Acusado de comandar assédio na UESB entra na Justiça contra jornalistas, diz Sinjorba

Jornalismo não é crime.

O acusado de comandar o assédio moral na TV e Rádio (Surte) e Assessoria de Comunicação da UESB, Rubens Sampaio, moveu ação contra os jornalistas Aline Moreira Ferraz de Almeida, Andrea Lima Povoas e Luiz Pedro Passos da Cruz. No processo, que tramita na 1ª Vara do Sistema dos Juizados do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) em Vitória da Conquista, é pedida quase R$ 40 mil de indenização, informou o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (SINJORBA).

Peça de anedota, o assédio judicial é uma clara tentativa de intimidar os três jornalistas e as testemunhas que tiveram a coragem de denunciar e confirmar os episódios de assédio moral que viraram rotina no Surte e Ascom da UESB nos últimos anos. Os fatos foram confirmados de maneira muito clara pela Comissão de Sindicância que apurou a denúncia feita pelo Sinjorba e encontram-se relatados no documento final da investigação que veio a público no final de maio.

Aliás, não é mais de se estranhar, mas é condenável que mais de dois meses após finalizados os trabalhos da Sindicância, a Reitoria da UESB não tenha tomado qualquer providência sugerida pela Comissão. Quatro ocupantes de cargos na Ascom e Surte foram indicados a Processo Administrativo Disciplinar (PAD), mas continuam nas funções sem responder ao PAD e, inclusive, utilizando a hierarquia para intimidar e perseguir as testemunhas que depuseram à Sindicância e ao Ministério Público do Trabalho (MPT).

O Sinjorba, inclusive, peticionou o MPT sobre o resultado da Sindicância e denunciou as intimidações/perseguições que continuam acontecendo, pedindo ao órgão que tome uma medida para preservar os trabalhadores dos abusos que vêm ocorrendo, uma vez que está evidente que da Reitoria pouco pode-se esperar. Cinco meses após as denúncias, nenhuma medida foi tomada para coibir o assédio, nem mesmo as sugeridas pela Comissão, o que serve de salvo conduto para que atitude tão condenável continue sendo uma rotina no ambiente de trabalho.

“Alguns setores dessa instituição se tornaram ambientes tóxicos para se trabalhar e é lamentável que a direção da Universidade continue colocando panos quentes em uma situação que gera danos irreversíveis ao ser humano e que desmoralizou a Reitoria perante a opinião pública”, diz o presidente do Sinjorba, Moacy Neves. Hoje, diz ele, a marca da UESB é a do assédio e isso repercutirá para sempre em sua imagem.

Moacy diz que, ante a omissão e leniência da Reitoria, o setor jurídico do Sindicato vai acionar a justiça para obrigar a UESB a agir e avisa que a entidade não vai deixar o assunto ser jogado para debaixo do tapete. “Para nós está claro que a falta de atitude da Universidade é uma tentativa para deixar esse abuso cair no esquecimento, mas isso não vamos deixar acontecer”, conclui.

Além de Rubens Sampaio, a Comissão de Sindicância indicou a Processo Administrativo Disciplinar (PAD) as servidoras Cintia Garcia, Ana Carolina Freire e Jacqueline Silva.

*Por Fernanda Gama, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (SINJORBA).


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