O senador Otto Alencar (PSD-BA), nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para liderar o governo no Senado durante o afastamento de Jaques Wagner (PT-BA), destaca-se pela ampla trajetória política e pelo perfil de diálogo, fundamentais para consolidar a posição do governo na Casa Legislativa. Com experiência como ex-governador da Bahia, presidente da Assembleia Legislativa do estado e vice-governador, Alencar traz para o cargo uma postura conciliadora, além de uma extensa rede de contatos políticos.
“A experiência política ensina que diálogo e respeito são essenciais, especialmente em momentos de polarização”, afirma o senador.
Alencar acumula também a função de líder do PSD no Senado, partido que possui a maior bancada na Casa, com quinze senadores. Esse duplo papel lhe confere significativa influência, mas também lhe impõe desafios: buscar consensos para aprovar pautas de interesse do governo. Para ele, o principal objetivo como líder do governo é avançar na aprovação de temas estratégicos, mesmo que isso exija negociações intensas com parlamentares de diversas orientações.
Prioridades do Governo no Congresso
Alencar enumerou como prioritários os projetos que regulamentam a reforma tributária, o mercado de carbono e a inteligência artificial, além de temas fiscais e econômicos. “São pautas essenciais para o desenvolvimento e a estabilidade fiscal do Brasil, e é preciso avançar nelas com urgência”, ressaltou. Ainda na agenda, estão a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e do Orçamento da União de 2025, que enfrentam resistência de parte dos parlamentares.
As pautas de regulamentação tributária e do mercado de carbono são de extrema importância para garantir maior segurança jurídica e sustentabilidade econômica ao Brasil, segundo Alencar. Ele defende que “a reforma tributária não é apenas um ajuste técnico, mas uma atualização necessária para promover justiça e eficiência econômica”, pontuando que essas discussões envolvem um trabalho de articulação constante com os líderes de outros partidos.
Rejeição à Anistia para Atos Antidemocráticos
Em sua entrevista, Alencar deixou claro seu posicionamento contrário à concessão de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro e aos envolvidos nos atos de vandalismo e desordem ocorridos no dia 8 de janeiro. Para ele, a anistia seria uma afronta ao Código Penal e um grave retrocesso na preservação da ordem democrática.
“Anistiar quem ameaçou a democracia, depredou patrimônio nacional e incitou a desordem é rasgar o Código Penal. Quem faz isso deve ser responsabilizado, e a democracia deve prevalecer sobre qualquer tentativa de impunidade”, declarou Alencar.
O senador também reforçou seu apoio à atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que tem sido alvo de pedidos de impeachment no Congresso, mas que, na visão de Alencar, “foi um guerreiro para sustentar a democracia e combater os atos de vandalismo”. Ele defende que o STF cumpre seu papel institucional e que as críticas feitas ao ministro representam “uma tentativa de desestabilizar as instituições democráticas”.
Articulação e Alianças para as Eleições de 2025
Com as eleições para a presidência da Câmara e do Senado marcadas para o início de 2025, Alencar destacou a importância das alianças partidárias para garantir a estabilidade política no próximo ano. Ele apontou que o PSD, que detém a maior bancada do Senado, tem um papel crucial nas discussões em andamento, sendo cotado inclusive para a presidência do Senado. Já foram lançadas algumas candidaturas, como as da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e de Soraya Thronicke (Podemos-MS), mas o nome do ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) também aparece entre os favoritos.
Alencar afirma que o processo de escolha do próximo presidente do Senado é complexo e envolve não apenas as preferências partidárias, mas também o apoio dos senadores e do atual presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG). “Cada presidente tem uma forma de atuar, e o apoio aos candidatos passa pela liderança do presidente atual”, explica o senador, acrescentando que, no momento, seu foco está na liderança do governo e não em uma eventual candidatura.
Consolidação da Base de Apoio ao Governo e Visão para 2026
O crescimento do PSD nas eleições municipais de 2024, segundo Alencar, fortaleceu a posição do partido e sinaliza um possível apoio a Lula em 2026. Apesar de divergências internas, o senador acredita que a liderança de Lula contribui para a pacificação do cenário político. “Lula é, por natureza, um negociador, e o país precisa desse perfil para evitar rupturas e promover o diálogo”, disse.
Ele, contudo, destaca que o PSD é composto por diretórios regionais autônomos e que isso pode resultar em apoios variados, como o que ocorreu em 2022, quando partes do partido apoiaram a candidatura de Bolsonaro.
“A força do PSD deve ser construída em consenso, e acredito que o partido estará ao lado de quem se comprometer com uma agenda de desenvolvimento e estabilidade para o Brasil”, afirmou Alencar.
Nomeação e Funções
- Nomeado líder do governo no Senado durante o afastamento de Jaques Wagner (PT-BA)
- Acumula a função de líder do PSD, que detém a maior bancada do Senado
Pautas Prioritárias
- Reforma tributária
- Regulamentação do mercado de carbono
- Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Orçamento de 2025
- Legislação sobre inteligência artificial
Posição sobre Anistia e STF
- Rejeição à anistia para envolvidos nos atos de 8 de janeiro
- Apoio ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, na defesa da democracia
Eleições de 2025 para o Legislativo
- Candidatura das senadores Eliziane Gama (PSD-MA), Soraya Thronicke (Podemos-MS) e Davi Alcolumbre (União Brasil do Macapá), para a presidência do Senado
- PSD fortalecido e cotado para continuar no comando do Senado
- Projeção de alianças para as eleições presidenciais de 2026
Citações Relevantes
- “Anistiar quem ameaçou a democracia é rasgar o Código Penal.”
- “Lula é um negociador, e o país precisa desse perfil para evitar rupturas e promover o diálogo.”
- “A reforma tributária é uma atualização necessária para promover justiça e eficiência econômica.”
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