O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva proferiu um discurso marcante na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), no qual abordou uma série de questões globais, incluindo a urgência de combater as mudanças climáticas, o desenvolvimento sustentável e o enfrentamento à fome e às desigualdades.
Como é costumeiro, o Brasil inaugurou os discursos na ONU em Nova York, e Lula aproveitou a ocasião para prestar homenagem ao diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, morto em um atentado em Bagdá há duas décadas. Além disso, expressou solidariedade às vítimas das recentes catástrofes no Marrocos, Líbia e Rio Grande do Sul.
O presidente lembrou que, há duas décadas, em seu primeiro discurso na ONU, a fome era o tema central.
“Setecentos e trinta e cinco milhões de seres humanos vão dormir esta noite sem saber se terão o que comer amanhã”, enfatizou, destacando que o mundo está se tornando cada vez mais desigual.
Lula relacionou a fome, a desigualdade social e a falta de oportunidades como fatores que prejudicam o destino das pessoas e alertou sobre a possibilidade de fracasso de uma das principais ações da ONU, a Agenda 2030. Ele destacou que grande parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável avança lentamente e que a necessidade moral e política de erradicar a pobreza e a fome parece estar perdendo força.
O presidente também mencionou a vitória da democracia no Brasil, que permitiu sua volta ao poder, e enfatizou que a democracia foi fundamental para superar o ódio, a desinformação e a opressão. “Como não me canso de repetir, o Brasil está de volta.”
Lula abordou diversos desafios globais simultâneos, como a pandemia, a crise climática, a insegurança alimentar, as tensões políticas crescentes e as desigualdades. Ele enfatizou a necessidade de reduzir as desigualdades dentro dos países, sugerindo a inclusão dos pobres nos orçamentos nacionais e a tributação proporcional à riqueza dos mais abastados.
Além disso, Lula destacou os compromissos de seu governo com a igualdade racial, a redução da pobreza, a igualdade de gênero, o combate à violência contra as mulheres e o apoio aos grupos LGBTQI+ e às pessoas com deficiência.
O presidente fez um apelo por modelos econômicos mais sustentáveis, observando que os 10% mais ricos da população mundial são responsáveis por quase metade das emissões de carbono. Ele enfatizou o compromisso do Brasil com a transição energética e mencionou que 87% da energia elétrica do país provém de fontes limpas e renováveis.
Lula reiterou a defesa da Amazônia, com medidas de fiscalização e combate a crimes ambientais, e destacou que o desmatamento na região já foi reduzido em 48% nos últimos oito meses.
No campo econômico, Lula criticou o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial, o protecionismo de países ricos e a Organização Mundial do Comércio. Ele enfatizou a importância do BRICS como plataforma estratégica para promover a cooperação entre países emergentes.
O presidente também defendeu o jornalista australiano Julian Assange, preso por divulgar segredos governamentais dos Estados Unidos, e abordou conflitos armados na África e na Ucrânia, enfatizando a importância do diálogo para a busca de soluções pacíficas.
Lula encerrou seu discurso reforçando seu pedido de reforma do Conselho de Segurança da ONU, enfatizando a necessidade de torná-lo mais representativo e eficaz.
“Estabilidade e segurança não serão alcançadas onde há exclusão social e desigualdade”, concluiu o presidente brasileiro.
Lula terá um encontro bilateral com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante sua estadia em Nova York.
*Com informações da RFI.
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