Sobe para 36 o número de mortos no acidente envolvendo três veículos na BR-116. Oito pessoas eram membros de uma mesma família

Os Institutos Médico Legal (IML) de Vitória da Conquista e Jequié, corrigiram as informações inicias de que seriam 33 os mortos em acidente, envolvendo um ônibus da empresa TCB (placa AFM-0946, Santo André (SP)), que levava cortadores de cana da cidade de Jateí (no Mato Grosso do Sul) para as cidades de Buíque e Pedra (ambas em Pernambuco). O acidente ocorreu no km 583, entre os municípios de Milagres e Brejões, ontem (03/12/2011).

Neste domingo (4), após a liberação dos corpos pelos legistas do IML, foi apresentada uma lista onde constam os nomes de 36 pessoas mortas no acidente. Sendo oito pessoas pertencentes a uma mesma família, Bezerra da Silva. Eram irmãos e primos que ganhavam a vida em canaviais do Mato Grosso do Sul. Outras 12 pessoas continuam internadas, destas, quatro serão encaminhadas de UTI Aérea para Recife e oito continuam internadas em Jequié. Existe a suspeita de que um dos oito esteja com morte cerebral, o que aumenta para 37, o número de mortos.

Segundo a assistente social do Hospital Geral Prado Valadares, Fernanda Bueno, a confirmação da morte cerebral do trabalhador rural, José Claudio Cavalcante da Silva, de 21 anos, só poderá ser feita após um procedimento burocrático que ocorrem nessas situações. Mas a irmã dele, Cícera dos Santos Bezerra, 31 anos, já deu como certo a perda de mais um familiar na tragédia.

Os corpos das vítimas foram levados, neste domingo, de Vitória da Conquista para Pernambuco em aviões cedidos pela Força Aérea Brasileira (FAB) e pelo governo de Pernambuco para sepultamento coletivo. Parentes das vítimas estiveram no Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Vitória da Conquista para reconhecimento.

Listagem do mortos fornecidas pelo IML

José Adriano da Silva,

José da Paz Matos Lima,

José Edinaldo de Pereira,

José Erivaldo Pereira da Silva,

José Ivan Bezerra de Andrade,

José Kehrle de Andrade Monteiro,

José Valdenísio Avelino Correia,

Luís João da Silva,

Marcelino Alves de Lima,

Messias Bezerra da Silva,

Paulo César Pereira,

Paulo de Matos Lima,

Paulo Serafim Monteiro,

Sebastião Abílio da Silva,

Sérgio Barreto da Silva,

Severino Bezerra Cavalcanti,

Simão Bezerra da Silva,

Valdemir Bezerra da Silva,

Valdison Monteiro Santana,

Valmir Bezerra da Silva,

Valmir Luís da Silva,

Wellington Bezerra da Silva,

Ednaldo Bezerra da Silva,

Francisco da Silva,

Ivo Hélio Alves,

Jorge de Anchieta da Silva,

Juvenal da Silva Gomes,

Agenário Melo Silva,

Arlindo Antônio da Silva,

Davi Bezerra da Silva,

Edilson Frasão Monteiro,

Edilson Venâncio da Silva,

Ivanildo Moreira da Silva,

Jandy Carlos Barbosa de Melo,

José Admilson Bezerra da Silva

e José Adriano da Silva.

Acidente

Esse é o pior acidente registrado nas estradas que cortam a Bahia desde 1991, quando 34 pessoas morreram e 12 ficaram feridas na BA-265, no trecho entre Barra do Choça e Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motorista de uma carreta carregada de gesso, placa MGC-0080, perdeu o controle da direção e bateu no ônibus, placa AFW-0946, que transportava trabalhadores pernambucanos que retornavam à terra-natal depois do corte de cana de açúcar no Mato Grosso do Sul.

Fraude 

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o ônibus de turismo circulava mediante liminares da Justiça. Uma delas, expedida pela Justiça de Brasília, autorizava o tráfego de veículos da empresa sem que fossem autuados pela PRF, ainda que não estivessem cadastrados pelo sistema de controle de frota da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que regula o transporte coletivo no país.

De acordo com o presidente da Comissão Regional de Fiscalização e Transporte de Passageiros da PRF Bahia, Antônio Carlos Ruvenal Farias, o ônibus pertence a uma pessoa física que fez o contrato de arrendamento de veículo para transporte coletivo com a TCB Transbrasil, antiga Transacreana — registrada em Ouro Preto do Oeste, em Rondônia. Apesar da legalidade do arrendamento, o ônibus operava um serviço não autorizado pela Justiça. A suspeita é de que eram vendidos bilhetes com trechos maquiados para burlar a fiscalização. “Essa empresa tem autorização para operar várias linhas do país, inclusive de Cubatão (SP) a Fortaleza, que era o trecho com bilhete de passagem emitido no momento da viagem. Mas, em vez desse trecho, a empresa estava fazendo um fretamento”, afirmou Farias.

Ainda segundo o inspetor, a empresa conta com uma liminar para trafegar originária de Pato Branco, no Paraná. Já a liminar concedida em Brasília autoriza os veículos a trafegarem sem autuação pela PRF. “A ANTT está sendo informada de todos os fatos para que tome as medidas cabíveis. Também estamos comunicando o Poder Judiciário da irregularidade cometida”, completou.

*Com informações do Tribuna da Conquista