Nesta quarta-feira (21/05/2025), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a Medida Provisória (MP) que promove uma ampla reforma no setor elétrico brasileiro. O objetivo é reduzir o custo da energia elétrica, especialmente para famílias de baixa renda e pequenos comerciantes, além de estimular a concorrência com a abertura do mercado. A MP será publicada ainda hoje no Diário Oficial da União e entra em vigor imediatamente, devendo ser aprovada pelo Congresso em até 120 dias.
Principais mudanças promovidas pela MP
Isenção para famílias de baixa renda
A MP estabelece a isenção total do pagamento da conta de luz para famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) com renda per capita de até meio salário mínimo e consumo de até 80 kWh/mês. O benefício se estende a:
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Idosos com BPC (Benefício de Prestação Continuada)
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Famílias indígenas e quilombolas do CadÚnico
Segundo o governo, a medida pode beneficiar até 60 milhões de brasileiros e reduzir furtos de energia e inadimplência junto às distribuidoras.
- Atualmente, a gratuidade se limitava a 50 kWh/mês apenas para indígenas e quilombolas.
Transição entre tarifas
A medida também cria uma faixa intermediária de isenção para famílias do CadÚnico com renda entre meio e um salário mínimo per capita. Nestes casos, o consumo de até 120 kWh/mês será isento da cobrança da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético). O objetivo é suavizar a transição entre a Tarifa Social e a tarifa convencional, com impacto positivo para até 55 milhões de pessoas, podendo gerar redução média de 12% nas contas de luz.
Abertura do mercado e fim do monopólio das distribuidoras
A MP também promove a abertura gradual do mercado de energia elétrica, permitindo que consumidores residenciais e pequenos comércios escolham seu fornecedor de energia, como já ocorre no mercado livre.
Atualmente, apenas cerca de 80 mil consumidores atuam no mercado livre, todos de alta tensão (indústrias e grandes comércios). Com a nova regra:
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A abertura será gradual
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Agosto de 2026: Indústrias e comércios de médio porte
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Dezembro de 2027: Consumidores residenciais
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O consumidor poderá escolher entre diferentes fontes de energia (solar, eólica, hidrelétrica etc.)
Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a medida rompe o monopólio das distribuidoras, estimula a concorrência e pode reduzir os preços — os consumidores livres pagam em média 23% menos do que os consumidores regulados.
Reequilíbrio de encargos e compensação financeira
Para financiar os novos benefícios sociais sem desequilibrar o setor, a MP também corrige distorções históricas:
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Consumidores livres passarão a contribuir com a CDE e com os encargos da energia nuclear (Angra 1 e 2).
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Haverá um rateio proporcional ao consumo, independentemente do nível de tensão.
O custo estimado da MP é de R$ 3,6 bilhões por ano, valor que será compensado com o novo modelo de distribuição de encargos e com a expansão do mercado.
Impactos esperados
Para os consumidores
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Redução de tarifas para milhões de famílias de baixa renda
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Direito de escolha do fornecedor de energia
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Mais transparência e concorrência no setor
H3: Para o setor elétrico
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Redução da inadimplência e dos furtos de energia
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Melhoria no equilíbrio financeiro das distribuidoras
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Inclusão dos grandes consumidores na base de encargos
Tramitação no Congresso
Por ser uma Medida Provisória, o texto já está em vigor, mas precisa ser aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal em até 120 dias. Caso contrário, perde validade. A assinatura da MP contou com o apoio das lideranças do governo no Congresso e dos presidentes da Câmara e do Senado.
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