Jornalistas de questões socioambientais sofrem pressões e ataques, revela relatório da Unesco

Relatório da Unesco expõe os desafios enfrentados por jornalistas que cobrem questões socioambientais.
Relatório da Unesco expõe os desafios enfrentados por jornalistas que cobrem questões socioambientais.

Por todo o mundo, a profissão jornalística enfrenta desafios significativos, mas aqueles que se dedicam à cobertura de questões socioambientais estão particularmente sujeitos a pressões e ataques. Segundo um relatório divulgado pela Unesco nesta sexta-feira (03/05/2024), 70% dos jornalistas nessa área sofrem com ameaças ou agressões, e desse grupo, 75% têm sua saúde mental afetada.

Para obter uma compreensão mais ampla das condições enfrentadas pelos jornalistas que atuam nesse campo, a Unesco conduziu uma pesquisa global. Dos 948 profissionais de 129 países que responderam ao questionário, 905 respostas foram utilizadas. A pesquisa revelou que a África teve a maior participação, seguida pela Ásia e Pacífico, América Latina e Caribe, Europa e América do Norte e Estados Árabes.

Um aspecto preocupante destacado no relatório é a invasão do âmbito pessoal dos jornalistas por questões profissionais. Cerca de 60% dos entrevistados relataram ter sido alvo de ataques online. Essa pressão pode levar à autocensura, uma medida adotada por quase metade dos profissionais entrevistados para proteger sua integridade.

Uma análise de gênero revelou que 80% das jornalistas mulheres enfrentam ameaças ou pressões, com 62% delas relatando mais ataques online do que seus colegas homens. Além disso, 83% das mulheres jornalistas afetadas experimentaram efeitos adversos na saúde mental, e 42% delas admitiram praticar a autocensura.

O relatório também destaca a trágica realidade dos jornalistas que cobrem questões ambientais. Nos últimos 15 anos, 44 jornalistas foram assassinados, com apenas cinco casos resultando em condenações. Além disso, pelo menos 24 jornalistas sobreviveram a tentativas de homicídio.

Desde 2009, mais de 749 jornalistas, grupos e agências de notícias que reportam questões ambientais foram atacados em 89 países. Esses ataques abrangeram uma ampla gama de tópicos, desde mudanças climáticas até questões locais como agronegócio e apropriação de terras.

*Com informações da Agência Brasil.


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