O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta terça-feira (25/02/2025) a demissão da ministra da Saúde, Nísia Trindade, que ocupava o cargo desde o início do atual governo, em 2023. Em seu lugar, assumirá Alexandre Padilha, até então ministro das Relações Institucionais e ex-comandante da pasta no governo de Dilma Rousseff.
A saída de Nísia ocorre após um processo de desgaste político e pressão dentro do governo. Apesar da sua participação em eventos recentes ao lado do presidente e dos elogios públicos recebidos, a decisão de sua exoneração foi mantida. A substituição está ligada à necessidade de maior articulação política, especialmente em um momento em que o governo busca reforçar sua base no Congresso.
Crise no Ministério da Agricultura e Pressões do Setor Agropecuário
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, também sinalizou a possibilidade de deixar o governo caso sejam implementadas medidas que prejudiquem o agronegócio, como a imposição de impostos sobre exportações do setor. A tensão entre representantes do agronegócio e o governo federal se intensificou após a suspensão de linhas de crédito do Plano Safra, causando reação negativa da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
Em resposta às pressões, o governo publicou uma medida provisória liberando R$ 4,1 bilhões para retomar os financiamentos, buscando minimizar a crise. No entanto, Fávaro reafirmou sua oposição a qualquer proposta de tributação sobre exportações agropecuárias.
Lula busca reorganização política e melhora da articulação com o Congresso
Com a popularidade em queda, Lula reuniu aliados históricos para discutir estratégias de reestruturação da coordenação política do governo. O encontro contou com a presença do ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, do senador Jaques Wagner (PT-BA) e do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. A reunião, realizada no Palácio da Alvorada, não constava na agenda oficial da Presidência.
Os participantes do encontro sugeriram mudanças na condução da Casa Civil, liderada por Rui Costa, e cogitaram o nome de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, como alternativa para a função. As discordâncias entre Rui Costa e Haddad vêm marcando a gestão desde o início do mandato.
Avaliação do governo atinge novo patamar
De acordo com a pesquisa CNT/MDA, divulgada em 25/02/2025, a avaliação negativa do governo Lula atingiu 44%, um aumento de 13 pontos percentuais em relação à rodada anterior. A avaliação positiva caiu para 28,7%, enquanto 26,3% consideram a gestão regular.
A comparação com mandatos anteriores indica um desgaste político significativo. Em fevereiro de 2005, Lula tinha 42% de avaliação positiva, enquanto em 2009 esse índice chegou a 62%. A queda na popularidade reflete desafios enfrentados pelo governo, incluindo a inflação e a necessidade de maior articulação política.
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