A nomeação de Marco Rubio para o cargo de Secretário de Estado dos Estados Unidos, anunciada pelo presidente eleito Donald Trump, traz à tona um novo cenário para as relações internacionais da América Latina, em especial para o Brasil. Rubio, conhecido por sua postura intervencionista e alinhamento com políticas neoconservadoras, tem como prioridade a política externa voltada para a América Latina, o que poderá resultar em um estreitamento das relações com países que não adotam uma postura alinhada aos interesses de Washington, como Cuba, Nicarágua e Venezuela. A expectativa de especialistas é que, sob sua liderança, a região ganhe maior atenção por parte dos EUA, mas isso pode não ser vantajoso para o Brasil.
O senador Marco Rubio, de ascendência latina e representante da Flórida, estado com forte influência hispânica, já demonstrou posicionamentos duros em relação ao Brasil, em particular durante o governo de Jair Bolsonaro. A nomeação de Rubio, ao contrário do que alguns poderiam esperar, não representa uma renovação nas políticas externas de Trump, sendo, na verdade, um retorno a uma linha dura em relação à América Latina, com a manutenção das tensões com os governos progressistas. Para analistas, o Brasil poderá enfrentar dificuldades na construção de um diálogo mais produtivo com o governo dos EUA, especialmente devido ao alinhamento do Itamaraty com a administração anterior de Joe Biden.
A especialista Monica Hirst, do IESP-UERJ, e o professor Vinícius Rodrigues Vieira, da FAAP, destacam que a nomeação de Rubio reflete a continuidade de uma política exterior mais agressiva, com foco na intervenção direta e em ações unilaterais, em detrimento de coalizões regionais. Para o Brasil, esse contexto pode resultar em um enfraquecimento de sua posição nas relações internacionais, com a possibilidade de uma maior instabilidade política interna, alimentada por uma postura de confronto com os governos latino-americanos que se distanciam de Washington.
Em um cenário de tensões geopolíticas e fragilidade regional, o Brasil se encontra diante de um dilema: ajustar sua política externa às novas exigências da Casa Branca ou buscar alternativas para manter sua autonomia no cenário global. A análise de especialistas aponta que o Brasil, embora não deva se alinhar completamente à agenda de Trump, enfrentará desafios para navegar nesse novo contexto internacional.
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