Tudo sobre a Operação Shadow e a venda de drogas a servidor do STF

Polícia Civil desmantela rede de tráfico de drogas com ligação a servidores públicos na Operação Shadow.
Policiais da Divisão de Operações Especiais da PCDF durante cumprimento de mandados na Operação Shadow, abrangendo as regiões de Brasília e Águas Lindas.

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (10/10/2024) Operação Shadow, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa voltada para o tráfico de drogas que atuava nas regiões administrativas de Samambaia (DF), Ceilândia (DF) e Águas Lindas (GO). O grupo fornecia entorpecentes a colaboradores e servidores de órgãos públicos, incluindo um funcionário do Supremo Tribunal Federal (STF).

A operação, conduzida pela 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), é o resultado de 12 meses de investigações que identificaram quatro indivíduos como alvos principais do esquema de distribuição de drogas. Durante esse período, foram monitoradas as atividades da organização, que incluíam a logística de transporte e o uso de ferramentas digitais para evitar a detecção pelas autoridades.

Dinâmica da Operação e Prisões

A deflagração da operação contou com o apoio de aproximadamente 50 policiais civis, incluindo equipes da Divisão de Operações Especiais (DOE) e cães farejadores. Cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos em três localidades: Samambaia (DF), Ceilândia (DF) e Águas Lindas (GO). Como resultado da operação, quatro indivíduos foram presos em flagrante, todos diretamente envolvidos na distribuição e fornecimento de drogas.

Os detidos, com idades entre 23 e 37 anos, tinham papéis distintos na organização criminosa. Um dos envolvidos, já em prisão domiciliar, continuava colaborando com o esquema, reforçando a complexidade e a abrangência da rede criminosa. Os alvos eram responsáveis tanto pela logística de distribuição como pelo fornecimento de drogas a consumidores.

O Esquema Criminoso e a Logística de Distribuição

As investigações revelaram que o grupo operava uma rede bem estruturada de fornecimento de drogas, utilizando-se de diferentes estratégias para evitar a atuação policial. Um dos métodos mais utilizados pelo grupo era o uso de múltiplos endereços para o armazenamento das substâncias ilícitas, especialmente em Águas Lindas (GO), dificultando a identificação dos locais exatos de operação.

Adicionalmente, o grupo criminoso fazia uso de grupos de WhatsApp para coordenar a venda e distribuição dos entorpecentes, facilitando as transações com os consumidores sem levantar suspeitas. Transferências bancárias também eram utilizadas para realizar os pagamentos, contribuindo para o aumento da segurança das transações ilegais.

Durante a operação, as autoridades apreenderam dois quilos de maconha, cerca de R$ 3.000 em espécie, uma balança de precisão, cadernos de anotações contendo registros das transações ilícitas, três munições calibre .38 e um veículo utilizado na logística de transporte das drogas.

Os Alvos da Operação

Os quatro alvos da operação têm históricos criminais que incluem uma série de delitos anteriores. A seguir, um detalhamento dos investigados:

  1. Homem de 34 anos, residente em Samambaia (DF), atuava como intermediário na logística de distribuição de entorpecentes. Possui histórico criminal por lesão corporal e violência doméstica.
  2. Homem de 37 anos, residente em Samambaia (DF), considerado um dos principais fornecedores de drogas da organização. Tem passagens por porte de entorpecentes e tráfico de drogas desde 2009.
  3. Homem de 23 anos, residente em Águas Lindas (GO), utilizava múltiplos endereços para despistar as autoridades. Já foi preso anteriormente por porte de drogas.
  4. Homem de 36 anos, residente em Ceilândia (DF), já estava em prisão domiciliar por crimes como roubo e porte de arma, mas continuava a colaborar com o grupo criminoso.

A Resposta do Supremo Tribunal Federal

Em meio às repercussões da operação, o Supremo Tribunal Federal (STF) emitiu uma nota oficial em que afirma estar colaborando com as investigações da Polícia Civil. No comunicado, o STF esclarece que o fornecimento de drogas investigado teria ocorrido em um estacionamento nas proximidades da sede do tribunal, porém, essa área não é de responsabilidade da Corte.

O STF ainda informou que, em diversas ocasiões, tentou regularizar o controle desse estacionamento junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), sem sucesso. A Corte reiterou que continua à disposição das autoridades para colaborar com a investigação.

As Consequências Legais

Os indivíduos presos durante a Operação Shadow foram indiciados pelos crimes de tráfico de drogas e associação ao tráfico. As penas para esses crimes variam de 5 a 15 anos de reclusão, conforme a legislação vigente. As investigações continuarão para identificar outros possíveis envolvidos e desmantelar completamente a rede criminosa.

A Polícia Civil do Distrito Federal ressaltou que o apoio da população é fundamental para o combate ao crime organizado e incentivou a utilização dos canais de denúncia anônima, como o Disque Denúncia (197), o aplicativo e-Denúncia DF e o site oficial da PCDF.

Dados Principais da Operação Shadow

Investigação e Deflagração:

  • Período de Investigação: 12 meses
  • Data da Operação: 10 de outubro
  • Número de Policiais Envolvidos: 50
  • Regiões de Atuação: Samambaia (DF), Ceilândia (DF), Águas Lindas (GO)

Prisões e Mandados:

  • Número de Mandados de Busca e Apreensão: 5
  • Número de Prisões em Flagrante: 4

Principais Suspeitos:

  • Idades: 23, 34, 36, 37 anos
  • Histórico Criminal: Tráfico de drogas, porte de entorpecentes, violência doméstica, roubo, receptação

Apreensões:

  • Drogas: 2 quilos de maconha
  • Dinheiro: R$ 3.000 em espécie
  • Outros Itens: Balança de precisão, cadernos de anotações, munições calibre .38, veículo utilizado no tráfico

Consequências Legais:

  • Crimes: Tráfico de drogas, associação ao tráfico
  • Penas: De 5 a 15 anos de reclusão

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