Eleições 2018: “O Brasil frente ao risco do pior”, diz artigo do Le Monde

Ato de lançamento da pré-campanha 'Lula Presidente'.
Ato de lançamento da pré-campanha 'Lula Presidente'.

O jornal francês Le Monde publica nesta quarta-feira (06/06/2018) uma análise com o título:  “o Brasil frente ao risco do pior”. O texto da correspondente em São Paulo, Claire Gatinois, reúne a opinião de simpatizantes do Partido dos Trabalhadores acampados em Curitiba, em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso por corrupção.

Um atirador foi filmado no local disparando contra os manifestantes. Antes da condenação do líder petista, um ônibus da caravana de Lula também havia sido alvo de tiros.

Segundo a presidente do PT, “a situação de violência e intolerância no Brasil é muito grave”. Gleisi Hoffmann afirma que os movimentos de esquerda no país estão em risco.

O artigo cita ainda a morte da vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio de Janeiro, após denunciar a violência policial, casos de racismo e de homofobia em favelas cariocas. O crime comoveu a sociedade e até hoje as motivações do ataque contra a parlamentar não foram desvendadas.

Num país onde uma pessoa é assassinada a cada nove minutos, entrar na política pode ser perigoso. Estudo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro aponta que 79 candidatos em campanha foram assassinados entre 1998 e 2006.

Guerra ideológica pré-eleições

O Le Monde destaca que o Brasil vive um momento de fortes embates ideológicos entre uma esquerda, que se considera injustiçada, e uma direita defensora do liberalismo econômico e desapontada com os recentes casos de corrupção que assolam o país.

Segundo a correspondente do jornal francês, a situação de ódio é alimentada pelos escândalos de desvio de dinheiro público, que atingem boa parte dos partidos políticos e pela irritação de uma parte da burguesia que, segundo a autora, não aceita os avanços sociais para uma parcela pobre dos brasileiros.

Ainda segundo o artigo publicado hoje na imprensa francesa, a destituição da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, poderia ter acalmado os ânimos. Isso se o sucessor, o atual presidente Michel Temer, não tivesse empurrado o país ainda mais em direção ao caos político, ético e econômico.

Enquanto isso, as vésperas de eleições gerais em outubro, a população demonstra profundo descrédito nos partidos tradicionais, o que abre espaço para discursos autoritários e mesmo um certo saudosismo do período da ditadura militar. Isso explicaria, por exemplo, a boa projeção de votos conquistada pelo pré-candidato Jair Bolsonaro, que aparece nas pesquisas apenas atrás de Lula. O texto lembra que até pouco tempo a notoriedade do deputado e militar da reserva se restringia à uma parte da população.

A autora cita, ainda, declaração de outro pré-candidato à presidência, Guilherme Boulos, do PSOL. Ele diz que: “como defensor da pena de morte e do rigor moral, Bolsonaro significa o que a sociedade brasileira tem de pior” .

Segundo o artigo, a extrema direita, ainda desorganizada, é inflamada por uma esquerda que se diz perseguida pela justiça, numa espécie de luta de nós contra eles na qual nenhuma moderação parece ser aceitável.

*Com informações da RFI.

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