) durante a COP30. As operações abrangem o Parque da Cidade, o Aeroporto Internacional de Belém, o Porto de Outeiro, além de instalações críticas em Altamira e Tucuruí. A medida visa garantir segurança integral a líderes e delegações estrangeiras.
Agricultura Familiar da Bahia na COP30
A Agricultura Familiar da Bahia levará 15 toneladas de produtos sustentáveis a Belém, com destaque para chocolates da Bahia Cacau, cachaças de Abaíra, frutas desidratadas e produtos de licuri. São 27 cooperativas apoiadas pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) e pela Unicafes Bahia, em parceria com a Conab.
Segundo o presidente da CAR, Jeandro Ribeiro, “é o reconhecimento internacional do trabalho dos pequenos produtores. A COP é palco global, e a Bahia mostra o que tem de melhor em sustentabilidade e inovação”.
Povos tradicionais e justiça climática
Em paralelo à conferência, povos de terreiros e quilombolas realizam eventos em Salvador e Rio de Janeiro, abordando racismo ambiental e direito aos territórios tradicionais. A diretora da ONG KOINONIA, Ana Gualberto, defende maior visibilidade a essas comunidades: “Esses povos são guardiões da biodiversidade e precisam ser reconhecidos como atores centrais na preservação ambiental”.
A Cúpula das Vozes Quilombolas pelo Clima, organizada pela Acquilerj, busca cobrar políticas públicas e regularização fundiária. “Quando se fala em justiça climática, não se pode esquecer de quem preserva o território há séculos”, afirmou Bia Nunes, presidente da entidade.
Visita de Lula ao interior do Pará
O presidente Lula também visitou a Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, em Santarém, onde prometeu levar energia solar a 4,3 mil famílias indígenas. Anunciou ainda a criação da Universidade Indígena, com sede em Brasília e polos em todos os estados, reforçando a política de inclusão e reconhecimento dos povos originários.
O que é a COP30 e quais são os principais temas em discussão
COP30 é a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), encontro anual que reúne 190+ países para negociar regras e acompanhar a implementação do Acordo de Paris — sobretudo a elevação de ambição das NDCs (metas nacionais), financiamento e mecanismos de implementação. Em Belém, as diretrizes oficiais concentram-se em:
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Natureza e Clima (florestas e oceanos);
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Transição energética justa (descarbonização, energias renováveis e segurança energética);
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Dez anos do Acordo de Paris: NDCs mais ambiciosas, perdas e danos, financiamento e mercados de carbono;
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Governança e transparência (regras de reporte e monitoramento).
Onde ocorre: Hangar Convention & Fair Centre, com Blue Zone (negociações oficiais) e Green Zone (programação aberta) no Parque da Cidade. Funcionamento da Blue Zone: 10–21/11, 8h–22h.
Por que importa: porque define rumos regulatórios e financeiros da ação climática global na década, com impacto direto em mercados de energia, uso da terra, cadeias de suprimento e políticas públicas — um debate que, em Belém, tem a Amazônia como símbolo e laboratório.
Desenvolvimento econômico e proteção ambiental
A realização da COP30 em Belém simboliza mais que um evento internacional: é um teste da capacidade do Brasil de conciliar desenvolvimento econômico e proteção ambiental. O investimento maciço em infraestrutura e logística — aeroportos, portos e transporte urbano — revela uma tentativa de equilibrar imagem política e legado sustentável. No entanto, o sucesso do encontro dependerá da efetividade das políticas climáticas pós-COP, que deverão se materializar em ações duradouras e verificáveis. A presença da agricultura familiar, de povos tradicionais e das Forças Armadas mostra a amplitude da agenda — da inclusão social à segurança nacional.

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