Carta ao presidente Lula prova que Javier Milei sabe que se afastar do Brasil seria grave erro, aponta cientista Fabio Andrade

Javier Milei, presidente eleito da Argentina.
Javier Milei, presidente eleito da Argentina.

O Dia Internacional da Amizade Brasil-Argentina, celebrado nesta quinta-feira (30/11/2023), destaca-se este ano por um contexto político complexo, marcado pelas posturas do presidente eleito argentino, Javier Milei. O ultraliberal, inicialmente crítico ao Brasil e provocador em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, parece ter passado por um choque de realidade, admitindo, através de uma carta, que afastar-se do Brasil seria prejudicial à Argentina.

Para entender as implicações dessa mudança de postura e seu impacto na relação bilateral e no Mercosul, Fabio Andrade, professor de relações internacionais da ESPM, foi entrevistado. Ele destaca o choque de realidade vivido por Milei, observando que o Brasil representa 15% das exportações argentinas, tornando-se um destino crucial. Andrade ressalta que o discurso de campanha do presidente eleito, se levado a sério, traria consequências econômicas negativas para ambos os países.

Sobre o convite a Bolsonaro para a posse, Andrade sugere uma aproximação ideológica entre Milei e Bolsonaro, ambos representantes de movimentos antissistêmicos que buscam alternativas à política tradicional. O professor enfatiza a existência de uma base ideológica comum e de uma comunicação mais eficiente entre grupos de extrema-direita.

Jefferson Nascimento, cientista político e pesquisador da UERJ, concorda com essa análise, destacando a afinidade ideológica de Bolsonaro e Milei com os EUA e Israel. Ele observa uma estratégia da extrema-direita de propor soluções simplistas para problemas complexos, desmantelando instituições democráticas sem apresentar alternativas claras.

A ascensão de líderes como Milei e Bolsonaro, representantes da extrema-direita, reforça a tendência internacional desse movimento, que se organiza e comunica de maneira eficaz. No entanto, as diferenças entre esses líderes também se tornam evidentes, especialmente no tocante à articulação internacional e às estratégias para ganhar apoio popular.

*Com informações da Sputnik News.


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