O ano de 2024 se desenha como um período crucial para a geopolítica global, marcado pela possível aceleração do processo de desocidentalização e desdolarização, conforme apontam análises recentes. O conflito em Gaza e as contínuas derrotas na Ucrânia destacam um perigo iminente de fracasso geopolítico para as nações ocidentais, evidenciando a dificuldade em impor suas agendas.
O artigo publicado pelo Le Figaro destaca que o Ocidente enfrenta desafios significativos, com os conflitos apoiados por ele não resultando em vitórias há muito tempo. O pesquisador Sébastien Boussois alerta para o enfraquecimento do Ocidente em 2024, especialmente devido ao número de eleições estratégicas e à recusa de alguns governos em realizá-las, como é o caso da Ucrânia, onde o presidente Zelensky sugere adiar as eleições devido ao conflito com a Rússia.
A análise também se estende à Rússia, sugerindo que o presidente Putin poderá fortalecer sua posição em meio a uma possível mudança de liderança nos Estados Unidos e nas eleições europeias. O especialista destaca a dificuldade dos europeus e norte-americanos em continuar apoiando materialmente a Ucrânia, o que pode pressionar o país a retornar às negociações.
Paralelamente, a queda do dólar em 2023 e os esforços do BRICS para desdolarizar as transações comerciais revelam uma mudança significativa na dinâmica financeira global. Analistas afirmam que o declínio do dólar é uma tendência de longo prazo, e as políticas do BRICS, incluindo a discussão sobre uma “moeda BRICS”, contribuem para a diversificação das transações globais.
A desdolarização ganha força, conforme evidenciado pelo fato de 95% do comércio entre China e Rússia não mais depender do dólar. O BRICS, ao discutir áreas relevantes para desdolarizar operações entre seus membros, reforça o compromisso em resistir a pressões econômicas externas.
*Com informações da Sputnik News.
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