Presidente Lula escolhe deputada Macaé Evaristo para chefiar Ministério dos Direitos Humanos

Deputada estadual por Minas Gerais substitui Silvio Almeida, demitido após denúncias de assédio. A nova ministra se comprometeu a permanecer no cargo até o fim do mandato presidencial de Lula. 
Deputada estadual por Minas Gerais substitui Silvio Almeida, demitido após denúncias de assédio. A nova ministra se comprometeu a permanecer no cargo até o fim do mandato presidencial de Lula. 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta segunda-feira (09/09/2024) a escolha da deputada estadual Macaé Evaristo, do PT de Minas Gerais, para assumir o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. A nomeação de Macaé ocorre após a saída de Silvio Almeida, demitido na última sexta-feira (6) após ser alvo de denúncias de assédio sexual, as quais ele nega. A posse da nova ministra está prevista para acontecer ainda nesta semana.

Em reunião realizada no Palácio da Alvorada, Lula definiu a escolha de Macaé Evaristo como ministra. Participaram do encontro a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, e a própria deputada. Durante a conversa, Macaé comprometeu-se a não disputar um novo mandato nas eleições estaduais de 2026, conforme exigência do presidente, e a permanecer no cargo até o final do mandato presidencial.

Nas redes sociais, Lula anunciou a decisão:

“Hoje convidei a deputada estadual Macaé Evaristo para assumir o ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. Ela aceitou. Assinarei em breve sua nomeação. Seja bem-vinda e um ótimo trabalho”.

Macaé também se pronunciou em suas redes, expressando honra pelo convite e destacando os desafios que o país enfrenta na área dos direitos humanos.

Impasse inicial e nomeação

A nomeação de Macaé não foi imediata. Inicialmente, a deputada demonstrou interesse em disputar a reeleição em 2026, o que gerou um impasse. No entanto, no último domingo (8), ela reviu sua posição e aceitou a proposta de Lula de assumir o ministério e abrir mão da candidatura. A deputada declarou que a decisão representa um “chamado de muita responsabilidade” e reafirmou seu compromisso com a luta pelos direitos humanos no Brasil.

O PT amplia sua participação no governo com a escolha de Macaé, que passa a comandar uma das 13 pastas ocupadas pelo partido dentro do total de 39 ministérios. Silvio Almeida, seu antecessor, não possuía filiação partidária. A nomeação de uma mulher negra para o cargo foi uma escolha estratégica de Lula, em resposta à crise gerada pela demissão de Almeida.

Trajetória política e experiência de Macaé

Macaé Evaristo possui vasta experiência na área de educação e direitos humanos. Ela é professora e foi secretária municipal de Educação de Belo Horizonte entre 2005 e 2012, durante as gestões de Fernando Pimentel (PT) e Márcio Lacerda (PSB). Posteriormente, atuou como secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão no Ministério da Educação, cargo que ocupou entre 2013 e 2014. Quando Pimentel assumiu o governo de Minas Gerais em 2015, Macaé passou a comandar a Secretaria Estadual de Educação.

Em 2020, foi eleita vereadora em Belo Horizonte, e em 2022, deputada estadual. Durante a transição de governo entre Jair Bolsonaro e Lula, Macaé integrou o grupo de trabalho responsável por temas relacionados à educação. Sua atuação pública está fortemente vinculada à defesa dos direitos das populações mais vulneráveis, especialmente no campo da educação e inclusão social.

Repercussão da escolha

A nomeação de Macaé Evaristo foi saudada por lideranças do PT e por diversos setores da sociedade civil. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, utilizou as redes sociais para elogiar a escolha, destacando a trajetória de lutas e conquistas da nova ministra. Hoffmann ressaltou que a presença de Macaé no governo reforça o compromisso do partido com a defesa dos direitos humanos e das crianças e adolescentes no Brasil.

A posse de Macaé deverá ocorrer após a publicação da nomeação em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). Até lá, Esther Dweck, ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, segue à frente do Ministério dos Direitos Humanos de forma interina.


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