O empresário Diego Cavalcante se apresentou à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (15/05/2025), em Brasília, para cumprir mandado de prisão preventiva no contexto da sexta fase da Operação Sisamnes, que investiga um suposto esquema de venda de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Considerado foragido desde a deflagração da operação na quarta-feira (14), Cavalcante é apontado como operador financeiro do lobista Andreson Gonçalves, atualmente preso em regime federal.
A Operação Sisamnes, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) sob relatoria do ministro Cristiano Zanin, apura um esquema de comercialização de decisões judiciais no STJ, com suposta participação de servidores e advogados. Segundo as investigações da PF, Diego Cavalcante teria operado transferências financeiras com valores superiores a R$ 6,5 milhões, vinculadas a empresas controladas por Andreson Gonçalves.
A PF destaca que parte dos valores foi sacada em espécie, o que levantou suspeitas de lavagem de dinheiro. Além disso, foram apreendidos automóveis de luxo vinculados a Cavalcante durante diligências realizadas na terça-feira (13).
Obstrução da Justiça e prisão de advogado
Ainda segundo a Polícia Federal, houve tentativa de obstrução da Justiça com o objetivo de dificultar o cumprimento das medidas judiciais. Esse fator motivou uma nova fase da operação, autorizada no dia seguinte à apreensão dos bens.
Paralelamente, outro mandado de prisão foi cumprido contra um advogado, que se entregou ainda na quarta-feira (14).
Esquema envolvia diversas formas de ocultação de ativos
De acordo com o relatório da PF, a organização criminosa empregava ao menos quatro modalidades de lavagem de dinheiro:
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Saques e depósitos em espécie
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Utilização de contas de passagem
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Emissão de boletos bancários sem lastro
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Câmbio paralelo com uso de doleiros
As práticas visavam a dissimular a origem ilícita de propinas pagas em troca de decisões judiciais. As autoridades também identificaram movimentações financeiras incompatíveis com a renda declarada de servidores públicos investigados, reforçando as suspeitas de corrupção sistêmica.
Compra de propriedades rurais em litígio judicial também é alvo de apuração
A operação também revelou indícios de envolvimento do grupo investigado em disputas judiciais relacionadas à aquisição de terras no Centro-Oeste, destinadas à plantação de soja. Esses imóveis estariam em litígio judicial, com recursos pendentes de análise no STJ, o que levanta preocupações sobre eventual favorecimento por meio de decisões manipuladas.
Prisão e andamento do caso
Após se entregar, Diego Cavalcante foi encaminhado a um presídio comum no Distrito Federal. Sua defesa ainda não se manifestou publicamente. As investigações seguem sob sigilo, mas indicam o envolvimento de pessoas com trânsito nos gabinetes do STJ, o que poderá desencadear novas fases da Operação Sisamnes e eventuais desdobramentos no CNJ e no Ministério Público.
*Com informações do jornal Folha de S.Paulo.
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