O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, nesta sexta-feira (30/05/2025), no Palácio do Planalto, o programa Agora Tem Especialistas, iniciativa do Governo Federal que visa ampliar o acesso da população a consultas, exames e cirurgias especializadas no Sistema Único de Saúde (SUS). Com apoio de estados e municípios, o plano prevê o uso de toda a estrutura de saúde pública e privada para reduzir a fila de espera por atendimentos, especialmente nas regiões mais desassistidas.
Objetivos do programa e estrutura de atuação
O programa tem como foco inicial seis áreas prioritárias: oncologia, ginecologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia. Para atingir seus objetivos, o governo propõe:
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Credenciamento de clínicas e hospitais filantrópicos e privados para atendimento pelo SUS.
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Mutirões de atendimento e ampliação de turnos em unidades de saúde.
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Uso da telessaúde para diagnóstico e consultas especializadas.
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Criação de carretas móveis com infraestrutura para exames e pequenas cirurgias em áreas remotas.
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Oferta de transporte com até 6.300 veículos para deslocamento de pacientes.
Contrapartidas de instituições de saúde privadas e planos de saúde
A medida provisória assinada durante a cerimônia estabelece que hospitais com dívidas com a União poderão quitá-las por meio da oferta de serviços ao SUS. O mesmo mecanismo será aplicado para planos de saúde com pendências financeiras, por meio da prestação de atendimentos à rede pública.
Declarações do presidente e ministros
Durante o lançamento, o presidente Lula enfatizou a urgência da medida:
“A doença não espera. Não é possível brincar com a sorte da pessoa. Minha obsessão é fazer com que o Agora Tem Especialistas chegue até as pessoas”, afirmou o chefe do Executivo.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que a demora no atendimento especializado é um problema crônico que se agravou com a pandemia:
“Estamos dando mais um passo para resolver uma obsessão do presidente Lula: reduzir o tempo de espera por especialistas”, afirmou Padilha.
Dados preocupantes sobre mortalidade e concentração de especialistas
De acordo com o Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), aproximadamente 370 mil mortes anuais no Brasil são associadas ao atraso no diagnóstico de doenças não transmissíveis. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) aponta que os custos com câncer aumentam 37% quando o tratamento é iniciado tardiamente.
Estudo da Demografia Médica 2025 evidencia que apenas 10% dos médicos especialistas atuam exclusivamente no SUS, com concentração nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, agravando a desigualdade no acesso à saúde.
Consolidação da rede oncológica e telemedicina
O programa também prevê a consolidação do cuidado oncológico no SUS, com a aquisição de 121 novos aceleradores lineares até 2026 e a implantação do Super Centro Brasil para Diagnóstico de Câncer, com emissão inicial de até 1.000 laudos por dia, em parceria com o INCA e o A.C. Camargo Câncer Center.
Na área de telessaúde, será promovida a oferta de teleconsulta, telediagnóstico e telepatologia, com expectativa de redução de até 30% nas filas de espera.
Atendimento móvel, Meu SUS Digital e capacitação
Além da infraestrutura tecnológica, a iniciativa prevê a mobilização de 150 carretas de saúde, realização de mutirões em territórios indígenas e zonas rurais, e expansão do aplicativo Meu SUS Digital, que passará a emitir alertas via SMS e WhatsApp para agendamento de exames e tratamentos.
O programa também prevê a ampliação da força de trabalho com 3.500 novos especialistas, incluindo 500 vagas para o Mais Médicos Especialistas.
Governança e articulação com entes federativos
O sucesso da iniciativa dependerá da integração entre União, estados e municípios, bem como da participação ativa de especialistas e usuários do sistema de saúde. A governança será compartilhada, com foco na eficiência, rastreabilidade e ampliação do cuidado primário e especializado.
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